Rascunho da Vida



Pensando no dia de amanhã, começo a levantar suposições no dia de hoje, e percebo que nada é certo. Como serei? Crescerei mais alguns centímetros, ou terei que contentar-me com minha altura? Conseguirei minha realização profissional? Serei uma boa mãe? Farei da vida dos que me rodeiam um fardo ou um alívio? De fato, ainda não consigo responder a tais questionamentos. E nem quero. Pelo menos por enquanto.

Talvez daqui a dez anos as coisas mudem bastante. Provavelmente, meus ideais e suposições passem por uma fase metamórfica, ou simplesmente, por alguns reajustes. Certamente não abrirei mão de muitas amizades. Mais certo ainda, é que muitos abrirão mão da minha. Não me importo desde que em algum momento tenha feito a diferença em suas vidas. Quem sabe...

Muitos me perguntam o que aspiro para o futuro e sem dificuldade respondo. “Tem certeza que conseguirá?”. Não. Não tenho certeza. Apenas procuro seguir meu caminho, mesmo que a estrada esteja esburacada, os problemas tentem tirar minha motivação, o sol tente desidratar minhas emoções e os espinhos tentem furar meus pés. Quem sabe...

Sigo adiante. Sonho em poder pegar uma criança no colo e dizer “Você é minha”, mesmo não sabendo o que ela me fará no futuro. Sonho em construir um lar seguro e feliz, poder ver o pôr-do-sol inúmeras vezes, fazer os que estão perto de mim felizes, como se cada dia fosse único e cada segundo uma eternidade. Também sonho com um mundo pacífico. É impossível? Não. Quem sabe um dia verei...

Quanto à minha aparência, gostaria muito de permanecer normal, nem de mais, nem de menos. Apenas na medida certa. Quanto às minhas conquistas, quero consegui-las dignamente, sem a pretensão de ser melhor do que os outros. Quero ser uma pessoa saudável, paciente, engraçada, discreta, de bom gosto, perspicaz e atual. Às vezes querer não é poder, mas é o “querer” que nos leva adiante. Quem sabe...

E é assim como desejo me ver daqui a dez anos. Não sei se meu tamanho ganhará alguns centímetros. Se não acontecer, não me abalarei, sempre poderei usar um salto alto. Não sei se meus filhos terão uma mãe exemplar, mas sei que nunca poderão dizer que não tentei. Em relação às outras suposições, não me preocupo agora, pois para cada dia existem as dificuldades certas. Quem sabe? Eu sei! E estou vivendo o hoje, que influenciará fortemente o amanhã. E o amanhã, será simplesmente o resultado do rascunho feito no ontem.


Renata Jorge Carneiro
24 de setembro de 2006
Autor: Renata Jorge Carneiro


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