Mercado e seqüestro de carbono



Estamos presenciando a fragilidade do planeta Terra e, cada vez mais, tendo a certeza de que o mesmo precisa de cuidados especiais para sua continuidade com a vida. Porém, não é o que vem ocorrendo. Parte da sociedade continua explorando o meio ambiente de forma danosa e, muitas vezes, a natureza apresenta-nos respostas em forma de catástrofes. Isso vem ocorrendo em razão de como a sociedade optou por explorar a natureza, ou seja, o fator econômico é o fator determinante.
As enchentes, o buraco na camada de ozônio, as chuvas ácidas, a devastação das florestas, o extermínio de variedades de plantas e espécies de animais, a deterioração da qualidade do ar e da água entre outras, são apenas uma parte da resposta de como o homem vem tratando o ambiente natural.
Um sério problema ambiental que tem ganhado vulto é o aquecimento global do planeta, pois, a partir dele, poderemos ter sérios problemas como o derretimento das geleiras e o aumento no volume das águas do mar e que ocasionaria alagamentos das áreas litorâneas. Há outras conseqüências como o extermínio de parte da fauna e flora em razão da elevação da temperatura.
O conceito de seqüestro de carbono e mercado de carbono consagraram-se na Conferência de Kyoto, no ano de 1997, onde se discutiu formas viáveis de reverter o acúmulo e as emissões crescentes de Dióxido de Carbono (CO2 ) e de outros gases que têm causado sérios problemas, como o efeito estufa e o aquecimento global do planeta. Nessa conferência mais de 160 países discutiram as mudanças climáticas no planeta e a preocupação passou do campo ambiental para o econômico. Há um interesse maior nas florestas tropicais úmidas. Esse é o caso de grande parte do Brasil pelas características da alta taxa de produtividade primária. Cabe lembrar que é na fase de crescimento que as árvores removem e retêm quantidades expressivas de carbono na atmosfera e que reduzem, gradativamente, as taxas quase insignificantes depois de formadas.
A idéia inicial era tributar as emissões de poluição, mas isto afetaria a relação do custo/benefício no setor de produção e quem iria arcar com o custo seria o próprio consumidor. As formas viáveis que pensaram e estão sendo postas em prática são: a) reflorestamento para ampliar o seqüestro de carbono (aqui inclui os sistemas agroflorestais); b) manejo florestal sustentável assim seqüestra carbono e reduz as emissões; c) proteção e conservação florestal contra o desmatamento; e por fim, d) substituição de combustíveis fosseis por biomassa (fontes de energia renovável) assim, reduz as emissões.
A preservação ambiental é um dever de todos. Lembramos que o Protocolo de Kyoto estabelece que os países desenvolvidos devam reduzir suas emissões de gases em 5% abaixo dos níveis do ano de 1990 com o objetivo para o período de 2008-2012. Isso significara a diminuição de centenas de milhões de toneladas por ano, com um custo enorme para estas economias.
Entretanto, há países que preferem pagar para outros países pelo seqüestro de carbono e o Brasil possui uma série de vantagens nessa área, pois receberia por sua baixa emissão de gases e pela enorme capacidade ambiental de absorção e regeneração atmosférica. Em resumo, o mercado de carbono está em franca expansão, basta investir!
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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