O Ódio Narcisista



O Ódio Narcisista
Duas pessoas se encontram e o interesse é despertado e começa a aproximação. Como todo o início de relacionamento, existe um pouco de reserva misturado a timidez. Aos poucos o nível de intimidade vai crescendo, já conversam descontraídos e no olhar já se nota o envolvimento entre eles.

Contudo o tempo passa e apesar da evolução e vivência, nada do que se esperava daquele relacionamento acontece, nada é falado as claras, até a comunicação mais profunda que poderia ter sido iniciada num simples beijo se torna subjetiva. As formas de comunicação são feitas nas entrelinhas, apenas murmuradas entre um ou outro abraço até o dia em que ele esboça uma tentativa de consumar esta relação, contudo a parceira não consegue se liberar para o que mais ansiava e ressentido, ele começa a se afastar.

Ela passando por cima de todas as barreiras morais que lhe foram impostas desde a infância, consegue reunir coragem suficiente para contar que o queria muito, que desejava consumar a relação, foi um esforço onde passou por cima dos conceitos enraizados. O que houve? Ele a rejeitou, com uma desculpa qualquer. Mantém apenas alguns contatos telefônicos com inúmeras justificativas onde continua tudo nas entrelinhas. A situação é não só constrangedora como também enlouquecedora.

Ela não entendia se de fato ele sentira amor por ela, mas, antes disso, estava à vingança por uma rejeição que nunca foi real. Não foi quando, como e onde ele queria. Qual a forma que ele encontrou de destruí-la? Tirou dela o que ela mais gostava: ele. Torturou-a durante meses com telefonemas, desculpas, promessas e ausências. Quando ela começou a perder a paciência e tornar-se agressiva e tentava dar o assunto por encerrado, ele fazia questão de traze-la para perto com os mais variados pretextos.

De forma geral, tudo o que acontece com um casal, é o resultado de um processo do próprio casal. Mas temos que abrir uma exceção para aquela situação em que o parceiro é um narcisista que faz com que seu parceiro fique confuso porque ele parece convencido de que não tem nenhuma responsabilidade sobre nada. Nas fases iniciais de conhecimento, namoro e paixão, tudo é muito comum. As mudanças vão ocorrer algum tempo depois de iniciado o relacionamento, talvez um ano ou mais. Na medida em que o relacionamento se desenvolve.

O narcisista, não sofre sozinho, faz sofrer também aquele que tentou lhe proporcionar a alegria ou causou decepção, tornando-o impotente na medida em que inutiliza seus esforços.O ódio do narcisista é tão grande que ele nunca mais vai esquecer. Assim, ele vai aproveitar a primeira oportunidade para revidar. Sua lei é a do olho por olho e dente por dente e, disso, não há escapatória. O revide, o desejo de devolver a ofensa, a necessidade de aplicar ao outro a mesma dor que imaginou receber.

A mentira, o exibicionismo e a manipulação são formas que o narcisista utiliza para não incorrer na entrega plena. Com esses mecanismos, ele mantém o objeto a uma distância segura. A raiva narcísea transforma o relacionamento em contato destrutivo, que visa magoar o outro por causa da decepção infringida. O fracasso dos relacionamentos é inevitável então escolhem o não envolvimento emocional, é comum neles: primeiro arrumam alguém para se relacionar, logo, como não conseguem ver o outro e sim seus dramas pessoais no outro, a relação não dá certa.

O narcisista protege-se pela recusa porque admitir o que se sente implica no contato com o lado psicótico, o lado dele que deseja perder-se no outro, de buscar-se no outro e assim, amar o outro. Era o desejo que ele tinha quando foi ferido e ser rejeitado outra vez reabrindo as feridas. Isso causa horror.

Ser vitimado por um narcisista é uma condição terrível. Separar-se fisicamente de um narcisista exige muitos esforços. A separação física, entretanto, é só o primeiro passo. A pessoa pode abandonar o narcisista, mas o narcisista é lento para abandonar suas vítimas. Isso, se conseguir abandoná-las.

Mesmo afastado, ele estará lá, espreitando, montando comportamentos que deixam o outro em estado de tensão. Ele torna a existência do outro uma coisa surreal O real perigo que as vítimas dos narcisistas acabam por adquirir é que, elas se tornarão como ele, amargas, egocêntricas e com total ausência de empatia.

A convivência com um narcisista é um dos piores acidentes que pode acontecer a alguém, você dá amor de forma irrestrita, mas ele nunca se sacia e acaba sempre por lhe dar a impressão de que você não tem amor para dar ou não sabe dar amor.
Autor: Carmen N.Kuroviski


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