Educação Doméstica



Neste primeiro artigo pretendo suscitar um questionamento muito importante sobre educação doméstica e sua correlação com o comportamento das crianças e jovens diante do mundo a partir da simples definição de opinião.
Segundo Aurélio, opinião é o modo de ver, pensar deliberar; parecer, conceito; juízo, reputação; idéia, princípio e numa tradução popular significa teimosia, capricho.
Apesar de parecer um conceito fácil de se compreender, a sua idealização está intrinsecamente ligada ao modo como cada indivíduo percebe as relações de convívio, principalmente no seu ambiente familiar: premiação e punição, empatia e antipatia, dogma e agnóstica, o bem e o mal.
Atualmente a maioria dos pais lida com seus filhos sem a vergonha de lhes desnudar a imoralidade de seus atos, a inversão de valores éticos fez com que em nome da sobrevivência e competitividade pudesse se utilizar e viver a frase: no amor e na guerra vale tudo, e a vida é uma guerra infindável e essa banalidade da coisa imoral impregna a personalidade como um câncer.
Algumas frases são interessantes para demonstrar a distorção de nossos conceitos, são elas: “se apanhar na rua, apanha em casa; quando vir um morrendo, acabe de matar”.
Na verdade também podemos nos valer de ditos populares que valorizam a influência doméstica, familiar na formação da identidade, na formação de princípios sejam éticos ou não. “Mania de casa vai à praça”, já diziam os antigos, mas que manias se vêem, se comungam, se transmitem?
Hoje vemos crianças e jovens sendo atendidos em seus mais mesquinhos e egoístas desejos, uma falta de respeito e comprometimento, uma falta de projeto concreto para o futuro, e mais, para não dizer menos, a falta absurda de ideais, de opiniões próprias, de amor a causas que eles acreditem.
A “transformação da personalidade em nossa sociedade resulta da transformação da estrutura familiar...”1. Isso traduz o modo como se dão as mudanças de percepções de mundo e a importância de se analisar as relações de educação, concepções e princípios disseminados e compartilhados entre pais e filhos.
Mas como tratar deste assunto tão polêmico e insurgente? Com quem falar? Os pais estão stressados, estão no trabalho, suando para pagar tudo aquilo que nunca tiveram na juventude aos seus filhos, pagar pela falta de tempo, pela falta de limites, pela falta de modelo. Não lembram que foram muito mais felizes antes, sem toda essa tecnologia e barganha paternal, e pagam um preço caro demais para a realização dos seus anseios em seus filhos.


1 – Castells, Manuel (1999. Pág. 173). O Poder da Identidade.
Ana Fábia Santos da Silva é Administradora e pós-graduanda em Docência para o Ensino Superior pelo CESMAC/AL
Autor: Ana Fábia Santos da Silva


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