Decisões...Tarefa difícil.



Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam á Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Rm 8:28

Em pouquíssimas atividades temos tanta experiência quanto na tomada de decisões. Tomamos dezenas, talvez centenas de decisões por dia. Dado a quantidade de informações e de solicitações no mundo atual, praticamente todo ser humano pode se orgulhar de ser um especialista em decisões. De fato, pouquíssima gente considera que tenha o que aprender nesse campo. Infelizmente, nem sempre nossa opinião sobre nós mesmos condiz com a realidade. A experiência ensina muito, mas é má professora: custa caro e nos inculca maus hábitos junto com os bons.

Líderes Presbiterianos, em especial, crêem ser decisores decididos e decisivos. Afinal de contas, não é o mundo religioso um campo de decisões por excelência, e decisões postas à prova pela vida da Igreja? O que é gestão, senão analisar situações, estudar possibilidades, fazer escolhas e implementá-las? O que é a Igreja, senão um local onde impera a racionalidade, em prol da produção de bens e da prestação de serviços religiosos? Sob essa perspectiva, os processos de decisão no corporativismo religioso deveriam ser simples, objetivos, eficientes. Mais uma vez: infelizmente, nem sempre os credos em que acreditamos condizem com a realidade. É o que indicam vários estudos sobre processos de decisão, como veremos a seguir:

1. Metade das decisões tomadas nas Igrejas Presbiterianas fracassam. Ao estudarmos o Digesto Presbiteriano de mais de 10 décadas as conclusões que tiramos são uma pedrada na imagem dos Líderes da nossa Igreja como grandes decisores. Percebe-se que as melhores táticas de tomada de decisão são as menos usadas. Além disso, consta que o processo formal de tomada de decisões raramente é seguido. Os Concílios costumam pular direto para as conclusões e tentar implementá-las. Isso os faz limitar as suas ações, considerar poucas alternativas (na maioria das vezes, uma só) e prestar pouca atenção nas pessoas afetadas por suas decisões.

2. 65% das decisões dos Concílios são tomadas pela fuga do problema. Decisão por fuga é quando o responsável demora tanto para agir que o problema se resolve sozinho - para o bem ou para o mal. Esse método se opõe à decisão por resolução (a típica, nas teorias clássicas) e à decisão por previsão (quando se engatilha a solução como precaução para um possível problema). Como exemplo citamos a "Questão da Maçonaria na IPB, Casamento Misto, Exercício Ministerial de Pastores Divorciados, Dons Espirituais, Liturgia, etc"

3. As informações que os Concílios buscam com maior afinco são as menos aproveitadas na hora de tomar a decisão. A busca por informação recorre, pela ordem, às seguintes fontes: Concílios (do menor para o maior), experiência dos líderes locais, regionais e nacionais, outros projetos da Igreja local a Igreja Nacional e concorrentes. Mas, na hora de aproveitar as informações, a ordem de importância das fontes se altera para: experiência dos pastores e presbíteros, sistemas de informação da Igreja, concorrentes e, por último, membros da Igreja. Ou seja, há um descasamento entre o processo formal de tomada de decisão e como a decisão efetivamente ocorre. "A intuição é responsável pela definição da escolha final em grande parte das decisões corporativas..

4. Metade das atividades diárias dos pastores dura menos de 9 minutos. e apenas 10% excedem 1 hora. Com isto quero dizer que os pastores passam o tempo todo reagindo às pressões do cotidiano da comunidade local.

5. Os Pastores gastam entre 66% e 80% do seu tempo em conversas. Isto afirmo porque os pastores apreciam muito mais a informação leve, especialmente fofocas e especulações.

6. Geralmente os pastores não enxergam o problema, eles propõem uma solução. Os pastores diagnosticam o problema. Mas, quando fazem isso, é porque já têm a solução. É exatamente o caminho inverso do que dita a teoria clássica de tomada de decisões. "Essa mentalidade de solução se materializa sobretudo como uma grande confusão entre o que sejam a situação, o problema, as causas, as manifestações, os sintomas, as soluções.

7. Geralmente os pastores optam por decisões em grupo, em vez de atenuar extremismos e diluir o risco. Tendem a enxergar menos perigos. Em geral, grupos apresentam comportamento de risco maior do que as preferências de seus integrantes fariam supor. Vários estudos identificam o fenômeno da "polarização": as discussões costumam potencializar a visão predominante dentro do grupo. Isso torna as decisões coletivas ainda mais suscetíveis às armadilhas de tomada de decisão.O risco é maior nos grupos mais coesos, que tomam decisões secretas, sujeitos a estresse e sob uma liderança forte - justamente o caso da maioria dos Conselhos das Igrejas. Neles, as pessoas são mais propensas a ter autocensura (as vozes discordantes têm medo de parecer ridículas ou atrasar o trabalho), há uma forte pressão para atingir o consenso rapidamente, misturada com uma ilusão de invulnerabilidade (quando mais sucesso tiver o grupo, maior o risco de achar-se invencível) e uma tendência a estereotipar situações.

