Clerical é o maior progenitor português



É sobejamente normal os encapuçados traçarem as acções das suas vivências invertendo aquilo que professam. A hipocrisia religiosa atinge excessivas vezes as proporções inimagináveis da mais mais fértil criatividade Humana. O celibato é apregoado na Igreja Católica como uma verdade incontornável das vivências das sotainas, tendo como bases uma suposta virgindade de Jesus Cristo. Quanto a essas bases, desconhecem-se, mas poderá presumir-se que algures nos arquivos secretos do Vaticano estejam milhares de cd´s contendo um qualquer reality show de baixo orçamento baseado nas gravações de 24 horas por dia da vida do messias. Também se poderá encontrar, quem sabe, as gravações do mesmo reality show envolvendo a sua mãe virgem e comprovando essa mesma virgindade acompanhada de uma gravidez que tem como paternidade o pombo-correio de nome Espírito Santo.

No século IV teve lugar um tal de Concílio de Elvira, que começou a impor na Igreja Católica, pela mesma, o celibato entre as sotainas, mediante as leis abstractas que tão bem caracterizam as irracionalidades religiosas, “continência sob pena de degradação”. Alguém mais desinformado destas lides religiosas poderia estranhar um clerical passar uma vida inteira sem urinar, e quem sabe algumas mentes mais abertas às fantasias religiosas poderiam considerar uma plausível miraculosa acção divina de esvaziamento de bexigas sem pingas no tampo da sanita.

Entre 1545 e 1563 realizou-se o concílio de Trento, que voltou a definir o celibato como uma lei inerente ao exercício da profissão clerical. Muito se poderia extrair e divagar sobre este conceito antinatural que atormenta as libidos de tantas sotainas, e que posteriormente se poderá declarar como desarranjo mental grave, que associado à religiosidade poderá obter contornos bastante explosivos, como violações e pedofilia. Mas tal não é necessário dissecar, pois o escrito se foca essencialmente no incumprimento de tais regras.

Deduzindo que ninguém terá obrigado debaixo de armas o padre Francisco Costa a enveredar pela lucrativa e socialmente vantajosa carreira clerical, extraímos uma das mais puras e excelsas hipocrisias católicas. A sotaina referida anteriormente foi o maior progenitor português. Para quem queria seguir os caminhos da religião católica, é interessante descobrir como os trilhos da religiosidade são percorridos inversamente pelos seus mentores. Enquanto inocentes eram queimados vivos e sujeitos às piores torturas imaginadas exclusivamente pelas mesmas sotainas, o encapuçado Francisco Costa deleitava-se com os prazeres terrenos. Quem sabe não iria assistir aos espectáculos católicos flamejantes enquanto descansava de tão extenuantes actividades.

O prior da cidade medieval de Trancoso, conseguiu conceber 275 filhos em 54 incubadoras no século XV. Entre as incubadoras encontravam-se a sua própria mãe, que também não escapou às libertinagens do demente sexual. Para além da sua própria progenitora, na qual gerou 2 filhos, o encapuçado manteve relações sexuais com 29 afilhadas, 9 comadres, 7 amas, 2 escravas, 5 irmãs e uma tia.

O cenário é interessante para conjecturas imensas e numerosas. Perante este cenário, a palavra poligamia torna-se transcendental, assim como as palavras violação e incesto. Não querendo levantar falsas acusações, conjecturava uma situação de paternidade complexa, com a necessidade de memorização de 329 nomes, 329 datas de aniversário e outras explorações da complexidade cerebral em termos improváveis.

Adjectivar estes actos torna-se desnecessário, tão evidentes eles se adjectivam a si mesmos. A justiça medieval foi efectuada em contornos de real repressão à libertinagem do clerical. A justiça impôs-se em grande perseverança e dignificando Portugal e a Igreja Católica em completa condenação da libertinagem da sotaina!

Mas muitas vezes a esmola é grande e o pobre desconfia, tal qual se antecipa uma premonição de que uma condenação de tais actos em tal época espácio-temporal seria extremamente improvável. Pois então se confirma a desconfiança, sabendo que tais condenações existiram… No papel…

Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo extraímos essa condenação. “Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado, o seu corpo expostos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido: com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e setenta e cinco, sendo cento e quarenta e oito do sexo feminino e cento e vinte e sete do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e quatro mulheres”.

Tal condenação foi perdoada no mesmo ano pelo rei D. João II que ordenou a absolvição do demente. Tal perdão foi associado a uma ainda mais escabrosa conduta, o aplauso e gratificações perante tais actos, com a simples frase: “O padre Francisco Costa contribui para o povoamento da Beira Alta”. Escusado discursar e dissertar sobre imoralidades de tal situação, tais as evidências hediondas que se emanam das pérfidas demências religiosas.
Autor: Bruno Resende


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