O REAL, OS MINEIROS E A SEGMENTAÇÃO



Aprendi sobre segmentação por osmose, foi no antigo banco Real dos tempos em que ainda era capitaneado pelo velho Dr. Aloísio de Farias e a turma lá de Minas, aliais, acho até que foram os mineiros os inventores dessa tal segmentação.

O Real naquela época foi pioneiro na criação de produtos para públicos específicos como tendo um grande destaque para as contas universitárias, o programa Real médico que incluía uma cesta de produtos financeiros específicos para médicos e dentistas, como seguro das mãos, postos de atendimento em hospitais, e uma série de serviços voltados para esse público, era também o banco mais presente nos quartéis do exército, marinha e aeronáutica, concentrando suas folhas de pagamento, e também vendendo pacotes completos de produtos e serviços feitos sob encomenda para os militares,

Éramos presença garantida em todos os quartéis com nossos pab´s, como eram chamados os postos de atendimento avançados, espécies de mini agencias que inclusive podiam funcionar com horário diferenciado para atender aos militares que saiam mais tarde do que o horário tradicional de fechamento dos bancos, lembro-me inclusive que nossa seguradora era a única a ter uma apólice especifica de seguro de vida, que dava cobertura a queda de pára-quedas devido a carteira de clientes da brigada pára-quedista.

Tudo isso se desenvolvia bem moda mineira, comendo pelas beiradas, observando as necessidades do mercado, criando produtos que as atendiam, testando numa base de clientes, aperfeiçoando, e devagarzinho abocanhando uma clientela fiel e única. Claro que nada disso seria possível sem uma cumplicidade dos funcionários que lá trabalhavam, suas vozes e ouvidos que faziam a ponte entre o real e o imaginário, eles que traziam as aspirações do seu mercado, era comum por exemplo um diretor ao visitar uma determinada agencia, conversar com um caixa por exemplo, pois numa agencia bancária ninguém conhece melhor os cliente do que o caixa, nem o gerente, e nas filas do caixa que se ouvem as reclamações, sugestões e elogios ao atendimento de um banco, é o caixa que muitas vezes orienta o cliente para o correto preenchimento de uma determinada guia e é ao caixa que muitas vezes o cliente fala, sem aquela pretensão de impressionar o gerente.

A política de recursos humanos era fundamental nesse processo, permitia que cada funcionário se sentisse parte de um processo e não só um número, o concurso de idéias novas, como o próprio nome dizia premiava novas idéias que possibilitassem ao banco uma redução nos seus custos ou algum tipo de ganho de produtividade e o premio era um percentual da economia realizada ou do ganho estimado num determinado período de tempo, uma idéia atual até nos dias de hoje.

Não sei se foram os mineiros que inventaram essa tal segmentação, mas que no Real ela funcionava, ah, como funcionava!
Autor: Sandro Santos


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