FARMÁCIA POPULAR



A idéia de investir recursos públicos para baratear produtos de consumo da população mais pobre é uma idéia interessante.
Apesar de alguns acharem que os preços baratos dos remédios vendidos nessas farmácias no Brasil inteiro ocorrem devido ao fato do setor público não visar lucro, esta é apenas uma parte da equação. A outra parte é que há um subsídio público que viabiliza esse barateamento, além do efeito escala das compras em grande quantidade. Se dividirmos, por hipótese e por simplificação, o preço de um mesmo remédio nas farmácias normais para compararmos com os preços do sistema Farmácia Popular, em 4 partes, pode-se dizer que uma parte (1) é o lucro empresarial; outra (2) o custo fixo da estrutura e do pessoal de atendimento, além dos impostos; outra (3) o desconto que pode ser obtido quando ocorre uma compra em grande escala e; por último, outra (4) o próprio preço de venda mínimo que os laboratórios fabricantes aceitam receber.
Na ausência das três primeiras partes, os preços à população ficam extremamente acessíveis.
O programa é uma iniciativa do Governo Federal, através da Portaria nº 2.587, de 6 de dezembro de 2004 do Ministério da Saúde.
A Farmácia Popular do Brasil é um programa do Governo Federal para ampliar o acesso da população aos medicamentos considerados essenciais. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), órgão do Ministério da Saúde e executora do programa adquire os medicamentos de laboratórios farmacêuticos públicos ou do setor privado, quanto necessário, e disponibiliza nas Farmácias Populares a baixo custo. Um dos objetivos do programa é beneficiar principalmente as pessoas que têm dificuldade para realizar o tratamento por causa do custo do medicamento.
A implantação do projeto, embora com custos ao setor público (parte 2 das 4 partes), é uma forma de atenuar os problemas de concentração de renda, ao disponibilizar acesso a itens necessários a preços módicos.
Nesta mesma linha, têm surgido os Restaurantes Populares, com almoço por um Real.
Embora isso possa criar constrangimentos e inconformismos dos proprietários de empresas comerciais do setor, é um eficaz atenuante para os problemas de má distribuição de renda no país.
Além disso, esse subsídio público talvez seja a uma excelente alocação de recursos públicos, que de outra forma poderiam virar superfaturamento em uma obra desnecessária qualquer.
Por outro lado, temos que tomar o cuidado para que programas desse tipo fiquem restritos às necessidades da população mais pobre, sendo um mecanismo de redistribuição de renda e não um retorno ao Estado Empresário.
Autor: Edison Luiz Leismann


Artigos Relacionados


As Possíveis Soluções Do Programa Farmácia Popular Do Brasil Deixar De Ser Inconstitucional

Cuidados Na Hora De Adquirir Remédios.

Assistência Farmacêutica

Falácias E Verdades Sobre Os Números De Funcionários Públicos No Brasil

A Influência Do Macro E Microambiente Nas Empresas Farmacêuticas Multinacionais

Os 4p's Na Visão Do Mercado Farmacêutico

Asma Uma DoenÇa InflamatÓria CrÔnica Das Vias AÉreas Que Afeta 15 MilhÕes De Pessoas No Brasil.