Admirável Mundo Novo



Clareza no texto, objetividade e sensatez com o assunto. É assim “Admirável mundo Novo”, lançado em 1932, tendo a sua segunda impressão em 2001 pela editora Globo. Seu autor, o inglês Aldous Leonard Huxley passa para o leitor, com certa naturalidade para a época, de quanto as técnicas biológicas e o conhecimento científico iriam mudar as sociedades futuras.

Em um dos parágrafos do livro é abrangido de forma extremamente lúcida, um fato bastante atual para os nossos dias -a clonagem- é claro que no texto por modos e vias diferentes. “Resolvidos por meios de Gamas típicos, Deltas invariáveis e Ipsolons uniformes. Milhões de gêmios idênticos.”

Finalizando de maneira mais clara e comparativa para os dias atuais. “O princípio de produção em série enfim aplicado à biologia.” Ainda em vários parágrafos o autor trata de forma ostensiva o que para ele seria um “tema planetário”, a tranqüilidade do nosso planeta, no texto resumido em três palavras; Comunidade, identidade e estabilidade.

Com muita habilidade textual e aparente profundo conhecimento sobre o assunto o autor nos coloca de lado com o mundo da genética com explicações que nos mostram no ponto de vista da ficção-genética ou científica como o mundo poderia mudar a partir da fecundação.

Parte do livro se passa em um edifício “cinzento e achapado”, onde o Sr. Foster, entre outros, explica para um atento grupo de estudantes como será a evolução científica da humanidade, inclusive questionando Deus personagens e fatos históricos. Com diálogos claros e precisos, o livro mistura ficção com poesia. Onde uma das partes mais marcantes é onde o personagem Helmholtz recitou: “Natureza única e duplo nome, que não se chama dois nem um”.

Depois de setenta anos de sua publicação a obra de Aldous continua atual, com temas que abrangem drogas, família, genética e velhice.
É claro que podemos distinguir uma obra de ficção atual com essa, de época. Porém esta é impecável. Com destaque também para a tradução. E em outras palavras, para salvar o mundo da ignorância segmentada e até da arrogância tecnocrata, ler será o melhor remédio. E esse vale a pena.
Autor: Marcel Scinocca


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