INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA URBANA



A violência Urbana encontra atalhos e se instala no interior das cidades brasileiras.
Segundo pesquisa do Sociólogo Argentino Julio Jacobo Waiselfisz, consultor da Organização dos estados Ibero-Americanos para a Educação, Ciência e Cultura (OEI), as taxas de Homicídios, no período de 1999 a 2004, cresceram 0,8 % ao ano nas capitais e regiões metropolitanas, enquanto que no interior o crescimento superou 5,3%.
Ainda de acordo com o estudioso, tal crescimento nas taxas de Homicídios das cidades do interior, possuem muitos motivos, como contrabando de armas e drogas, existência de organizações criminosas, mas, vem essencialmente do desenvolvimento.
O efeito colateral do desenvolvimento vem mostrando sua face desde alguns anos atrás. Com o inchaço populacional que sofreu algumas regiões do país, somado ao desemprego e, principalmente ao descaso governamental junto aos problemas elementares de qualquer cidadão, como saúde de qualidade, educação desde os primeiro anos de vida, e trabalho para todos, muitos indivíduos se vêem compelidos à criminalidade.
O ranking da violência, ainda segundo estudos da (OEI), fez da pequena cidade de Colniza, no Mato Grosso, com 12.400 habitantes, a "capital nacional dos homicídios", com uma taxa de 165,3 assassinatos por 100 mil habitantes, a maior do Brasil.
A violência no Brasil está atingindo cada vez mais as cidades pequenas, onde a omissão do poder público transformou alguns municípios em terra de ninguém. Com a intensificação do policiamento nos grandes centros urbanos, decorrente dos últimos incidentes que mexeram com a opinião pública nacional, esses criminosos migram em direção a cidades menos protegidas, como por exemplo, são João da Boa Vista, no estado de São Paulo.
Aqui, a falta de estrutura e péssimas condições de trabalho para os policiais, ocasionam inúmeros problemas com a segurança da população. Faltam policiais, veículos e o atendimento de emergência é quase inexistente, segundo informações veiculadas neste O MUNICIPIO de 10 de março.
Sabendo do descaso com a segurança em geral, nos tornamos alvos fáceis de ladrões, assaltantes e todo tipo de criminoso que tem nas ruas e penitenciárias suas principais escolas.
É nesse panorama que o promotor Nelson O´Reilley denuncia os índices de violência apresentados para a região de São João. Segundo ele, existe a possibilidade da falsificação desses dados, levando aos órgãos competentes a impressão de que os níveis de criminalidade na região caíram abruptamente, o que acabou decorrendo na redução da verba destinada à segurança pública de toda região.
Encontrar os responsáveis por esse verdadeiro “boicote” à nossa segurança é um ponto que todos nós, cidadãos sanjoanenses, devemos nos preocupar. E ainda nos esforçar em não permitir que assuntos como esse se torne um tabu.
A simples possibilidade da falsificação destes dados, trás à tona um grande sentimento de irresponsabilidade e, no limite, um verdadeiro crime contra a distribuição da verba pública.
Essa denúncia ainda está em processo de apuração, mas seu efeito nos afeta diretamente.
Será eu existe alguma ligação entre as denúncias do promotor e a transferência de inúmeros policiais para fora de São João?
Autor: Rafael Lucas Santos Valin


Artigos Relacionados


Segurança Municipal.

As Variáveis De Segurança E Defesa E Seus Impactos Na Violência E Criminalidade No País

Mulher E ViolÊncia Urbana

O Direito À SeguranÇa Nas PolÍticas PÚblicas Brasileiras

AÇÕes Preventivas E Envolvimento Da Sociedade Civil

Exemplo A Ser Seguido

A Ineficácia Do Estatuto Do Desarmamento No Combate Ao Uso De Arma De Fogo