Pulsantes
Correm em minhas veias
Enquanto tenho as mãos atadas
Por grossas cordas,preso ao tronco
O castigo espera,
O chicote reluz,quando sobe ao alto do cruzeiro
E desce cortando a carne severo.
Os risos de ameaça são ouvidos por todos os lados
Um só gemido o negro não solta
Pois é valente até no tronco da morte.
Que os céus ouçam a minha prece e que
Os anjos transmitam ao criador,
Que a minha dor se transforme em luta
E que o branco jamais seja dominador.
O corpo derrama suas últimas gotas de sangue qualhado
No leito de morte!
Quem dera eu pudesse fazê-lo beber todo esse sangue
Derramado,para sentir o gosto da derota,
Derrota de um corpo preso pela cor
Embora seu espírito ande livre pelo espaço a dentro.
Autor: Antonio Luiz Ribeiro Gomes
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