Poder de influência da mídia



É nítido para nós como o jornalismo tem sido banalizado no século xx. Sem dúvida que a questão ética tem sido exercida de acordo com a ideologia de cada veículo de informação, tornando-se sempre um assunto em pauta na mídia. No entanto, os profissionais que atuam nessa área sabem que a chamada "liberdade" ainda é algo distante da realidade.

A imparcialidade e a ética não estão conseguindo dialogar no jornalismo. No Brasil e no mundo, o monopólio tem prevalecido nas redações. O ponto de vista de cada veiculo está implícito nas matérias divulgadas diariamente. O mais triste é que como a maior parte da população Brasileira é desprovida de uma educação que possibilite questionar os fatos, simplesmente engolem o que é posto na mesa.

É polêmico abordar esse assunto, mas os leitores devem ser alertados quanto ao que se passa nas redações. Fazemos parte da "Era da Informação" determinada pelas relações de produção, experiência e poder.

"A informação deve poder circular. A sociedade da informação só pode existir sob a condição de troca sem barreiras. Ela é por definição incompatível com o embargo ou com a prática do segredo, com as desigualdades de acesso á informação e sua transformação em mercadoria", Armand e Michèle Mattelart. História das teorias da comunicação.

A necessidade de exclusividade e imediatismo das informações tem gerado em vários veículos, mas principalmente na internet notícias sem apuração. A pressão para se ter um furo de reportagem é tão grande que muitas vezes os danos podem ser irreversíveis.

Os jornais são os principais promotores da agenda do público. Definem amplamente o âmbito do interesse público, mas os noticiários televisivos não são totalmente desprovidos de influência. A televisão tem um certo impacto, a curto prazo, na composição da agenda do público. O melhor modo de descrever e distinguir essa influência será, talvez, chamar agenda setting a função dos jornais e enfatizar a televisão. O caráter fundamental da agenda parece, freqüentemente, ser estruturado pelos jornais, ao passo que a televisão reordena ou ressistematiza os temas principais da agenda (McCombs, 1976, 6).

O estudo sobre a distorção involuntária põe-se em destaque um tipo de deformação dos conteúdos informativos não imputável a violações da autonomia profissional, mas, sobretudo ao modo como está organizada, institucionalizada e é desempenhada a profissão de jornalista. Autonomia profissional e distorção da informação surgem como duas faces da mesma moeda: a perspectiva é muito mais radical do que aquela que, remetendo toda a deficiência a manipulação da cobertura informativa exclusivamente para pressões e influências externas, se priva da possibilidade de captar o funcionamento da distorção inconsciente, ligada às praticas profissionais, as rotinas produtivas normais, aos valores partilhados e interiorizados acerca do modo de desempenhar a função de informar.
Autor: Camila Vassalo


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