Carência de leitura e demasia de LerKUT!



Autores: Marçal Rogério Rizzo* e Rodrigo Oshiro**

É inegável que a EDUCAÇÃO, em especial o ensino universitário, tem um papel preponderante na sociedade. Precisaríamos escrever vários artigos para explicar a importância da UNIVERSIDADE para a sociedade.
Atualmente, estamos vivendo um momento em que o fluxo da informação é elevado e rápido. No entanto, convivemos com o comodismo e com o excesso de informações insignificantes e inúteis.

O jornal O Globo (edição de 04 de julho) publicou uma pesquisa encomendada pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) que constatou que 15% dos universitários nunca leram um LIVRO fora do que é cobrado pelos professores. A matéria mostra que a leitura de livros não-didáticos está fora do dia-a-dia dos universitários de São Paulo e do Rio de Janeiro, isso para as universidades públicas e privadas. A pesquisa realizada pelo Instituto Toledo e Associados ouviu cerca de mil jovens, na Região Metropolitana de São Paulo, constatando que 34% desses jovens não lêem com freqüência, 18% não gostam de ler e 16% lêem apenas de vez em quando.

No caso do Rio de Janeiro os técnicos do CIEE fizeram uma pesquisa semelhante no ano de 2006 e apontou dados parecidos: 15% dos universitários nunca leram um livro não didático, 12% leram apenas um e 36% leram entre um e três livros.

Ler jornais diariamente também não é hábito dos universitários, pois ambas as pesquisas mostraram que apenas 9% dos acadêmicos lêem diariamente. Já em relação a Internet, 90% dos universitários têm acesso à rede. Mas, será o que é visto por eles na rede mundial de computadores? Devemos lembrar que o Orkut é muito visto e pela “comunidade brasileira”. Assim, temos a carência de LEITURA e a demasia do LerKUT.

Nossos pais e avós vivem dizendo que, no seu tempo de escola, eles liam muito. Dizem também que a leitura era uma regra e não a exceção. Naquele período, a informação e o entretenimento não estavam tão “pulverizados” e diversificados como está agora. Temos a televisão que nos toma a atenção várias horas por dia. A Internet, que possui o Orkut, MSN e muitos chats que seqüestram horas preciosas do dia-a-dia dos adolescentes e jovens. Muitos jovens se enclausuram diante da tela do computador e ficam horas recebendo e enviando informações.

Todo ano, observamos que há a Bienal do Livro, há o lançamento de programas e projetos que visam a estimular a leitura dos jovens, as escolas e bibliotecas municipais recebem acervos de livros, mas vem um questionamento: Será que todas essas ações estão contribuindo para o desenvolvimento da leitura?

Sabe-se que todo projeto deve chegar mais perto da realidade da comunidade a que será atendida, ou seja, conhecer melhor o seu público alvo. Deve-se descobrir o gosto dos jovens, seus hábitos, suas inquietações, suas músicas favoritas, sua cultura, seu círculo de amizades, enfim, ter a informação para atender melhor. Talvez, depois que essas informações forem colocadas na mesa, consigamos atingir o “despertar literário” dos adolescentes e jovens. Encerra-se este artigo, lembrando das sábias palavras do escritor Monteiro Lobato: "Um país se faz com homens e livros".

* Marçal Rogério Rizzo: Economista, professor universitário, especialista em Economia do Trabalho pela Universidade Estadual de Campinas/SP. (UNICAMP), especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas pela Universidade Federal de Lavras/MG. (UFLA), mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da UNICAMP e doutorando em Dinâmica e Meio Ambiente pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) Campus de Presidente Prudente (SP).

** Rodrigo Oshiro: Acadêmico do 4º. ano do curso de Administração na Universidade Federal da Grande Dourados/MS (UFGD).
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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