Sedução dos perfumes e o seu progresso
A cada ano mais fragrâncias são descobertas nos laboratórios. A tecnologia se tornou uma forte aliada na busca da beleza e bem estar. Entretanto, os perfumes franceses ainda lideram a preferência da elite em todo o mundo. As embalagens cada vez mais ousadas revelam também um pouco da personalidade do usuário.
As primeiras referências ao perfume remontam às antigas civilizações. Próximo, especialmente à do Egito. Os egípcios reservavam fragrâncias para os mortos e os deuses, a ponto de dentro dos templos serem construídos laboratórios destinados à preparação desses aromas. Naquela época o perfume tinha um papel muito importante nos rituais próprios dedicados aos deuses. Só podiam dispor dele os grandes sacerdotes ou os reis.
Na Grécia Antiga já se valorizava a higiene e a beleza, e é dali que vem o costume, mantido até hoje, de jogarem-se pétalas de rosas nas tumbas como símbolo de vida eterna. Quanto à arte da perfumaria já se usa olíbano, mirra, canela, cravo, benjoim e sândalo com o intuito de sedução século IV.a.c.
Entretanto, na Roma Antiga é que tais usos se perpetuam e o hábito de tomar banho se estabelece como ritual cotidiano de limpeza física e espiritual. Surge o sabonete, que naquela época chamava-se sapo, uma mistura de gordura de carneiro, cinzas de ervas queimadas e óleos essenciais.
A evolução da indústria de perfumaria tem acontecido de forma cronológica e década após década, e com isso as preferências da humanidade com relação aos aromas também têm evoluído.
Mulheres sufocadas em espartilhos, perfumadas com aromas discretos e suaves. Em 1890 foi o auge das fórmulas elaboradas com uma só flor e das águas de colônia frescas, em embalagens românticas. Até que em 1889 surgiu o perfume Jicky, de Guerlain, o maior frisson nas dondocas e dândis da época, no entanto, essa fragrância era recomendada para as mulheres ousadas e desportivas.
De olho na burguesia, loucas por novidades, os laboratórios começam a processar aromas sintéticos que simulam os naturais e, pouco a pouco, os perfumes, até então caríssimos, se tornam mais acessíveis.
Em 1900 houve a primeira tentativa de colocar a arte de vender na perfumaria, assim como a união de moda e perfumes, porém, na hora de criar novos aromas, prevaleciam as idéias de luxo e sensualidade.
Caron, com seu Narcisse, evocava ternos desejos de conquistas, com suas notas quentes e doces e é neste momento que os perfumes começam a ser pensados e idealizados nos ateliês parisienses da Haute Cotture.
Em 1920, ao som do Charleston e na onda dos cortes de cabelo a la Garcome, surge o imortal Chanel n°5 com suas eternas notas de rosas, jasmim e aldeídeos, assim como os grandes elásticos que sobrevivem até os nossos dias.
O conceito de perfumaria muda radicalmente, da fórmula ao rótulo. Com tal sucesso era de se esperar que esta obra de arte, em pouco tempo se transformaria em sucesso.
Em 1990 foi a vez de uma geração de estilistas irreverentes e isto se reflete no mundo dos perfumes como com o frasco-busto em forma de espartilho, de Jean Paul Gautier ou com o lançamento de Angel de Thierry Mugler, com um cheiro guloso de caramelo, mel e chocolate, embalado em um magnífico frasco estrela. A concorrente da nova era traz um cheiro de ozônio. Escape, de Calvin Klein, Dune e Éden. Mas o hype dos anos 90 é, sem dúvida, CK One.
O desenvolvimento tecnológico chega aos nossos dias com fabricas totalmente robotizadas e, a partir de planejamentos técnicos extremamente precisos os artistas já encaminham suas idéias prontas – porém um grande perfume pode levar até três anos para o seu lançamento no mercado – mercê de todos os cuidados técnicos e tantas mudanças quanto à qualidade.
Hoje as fragrâncias modernas copiam ao máximo a natureza, diferenciando notas originais de maneira diferente; é a chamada tecnologia Living Flower, ou seja, aromas captados das flores ainda no pé.
Sem duvida as fragrâncias tem marcado a historia da humanidade em todo o mundo, causando fascínios e despertando desejos. Agora é só escolher o que mais combina com seu estilo e partir para o ataque.
Autor: Camila Vassalo
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