ALEXANDRE MAGNO: 11 LIÇÕES PARA AS EMPRESAS MODERNAS (PARTE I)



ALEXANDRE MAGNO: 11 LIÇÕES PARA AS EMPRESAS MODERNAS (PARTE I)
Vou falar de uma pessoa que é um dos maiores lideres e estrategistas que já existiram. Seu nome era Alex. Ele começou sua vida profissional como um gerente – se assim quisermos chamá-lo – um gerente júnior

numa grande organização comandada por seu pai, Felipe. Alex admirava seu pai e aprendeu muito com ele. Alex estudou arduamente em sua juventude e tinhas aspirações de construir uma organização muito maior do que a do seu pai.

O Alex a que me refiro é Alexandre da Macedônia, posteriormente conhecido como Alexandre “O Grande”, um dos poucos a merecer, ainda em vida, o título “O Grande”, já que ele foi um dos poucos que influenciou toda a história futura da humanidade.

Quando Alexandre tinha 19 anos seu pai foi assassinado, o que o tornou rei da Macedônia. Os macedônios eram muito afeitos a guerra, a ponto de conquistarem toda a Grécia no século IV A.C.. Havia uma quantidade enorme de inimigos – ou concorrentes de mercado – querendo destronar o jovem de 19 anos. Alexandre agiu com energia. Eliminou rapidamente os traidores e prontamente marchou contra o exército dissidente, derrotando-o. Com isso toda a Macedônia e a Grécia se curvaram diante dele.

Agora ele estava pronto para voltar-se para a sua missão: levar a cultura grega a todas as regiões do mundo civilizado. Quando ele tinha 15 anos, o oráculo de Delfos havia profetizado que ele poderia escolher entre uma vida longa cheia de paz, ou uma vida curta cheia de glória, como conquistador do mundo. Ele optou por uma vida curta cheia de glória.

Com a idade de 19 anos, Alexandre reuniu 22 mil homens e desembarcou na Ásia Menor, hoje Turquia. A medida que foi avançando, ele derrotou todos os exércitos da região. Alexandre era um brilhante planejador, comandava generais competentes e possuía tropas extremamente bem treinadas, disciplinadas e acostumadas a batalhas. Como Alexandre derrotava todas as tropas, os governantes dos exércitos inimigos ao invés de combatê-lo, começaram a achar que seria melhor fazer aliança com ele. Assim poderiam permanecer no poder e usufruir de algumas regalias. Alexandre não destronava os reis derrotados, apenas exigia que prestassem tributo à Grécia e pagassem impostos anuais, estando agora sob a proteção do império macedônico.

Aquelas terras pertenciam ao Imperador Dario III da Pérsia. Ele reinava sobre o maior império jamais construído no mundo, até aquela data. Seu império se estendia do Paquistão ao Mediterrâneo, além de todas as terras do Golfo Pérsico e Arábico, e também do Egito até a Rússia atual. Dario ouviu falar desse petulante rapazote macedônico que estava fustigando seus exércitos. Assim, resolveu dar-lhe uma lição e enviou ao encontro de Alexandre um exército de 50 mil homens, contra os 22 mil de Alexandre , com a ordem de que esmagassem os gregos. Mas Alexandre, conhecedor das ações do inimigo, armou uma estratégia que demoliu por completo as forças persas.

Dario, ao inteirar-se do acontecido comentou: “Isso é algo sério. É o maior desafio jamais feito ao meu poder. Vou ter que derrotá-lo logo, ou novos desafios surgirão à soberania persa em todo o império.” Então ele mandou mensageiros a todas as nações subjugadas, ordenando-lhes que lhe enviassem as suas melhores tropas para um local chamado Arbela. Assim Dario III, reuniu neste local mais de duzentos mil homens, o maior exército de todos os tempos, só superado em número recentemente, na II Guerra Mundial. Diziam que o exército era tão grande que à noite, as fogueiras dos acampamentos cobriam todos os horizontes de norte a sul e de leste a oeste, sem jamais enxergar o seu fim. Era um oceano de tendas e homens. Existem mais de 400 relatos a respeito dessa batalha, e todos confirmam este número de soldados.

