A vontade política e o Protocolo de Quioto



Autor: Marçal Rogério Rizzo*

Discussões sobre o reflorestamento, sobre o uso de novas tecnologias e, por fim, o uso eficiente da energia são os alvos da campanha internacional para a redução dos gases de efeito estufa. O aquecimento global já é uma triste realidade no mundo e temos que nos preparar para reverter esse problema.

Isso ocorre por várias causas, dentre elas, está o desmatamento. Especialistas já concluíram que “somente o desmatamento no Brasil e na Indonésia pode arruinar 80% das reduções de emissões conseguidas com a implementação do Protocolo de Quioto em sua primeira fase” que vai até o ano de 2012. Os estudos comprovam, ainda, que o Brasil e a Indonésia são os dois países que tiveram a maior perda anual de áreas florestais entre 2000 e 2005.

Infelizmente, parece que os brasileiros não atentaram para a necessidade de manter as florestas de pé. Já é comprovado que, mais de um quarto das emissões dos gases causadores do efeito estufa, em nível mundial, nos anos 90, foram provocados pela degradação das selvas tropicais (isso representa, aproximadamente, cinco bilhões de toneladas de dióxido de carbono).

Esse aquecimento do planeta que nós já estamos sentindo na pele, também se deve à intensa queima de combustíveis fósseis e nisso se enquadram o petróleo, o gás e o carvão. É tão grave que só ao andarmos de carro, de ônibus, ou então, quando necessitamos de um caminhão para transportarmos algo, já estamos contribuindo com o aquecimento global.

Outra certeza é que temos que ir contra essa realidade. Mas como podemos fazer isso? Temos que pressionar para a adoção de políticas que protejam as florestas tropicais, que busquem o desenvolvimento sustentável, que incentivem o reflorestamento e que dêem preferência para a utilização de fontes de energias renováveis.

Hoje, a tecnologia esta muito evoluída. Já existem soluções, mas o que falta é a vontade política e, claro, sobra muito interesse por trás disso tudo. Se quisermos, em poucos anos, poderemos reverter essa triste realidade. Só para exemplificar, vamos lembrar que já podemos gerar energia elétrica através do vento (a chamada energia eólica). Temos a tecnologia que, através de painéis solares, aquecem a água que consumimos em nossas casas. Já produzimos energia através da queima do gás metano encontrado no lixo. Com a biomassa, produzimos energia elétrica. Esses são só exemplos do que já existe, mas ainda é pouco explorado.

Há muito que ser feito em várias áreas até na busca de eficiência da energia em edifícios e residências. A melhoria dos transportes coletivos poderia diminuir a dependência pelo uso de automóveis que, na maioria das vezes, servem como transporte individual. Isso tudo poderia reduzir as emissões de carbono.

*Marçal Rogério Rizzo: Graduado em Ciências Econômicas, Professor Universitário, Especialista em Economia do Trabalho e Sindicalismo pela Universidade Estadual de Campinas (CESIT/IE/UNICAMP), Especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), Mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE/UNICAMP). Atualmente é doutorando em Geografia na área de Dinâmica e Gestão Ambiental pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Campus de Presidente Prudente/SP. (FCT/UNESP).
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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