Se pensarmos bem nestes pontos citados acima, representa um baque no mito de que as Igrejas seguem um modelo racional e criterioso para escolher seus caminhos. Isso não significa que o processo de decisão esteja condenado desde o início a uma tomada de posição intuitiva. Certamente a intuição tem suas vantagens, uma delas, óbvia, é a velocidade. Outra é que as decisões levam em conta o que realmente importa para você. Uma terceira vantagem: a decisão assim tomada leva diretamente à ação.

Tento projetar um futuro, mas imaginando como a decisão vai impactar o membros da igreja, o conselho e os outros colegas de ministério. Nesta ordem, penso que devo confiar mais na intuição, porque as decisões que tomamos são mais conceituais e nos lidamos geralmente com situações únicas, em que não há muitos dados para orientação. Mas confiar na intuição é problemático. Uma opção pode parecer atraente porque não consideramos outras. Podemos sentir uma atração irresistível por uma opção que nos viciou - e nos impede de satisfazer outros desejos. A decisão intuitiva pode se basear em informações não acuradas ou irrelevantes. Finalmente, ela se torna um problema em situações de grupo: como justificá-la?" Ainda mais do que isso: decisões baseadas na intuição podem ser incoerentes.

A intuição pura está de um lado do espectro do processo de tomada de decisões. Do outro lado está a análise absolutamente racional das alternativas, a comparação com critérios previamente estabelecidos e a escolha daí decorrente. Os dois opostos têm uma característica em comum: não existem na vida real. Mesmo a mais pura das intuições tem de se basear em informações racionais - por menos explícito que seja o conhecimento do decisor. Em vez de considerar todas as alternativas, os decisores tipicamente consideram apenas algumas, e não as analisam simultaneamente, mas uma de cada vez. Na prática, não calculam a "melhor ação possível", e sim uma ação que seja "boa o bastante".

O fato de haver limitações - e muitas - não significa que não se deva tentar tomar decisões da forma mais racional possível.

Para lidar com todas as armadilhas no processo de tomada de decisão, não há outro meio a não ser ficar atento e tentar compensar a tendência a incorrer em vícios de pensamento. A começar, talvez, pela sua personalidade. Cada pessoa inicia o processo de decisão por um ponto diferente. Um tipo afetivo sempre pensa primeiro no impacto da decisão sobre as pessoas. O reflexivo analisa o quadro geral antes de mais nada. O racional tenta dar conta de dados objetivos. Um pragmático tende a ir direto para a implementação. É importante a pessoa conhecer suas características, para compensar o viés que naturalmente tem para olhar um problema.

Conclusão: Não acredito em processos de decisão individuais. As Igrejas não devem ter processos baseados num único indivíduo. Ele teria de ser capaz de ouvir muito As pessoas se falam o tempo todo. Quando tem decisões importantes a tomar, ele forma grupos de estudo multidisciplinares. Mas não se despreocupa, dizer que nossas decisões são tomadas para alimentar nosso Ego, por momentos, ocorrendo aí todos os erros de nossas decisões, agora se quisermos viver de certa forma mais cômodos em nosso cotidiano, devemos independente do estado em que estamos, analisar qual o estado em que é considerado o "normal ", daí tomar a decisão para satisfazer esse estado, mesmo sendo uma decisão subjetiva, mas confortável a nosso Ego. Meu estilo é mão-na-massa.

Eu tenho que tomar uma decisão. Decisão difícil, porque afeta não somente a minha pessoa, mas também a minha família, a Igreja Local. Hoje tenho 47 anos, e, no dia 02.05.05, completo 30 anos de serviço no Exército Brasileiro, sou hoje Subtenente, se ficar por mais 10 anos serei capitão com dobro do salário que ganho hoje. Mas..., a vida Ministérial, e o trabalho Evangelístico, como fica? Deverei sair ou ficar? Difícil tarefa!, Decisões geralmente nos deixa stressados, inconstantes, e com estado de insatisfação.

*Rev. Ashbell Simonton Rédua – Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbitério do Norte (Recife-PE), em 1989, Bacharel em Teologia com Especialização em Capelania, pelo Seminário Teológico Evangélico do Nordeste (Recife-PE), 1990, Bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo (2006), Especialização em Bíblia pelo Centro de Pos-Graduação Andrew Jumper, Graduando em Direito pela Centro Universitário Plínio Leite, e Especializando em Direito Ambiental pela Universidade Gama Filho Currículo completo http://lattes.cnpq.br/9018318255138280
Autor: Ashbell Simonton Rédua


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