Dario situou o seu exército num terreno descampado, totalmente aberto, de modo a favorecer seus soldados e, sobretudo, suas carruagens de batalha. Alexandre, a essa altura com um exército de 55 mil homens estava no sul da Ásia Menor, a mais de 150 quilômetros de Arbela, quando recebeu a mensagem de Dario, que dizia: “ Se você é tão durão vamos lutar em Arbela para ver quem é o mais forte.” Alexandre se pôs imediatamente a caminho. Os persas calculavam que ele faria o trajeto em sete dias, no entanto, 48 horas depois Alexandre já estava lá com os seus 55 mil homens, contra duzentos mil de Dario.

Na noite anterior ao combate que mudaria toda a história da humanidade, mesmo os generais mais destemidos de Alexandre estavam receosos quanto ao resultado da batalha. “Como iremos com 55 mil soldados derrotar duzentos mil homens?” perguntaram preocupados a Alexandre. “Você tem algum plano?”. “Sim, eu tenho um plano”, respondeu Alexandre. “Na verdade para vencer a batalha não precisamos derrotar todo o exército persa. Precisamos apenas matar Dario. Com ele morto as tropas persas dispersarão e a batalha estará vencida.” Assim toda a estratégia de guerra foi armada, não para lutar com todo o exército persa, mas tão somente para matar Dario, o que revela novamente o gênio estratégico de Alexandre, então com 24 anos de idade, nessa batalha ocorrida em 331 AC.

No dia seguinte, lá estavam os dois exércitos frente a frente. Dario ordenou imediatamente que centenas de carruagens de guerra, puxadas por cavalos velozes, atacassem as tropas gregas. Essas carruagens eram dotadas em suas rodas, de poderosas lâminas cortantes que ao girarem decepavam tudo ao seu redor, provocando significativos danos aos inimigos. Os persas eram famosos por vencerem batalhas dessa forma, pois logo em seguida vinha a cavalaria e a infantaria, que exterminavam com o que sobrava do inimigo disperso.

Alexandre, no entanto, guardava uma surpresa. Ele desfez a formação inicial de suas tropas e, ao invés de ficar de frente para as carruagens, colocou seus homens em posição diagonal, quase que atravessando o campo de batalha. Em seguida os soldados fincaram enormes lanças no chão, apontando-as em direção às carruagens, e puseram seus escudos à frente, compondo uma verdadeira muralha de escudos e lanças. Ao perceberem isso os cavalos dos persas se recusaram a avançar sobre essa muralha e, continuando a correr, pois não podiam ser brecados, as carruagens acabaram por ficar atrás das linhas gregas, onde já eram aguardados por arqueiros que não tiveram nenhum trabalho em exterminar os condutores das carruagens. Enquanto os persas ainda estavam surpresos e desnorteados – e antes de se recomporem – Alexandre imediatamente contra- atacou o inimigo. Ele logo localizou Dario e seus generais que observavam a batalha no topo de uma colina. Dirigiu, então, todo o seu exército em direção a ele, adotando uma formação em cunha e fazendo uma verdadeira muralha de lanças e escudos. Com esse formato de cunha, onde Alexandre com seu destemor tradicional se postava na ponta, os gregos foram rasgando brechas nas defesas inimigas, já que os persas pelo seu grande número, só podiam lutar frente a frente, e não estavam preparados para enfrentar uma formação tão inusitada de batalha.

Do alto da colina, Dario percebeu que algo de estranho ocorria na batalha, pois Alexandre, em vez de enfrentar sua tropas ia se embrenhando no exército persa, e pouco a pouco, vindo em sua direção. Assustado, Dario ordenou que o detivessem, mas nada conseguia interromper sua trajetória. Quando se deu conta de que era ele o alvo, Dario bateu em retirada com seus generais. Vendo seu soberano fugir com os generais, as tropas persas ficaram desnorteadas e, sem comando, entraram em pânico. Com isso Alexandre obteve uma vitória arrasadora. O inimigo foi demolido, sendo mortos mais de 45 mil persas, enquanto do lado grego, só 1.500 soldados pereceram. Foi a vitória mais contundente de todos os tempos e que mudou o rumo da história. O maior de todos os impérios e de todos os exércitos caiu diante de Alexandre. Nada mais o deteve em conquistar o mundo e a profecia se cumpriu.

Do gênio estratégico de Alexandre podemos extrair lições valiosas para as empresas de hoje, já que, muitas vezes, o mercado é uma batalha acirrada, onde os concorrentes tentam conquistar as melhores posições.

(Continua no próximo artigo, Alexandre Magno: 11 Lições para as Empresas Modernas – Parte II)

Ernesto Artur Berg.
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Autor: Ernesto Artur Berg


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