Futebol Empresa, quanto estamos perto?



Este texto traz informações básicas sobre quais são as necessidades e dificuldades para a evolução do futebol como empresa no Brasil.

Atualmente o futebol brasileiro tem mostrado vários times em crise, com altos investimentos e resultados negativos, isto nos leva a questionar a forma como são administradas as equipes de futebol no Brasil.
As tentativas de transformar os clubes em empresas, através de leis, como na Itália, Espanha e Inglaterra, encontram sérias dificuldades. A maior delas é o interesse de dirigentes, em manter a atual situação, que lhes permite gerir/manipular dinheiro alheio.
Ao avaliar essa situação pode-se afirmar que independente do aspecto legal, muito pode e deve ser feito, para melhorar a administração do nosso futebol.
É preciso a profissionalização da sua administração, que vem sendo feita de forma amadora e com paixão clubística.
É necessário planejar, controlar e avaliar o clube, utilizando-se técnicas atualizadas em finanças, recursos humanos e marketing.
Deve-se realizar um planejamento para estabelecer estratégias a curto, médio e longo prazo, com políticas bem definidas e participação dos diversos segmentos que compõem uma agremiação esportiva. Deve-se avaliar os concorrentes e por mais contraditório que possa parecer, os concorrentes precisam estar fortes, para que um campeonato possa ser rentável. Ao contrário os nossos dirigentes preferem, dentro da sua paixão clubística, que o concorrente se enfraqueça.
As quantias movimentadas pelos nossos clubes merecem melhores controles e auditorias mais freqüentes. Considerando os patrimônios e os balanços dos grandes clubes, perguntamos; Como isto pode estar sendo gerido por amadores apaixonados?
Uma empresa moderna e competitiva se administra através de um orçamento bem preparado, com maior preocupação na aplicação dos recursos e com redução de custos.
Muito pouco de psicologia, pedagogia e sociologia têm sido utilizado na administração de nossos clubes. Certamente com a aplicação dessas ciências, estaríamos revelando muito mais craques, na expressão total da palavra.
Com foco na satisfação do cliente deve-se procurar atender os desejos do torcedor como transporte, estacionamento, alimentação, segurança e processos de comunicação modernos e eficazes agregando-lhes novos valores e gerando lucro.
As mudanças que estão ocorrendo e ocorrerão no país e no mundo, exigem atitudes muito diferentes das atuais, sob pena, para aqueles que não se modernizarem, não terem perenidade.

Independente da transformação dos clubes em empresas, através de leis, nossos clubes deveriam, por intermédio de seus associados, diretoria e conselhos, efetuar modificações urgentes na forma de administrar essas entidades, procurando novos caminhos para torná-los viáveis, fortes, permanentes e vencedores.

Entendo que, apesar de alguns clubes brasileiros estarem apresentando bons resultados como empresa, ainda existe muito a se fazer, principalmente no aspecto cultural, para que o futebol brasileiro tenha empresas rentáveis e com continuo crescimento.



Hélio Duran Campos é estudante do Curso de MBA em Gestão Estratégica de Negócios da Universidade de Sorocaba e Engenheiro da Qualidade de Fornecedores da SiemensVDO.
Autor: Hélio Duran Campos


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