Mulher: Ultrapassando Barreiras Para a Conquista da Carreira Profissional



Quem caminha pelos corredores do ensino superior logo percebe a presença massiva de mulheres entrando e saindo das salas, assistindo aula ou mesmo discutindo entre si teorias como as tão conhecidas teorias freudianas. Existem áreas, como a de Psicologia, que parecem não ser atrativas aos olhos masculinos, fazendo com que a maioria dos matriculados no curso seja do sexo oposto.

Mas a presença feminina na universidade nem sempre foi tão marcante assim. Houve uma época em que o homem dominava em todas as áreas da ciência. Desde seu surgimento, por volta do século XV, até meados do século XX a ciência era tida como área de acesso exclusivo do homem e foi com o despertar da humanidade, com a luta pela igualdade de direitos, que a mulher começou de fato a ter acesso à educação com a possibilidade de construir uma carreira profissional.

O século XX representou o período de ascensão para a mulher e o movimento feminino desencadeado na França teve seu apogeu garantindo a ela direitos até então pertencentes apenas ao homem. No atual século a quadro vem se alterando em favor da mulher, que conquista cada vez mais respeito e espaço na sociedade culturalmente machista.
Com base em pesquisa realizada pelo IBGE, 1971, até o final da década de 70 havia apenas 37% de mulheres inseridas no ensino superior. Já na década de 1989 este quadro inverteu passando para 52,9% a sua participação.

A revolução feminina trouxe grandes transformações no âmbito social e hoje o homem precisa se adaptar aos novos moldes do mercado de trabalho, que tem colocado o “sexo nada frágil” à frente, fato que pode ser confirmado em muitas áreas do conhecimento, incluindo a já citada psicologia.

De acordo com pesquisadores como Ferretti (1976), existem três tipos de profissões: masculinas, femininas e neutras. Isto possivelmente explica o fato de que em muitos cursos quase não se encontra homens. A Psicologia, segundo o autor, é a quarta carreira considerada feminina, pertencente à subdivisão extremamente feminizada (predomínio de 80% das mulheres).

Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), segundo estatísticas, estão atualmente matriculadas 161 mulheres e apenas 37 homens, ou seja, a grande maioria dos estudantes matriculados no curso de psicologia são mulheres. “Com certeza há uma predomínio de mulheres no curso de psicologia (acredito que nenhuma sala tem mais de seis homens), sendo que esse número tende a diminuir com o decorrer dos períodos, Na minha sala, por exemplo, inicialmente havia cinco meninos e hoje, no quinto período, há apenas três, dos quais apenas dois entraram junto com a turma; o outro pertence a outra turma”, comentou a estudante Luciana Sousa.

O Curso de Psicologia envolve o estudo dos aspectos psicológicos da vida humana, buscando sempre descrever, analisar e explicar as mais diferentes formas de comportamento. De acordo com a psicóloga Andreza Machado, a própria pratica profissional faz com que o homem construa preconceitos em relação ao curso e por isso não se interessam pela área. “Isso surge a partir da própria visão que a sociedade tem em relação ao curso e ao profissional de Psicologia, uma vez que essa profissão exige certa sensibilidade entre outras características normalmente encontradas em mulheres, ou associadas a elas. Assim, criou-se um estereotipo de quem deve e pode ser psicólogo, neste caso, a mulher”, declarou.

A psicóloga Andreza ainda acrescenta que na cidade de São Luís, percebe-se um considerável número de psicólogos, inclusive nas Universidades, ministrando disciplinas. Porém, ainda é muito reduzido quando comparado ao número de profissionais do sexo feminino.

Apesar do grande avanço feminino na área da ciência, acrescentando o fato de que a mulher predomina em muitos setores como o de psicologia, ela continua sendo alvo de discriminação, pois a sociedade ainda apresenta resquícios de uma época machista e preconceituosa. A mulher derrubou muitas barreiras, mas infelizmente precisa conviver com o fato de receber salários muitas das vezes inferiores ao dos homens, atuarem em áreas de trabalho restritas entre outros aspectos discriminatórios.
Autor: Natália Souza


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