Competência



É muito comum nos dias de hoje, ouvir pessoas julgando outras com frases do tipo: “Fulano, é incompetente” ou “Beltrano é competente”.
Quando classificamos uma pessoa de incompetente, imaginamos um indivíduo que não fez uma tarefa da maneira correta ou da forma esperada. Podemos imaginar ainda, um funcionário que está na função errada. Por outro lado, ao classificar uma pessoa de competente, imaginamos um indivíduo que faz tudo conforme o planejado.
Esses julgamentos podem estar parcialmente corretos, porém muitas vezes estão equivocados, pois a arte de se fazer de forma correta é somente um dos três pilares da definição de competência.
Segundo Scott Parry (1998), “competência é o conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades que afetam a maior parte de um trabalho, que se relaciona com o desempenho, que pode ser medido e comparado com padrões e pode ser melhorado através de treinamento e desenvolvimento”.
Em outras palavras, competência é a somatória de três fatores:
1)Conhecimento: Saber, domínio da informação;
2)Habilidade: Saber fazer, técnica, capacidade, experiência;
3)Atitude: Saber agir, querer fazer, determinação.
Na visão de Fleury (2002), “competência é um saber agir responsável e reconhecido que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”.
Uma vez definida a competência humana, que é aquela onde o indivíduo domina os 3 fatores, ela deve ser agregada a uma estratégia, que a transformará em competência organizacional, conferindo vantagens competitivas à organização.
Ou seja, o indivíduo competente é aquele que domina os três fatores citados acima, ou ainda, tem competência para exercer uma determinada função profissional, atingindo os resultados desejados.
O “Fulano incompetente”, citado no início do texto, deveria ser aquele indivíduo em que, um ou mais fatores, não estão plenamente dominados. Por outro lado, como vimos na definição de competência, ele pode ser melhorado através de desenvolvimento e treinamento. É o que muitas empresas têm feito ultimamente com seus funcionários: Transformar funcionários potenciais em competentes através de treinamentos internos e/ou externos.
Aliás, recentemente algumas empresas têm recrutado funcionários através da gestão por competências onde, durante as entrevistas, ela procura descobrir no candidato, se ele possui competência para a função, através da sua real experiência profissional e não somente pelo que o seu Curriculum Vitae informa. Além disso, avaliações de desempenho, sistemas de remuneração e planos de carreira, tem sido avaliados através da gestão por competências.
Portanto, devemos tomar cuidado ao rotular uma pessoa de “incompetente”, pois talvez ela não seja tão incompetente como pensamos, assim como, aquele que chamamos de “competente”, possa não ser merecedor deste título.

Referência:
•Apresentação da aula 3 da disciplina Gestão de Pessoas do MBA em Gestão Estratégica de Negócios; Prof. Richard Flink.
•Apresentação da aula 4 da disciplina Gestão do Conhecimento do MBA em Gestão Estratégica de Negócios; Prof. Gregório Bittar Ivanoff.


Roberto Tadeu Valio é tecnólogo mecânico e gerente de produto da Kennametal do Brasil Ltda.
Autor: Roberto Tadeu Valio


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