Determinação da Intensidade de Esforço em um Set do Jogo de Peteca, utilizando como parâmetro a Frequência Cardíaca



1 – INTRODUÇÃO
A peteca quase exclusivamente desenvolveu-se em Belo Horizonte onde seus adeptos praticam mais de três vezes por semana, o que demonstra seu potencial de aceitação. É mais admirável se considerarmos que a maioria absoluta de seus praticantes é formada por pessoas de nível universitário na faixa de idade compreendida entre os 25 e 60 anos, público este tradicionalmente arredio a qualquer esporte (BORGES, 1980).
A freqüência cardíaca é o método mais prático, confiável e preciso para o controle da intensidade adequada do esforço (SANTOS et al., 2005).
Para montagem de programas de qualquer modalidade esportiva é necessário o estabelecimento de alguns componentes que são aplicáveis ao desenvolvimento dos exercícios (ACSM, 1996). Um destes é a freqüência cardíaca, um método prático, confiável e preciso para o controle da intensidade adequada do esforço (SANTOS et al., 2005).

1.1 – Objetivos

Evidenciar a intensidade de esforço (IE) dos atletas no jogo de peteca, utilizando como parâmetro a freqüência cardíaca (FC).

3 – METODOLOGIA

Para a realização do trabalho utilizou-se uma pesquisa descritiva. Das muitas técnicas de pesquisa descritiva, a mais preponderante é o questionário. Outras formas de pesquisa descritiva, incluem a entrevista, o levantamento normativo, o estudo de caso, a análise de trabalho, a análise documental, os estudos de desenvolvimento e os estudos correlacionais. Dentre os tipos de pesquisa descritiva foi utilizado a pesquisa correlacional.
A proposta da pesquisa correlacional é a descrição da intensidade do jogo de peteca tendo como parâmetro a FC durante seu desenvolvimento.
A proposta da pesquisa correlacional é examinar o relacionamento entre certas variáveis de performance, como freqüência cardíaca e índices de fadiga percebidos; o relacionamento entre traços como ansiedade e tolerância ‘a dor; ou correlação entre atitudes e comportamentos, como na atitude voltada para a aptidão (THOMAS & NELSON , 2002).

3.1 – Materiais

- Cronômetro
- Cardio-freqüencímetro S610i
- Rádio
- CD para impor ritmo de corrida durante o teste Fita para medir a distancia a ser percorrida no teste máximo
- Lápis registrando o nível em que se encontram no teste
- Peteca
- Rede de peteca
- Apito

3.2 – Amostra

3.2.1 – Critérios de inclusão

Foi composta por seis jogadores de peteca do gênero masculino de Belo Horizonte com faixa etária variando de 30 a 40 anos de idade e com tempo de prática acima de 5 anos e com treinamento de no mínimo três vezes por semana.

3.3 – Instrumentos

Foi aplicado aos voluntários um teste de esforço máximo, aplicado através do método Yo-Yo Test Intermmitent e um cardio-freqüencímetro para registrar a freqüência cardíaca dos mesmos durante o jogo e o teste.
3.4 – Procedimentos

Os atletas receberam uma explicação sobre os objetivos da pesquisa e em seguida assinaram um termo de consentimento para a participação.
Primeiramente, foi marcado um dia onde os voluntários passaram pelo teste de esforço máximo aplicado através do método Yo-Yo Test Intermmitent e suas freqüências cardíacas foram coletadas durante todo o teste através do cardio-freqüencímetro.
Uma nova data foi marcada para realizar a coleta da freqüência cardíaca dos atletas durante o jogo de Peteca.
Para a determinação da freqüência cardíaca durante o desenvolvimento do jogo foi utilizado o cardio-freqüencímetro Polar S610i, sendo esta registrada a cada 5 segundos.
Foi realizado um jogo simulado em duplas seguindo as seguintes regras da FEMPE, onde ganha a dupla que fizer 12 pontos primeiro, sendo que os atletas terão no máximo 30 segundos para a obtenção do ponto levando o jogo a uma duração máxima de 16 minutos.

3.5 – Cuidados Éticos

A participação foi voluntária, os atletas foram informados sobre o objetivo da pesquisa e esta teve caráter anônimo. Os atletas que se propuseram a participar tiveram que assinar um termo de consentimento (anexo – 3).


4 – RESULTADOS

Nesta parte do trabalho, serão abordados os resultados encontrados durante o teste máximo e o jogo, apresentados em tabelas e gráficos. Os dois atletas (dois e seis) avaliados em datas diferentes, deve-se ao fato da falta de disponibilidade de materiais para a coleta de dados. Vale ressaltar que todos os atletas da amostra são fisicamente ativos, e possuem nível técnico equivalentes.


TABELA 4 – Freqüências cardíacas do jogo.
Atletas
1 2 3 4 5 6
BPM repouso 65 68 61 73 75 68
0 a 4 min 142 154 143 136 146 152
4 a 8 min 157 186 153 160 165 172
8 a 12 min 154 163 157 169 176 170
12 a 16 min 149 187 162 169 173 180
Média 151 173 154 159 165 169
Desvio Padrão 7 17 8 16 13 12
Coeficiente de Variação 4,63 9,83 5,19 10,06 7,88 7,0

4.3 – Determinando a intensidade de esforço


TABELA 5: Determinação da intensidade de esforço.
Atletas Média
1 2 3 4 5 6 Geral
Média - bpm 151 173 154 159 165 169 161
FC Máxima no Teste - bpm 180 189 182 184 190 194 187
FC Máxima no Jogo - bpm 174 197 170 177 182 192 182
Intensidade de esforço - % 83,6 87,6 84,5 86,1 86,8 86,9 86

6 – CONCLUSÃO

A intensidade média encontrada no presente estudo foi superior a intensidade estimada no mesmo, dá-se então a importância de novos estudos no esporte.
Os resultados encontrados servem para os técnicos organizarem seus treinamentos de acordo com a exigência da modalidade.
Por fim, a partir dos resultados encontrados pode-se sugerir que próximos estudos sejam realizados para que essa modalidade tão praticada nos últimos anos possa se desenvolver cientificamente.

REFERÊNCIAS

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE – ACSM. Teste de Esforço e Prescrição de Exercício. 4. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 1996.
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position statement on the recommended quantily and quality of exercise for developing and maintaining fitness in healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v.10, p.VII-X, 1978.

BOMPA, T. O. Periodização: teoria e metodologia do treinamento. 1ª ed. São Paulo: Phorte, 2002, 423p.

BORGES, E. A. Mantenha sua Forma Física. Editora Comunicação, 1980, 13p.

BRITO, S. G. Manual de Orientação. Rio de Janeiro: EsEFEx, 1999.

DAIUTO, M. Pequenos esportes. CIA. Brasil Editora, 1961, 36p.

FEDERAÇÃO MINEIRA DE PETECA. Histórico da peteca. Minas Gerais, 1975. Disponível no site: . Acesso em: 18 out. 2006.
Autor: Faure Araujo


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