Reengenharia X Qualidade



“É preciso mais energia e muito mais trabalho para passar da incompetência para a mediocridade do que para melhorar o desempenho da primeira classe para a excelência”. (Peter Drucker)

Este artigo não pretende comparar nem confrontar os conceitos de Reengenharia e Qualidade, até porque é descabida a tentativa, e sim conceituar e evidenciar as premissas concernentes aos dois propósitos.

Michael Hammer - o pai da reengenharia, apregoa: “o objetivo da reengenharia são os processos, não as organizações” ... “Reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho...”. (1994)

F. Taylor, H. Fayol, A. Smith, W. Durant, A. Sloan e outros deram ênfase à estrutura organizacional e à produtividade, até porque naquela época (início do séc. XX) a necessidade era “produzir mais com menos”, uma vez que a demanda era maior que a oferta; contudo, privilegiaram a departamentalização sugerindo às organizações a orientação por tarefas que são empreendidas no cerne dos departamentos, ao invés de orientadas aos processos como sugere Hammer.

A grande maioria do processos de obtenção de produtos e serviços está centrada no método, objetivando a eficiência ao invés de estarem centrados no cliente, focando a eficácia. Portanto, não adianta melhorar o que está sendo feito de forma equivocada, tem-se que recriar o processo - talvez esse fosse um bom lema para a reengenharia!

Quanto à qualidade, quiçá a referência mais antiga do conceito esteja no código de Hamurabi (2.500 a.C.) onde “um artesão que construísse uma casa e ela desabasse provocando a morte do morador, seria imolado”.
Inúmeras são as acepções do vocábulo qualidade:
- "Produto(s) e / ou serviço(s) com eficácia";
- "Valor que produtos similares não possuem";
- "Fazer correto da primeira vez";
- "Maior relação custo / benefício";
- "Conformidade com as exigências do(s) cliente(s)";
- "Adequação ao uso";

A norma ISO 9000 define qualidade como “todas as características de um produto ou serviço que são exigidas pelo consumidor” e o manejo de qualidade como “o que a organização necessita assegurar que seu produto tem em conformidade com as exigências do consumidor” (2000). Já a norma NBR ISO-8402 / 1986 define qualidade como sendo: "Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas".

"Qualidade é alcançar a excelência". Um pensamento de Aristóteles poderia ser o lema da nossa qualidade pessoal: “Somos o que repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um feito, mas um hábito”. Os preceitos da qualidade não pretendem melhorar um produto e sim dar conformidade aos requisitos previamente definidos.

Diferenças básicas:
- Reengenharia é a deliberação da organização em melhorar radicalmente;
- Qualidade é a deliberação da organização em melhorar continuamente;
- Reengenharia é uma intervenção cirúrgica
- Qualidade é um tratamento homeopático;
- Reengenharia é uma metodologia;
- Qualidade é uma filosofia;
- Reengenharia é um recomeçar;
- Qualidade é um continuar;
- Reengenharia é um projeto;
- Qualidade é um processo;
- Reengenharia é prescritiva;
- Qualidade é colaborativa;

Pensadores
- Ocidentais: Juran (adequação ao uso), W.E. Deming (QT/PDCA), A.V. Feigenbaur (TQC), D. Gavin (5 abordagens da qualidade), P. Crosby (adequação aos requisitos)...
- Orientais: M. Imai (Gemba kaizen), T. Ohno (ohnoísmo/toyotismo), Ishikawa (TQC), G. Taguchi (Engenharia da Qualidade).
Kaizen (kai = mudança; zen = bom, melhor - mudança para melhor).
Filosofia da melhoria contínua no trabalho (lema - não passar um dia sem implementar uma melhoria)
- 5’S: atitudes de auto-disciplina e organização no local de trabalho (gemba);
- JiT: just in time – pronto suprimento para redução de estoques; (logística);
- Kanban (cartão): auto-suprimento na linha de montagem;
- 6 Sigmas: busca do zero-defeito (Motorola);
- CCQ: círculos de controle de qualidade (pelos próprios colaboradores);
- CEP – controle estatístico do processo.
- TQM: gerenciamento da qualidade total (engloba todas as técnicas acima);

XIMMVI



XIMMVI
Autor: Wagner Herrera


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