Que país é esse?



Esse é mais um desabafo do qualquer outra coisa – artigo, texto, comentário, coluna – motivado pela minha revolta com o meu país, o país do futuro que nunca chega. Ouço essa ladainha desde meus tempos de menino, e esperava que ao chegar aos meus 27 anos, esse futuro já teria chegado. Mas não chegou! E pelo visto não vai chegar nem para o meu futuro neto, muito menos para o meu futuro filho.
Ouvi hoje no rádio algumas notícias que mostram bem isso:
A primeira: “Folha de São Paulo – Supremo derruba cláusula de barreira” Tenho certeza de que muitos brasileiros não sabem nem do que se trata a cláusula de barreira, esse é o primeiro motivo que me fez destacar essa notícia. Por que muitos brasileiros não sabem do que se trata? Faço essa afirmação após uma pequena entrevista com cinco pessoas do meu trabalho. Apenas um sabia! Faça as contas e pode contar comigo: simplificando dá um 1/3. Isso em um ambiente de trabalho de escritório, onde todos possuem um mínimo de instrução, mas que se importam mais com o que vai acontecer na novela das oito ou quem vai ser o próximo reforço do “mengão”, do que com os rumos que tomam o nosso país. A cláusula de barreira seria um importante passo para começarmos a moralizar o nosso sistema democrático. Que possui 29 partidos políticos que só servem aos interesses de quem quer um cargo político, porque a história do Brasil ensinou aos brasileiros que esse é um cargo em que se ganha muito, trabalha-se pouco e você ainda se aposenta rápido. Infelizmente o poder executivo e legislativo eleito por nós, não nos representa. Não defendem nossos interesses e nem vão defender. Porque sabem que estão em um país que alguns dias depois nem lembra em quem votou. E nem sabe direito porque votou na pessoa, ou que faz um deputado federal ou o presidente. Sabem que vivemos uma falsa democracia que obriga aos cidadãos votarem mesmo sem vontade ou consciência política. Política essa confusa e de difícil entendimento gerado pelo número enorme de partidos, pela infidelidade partidária, pelo jogo de interesses e de poder.
A segunda: O Globo – FAB não tem nenhum técnico capaz de resolver pane aérea.
O problema da aviação dos últimos dias apenas joga no ventilador toda a nossa incompetência, falta de planejamento e despreparo da máquina administrativa. Essa notícia só vem demonstrar isso. Não temos nenhum técnico capaz, porque não investimos em educação. E chego a conclusão de que não é de interesse do poder investir. Pois muitos dos que estão no poder hoje, só estão graças aos votos de um povo deseducado. Se tivessem educação, esse pode adquirira através dos livros a consciência política necessária ao voto. E não elegeríamos mensaleiros, corruptos, preguiçosos, usurpadores do patrimônio público. Hoje no Brasil não temos serviços públicos decentes graças a esses que lá estão e nada fazem para a Nação. Veja a contradição em que vivemos: pagamos uma carga tributária abusiva, mas para termos escolas decentes temos de recorrer ao ensino privado, para um atendimento médico decente temos de pagar planos de saúde, para ter estradas e avenidas decentes temos de pagar pedágio, para uma aposentadoria decente temos de fazer um plano de previdência privada, afinal para que eu pago imposto?
A terceira: O Dia (RJ) – Último mensaleiro é absolvido. Ladra de manteiga pega 4 anos.
Nem preciso falar muito, apenas que no Brasil se absolve um mensaleiro que desvia mais de 4 milhões de reais e se condena um pobre coitada que furta uma manteiga de 3 reais. Não que a última não devesse ser punida. Apenas uma constatação de que no Brasil a justiça só se aplica as classes média e baixa. A classes altas não são enxergadas pela justiça e tudo podem fazer. Não quero absolvição da ladra de manteiga, só queria que o mensaleiro também fosse condenado. E uma condenação proporcional. Se quem rouba uma manteiga de três reais pega quatro anos, quem rouba 4 milhões pegaria? No Brasil não pega!

Abraço a todos,
João Cláudio
Autor: João Cláudio de Oliveira Gonçalves


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