Como a Tecnologia da Informação, através da Inteligência Empresarial – “Business Intelligence” ( BI ), tem provocado impacto na gestão das empresas?



A quantidade de dados e informações existentes nas empresas vêm crescendo de forma exorbitante. Este fator vem exercendo influência direta na tomada de decisões, uma vez que absorver e administrar esta grande quantidade de conhecimento, requer coerência, consistência e rapidez para estar preparado para possíveis desafios do presente e oportunidades do futuro.

(...) exploraremos em mais detalhe como isto é realizado pelos sistemas de informação gerencial, de apoio à decisão e de informação executiva. Concentraremos nossa atenção no modo como a tecnologia da informação tem fortalecido significativamente o papel que os sistemas desempenham no apoio a atividades de tomada de decisões de usuários finais gerenciais. (O’BRIEN, 2004, p.247)

Infelizmente o que observa-se, é que muitas empresas gastam a maior parte do tempo coletando informações, montando planilhas e emitindo relatórios com informações que já não condizem com a realidade. São informações desencontradas, ultrapassadas e descentralizadas. São verdadeiros “atestados de óbitos”, que somente refletem dados defasados.

A atual conjuntura exige das empresas, agilidade e acertividade na tomada de decisão, que as soluções a serem implementadas não tenham prazos longos, custo elevado e não sejam sub-utilizadas pelos usuários, e que os recursos financeiros e humanos não sejam investidos sem proveito suficiente.

Em tempos mais simples, os executivos de empresas podiam descobrir o que estava acontecendo consultando demonstrativos contábeis, caminhando por um depósito ou conversando com os rapazes da engenharia. Hoje, as informações de que necessitamos estão enterradas em algum ligar no incomensurável número de dados desovados por nossos modernos sistemas de computadores. (O’BRIEN, 2004, p.248)

Para que as empresas tenham habilidade em acessar informações com análise gerencial, gerar e distribuir relatórios analíticos, consequentemente tornando-a pró-ativa, obtendo suporte para as tomadas de decisões, utiliza-se de uma vasta categoria de programas aplicativos e tecnologias. A ampliação da ação destes sistemas informatizados de nível operacional para nível estratégico, é o conceito de Business Intelligence.

O conceito de Business Intelligence surgiu para resolver questões da ampliação da ação dos sistemas informatizados do nível operacional para estratégico e da criação de condições para a extração e visualização de informações gerenciais dos acervos de dados, criando um ambiente de conhecimento, onde há produção sistemática de informação gerencial, veloz e consistente. (KAKINOHANA, SAKANAKA e MOSCARDINI, 2005)

O termo Business Intelligence foi criado na década de 80 pelo Gartner Group tendo como principais características:
· Capacidade de extrair e integrar dados de múltiplas fontes (sistemas operacionais);
· Transformar registros em informação útil para o conhecimento da empresa através do perfil dos clientes, do produto e da concorrência;
· Fazer uso valorizando a experiência;
· Analisar dados contextualizados com o conhecimento dos clientes, mercados alvo e estratégias competitivas;
· Procurar relações de causa e efeito, trabalhando com hipóteses visando desenvolver estratégias de personalização (campanhas de marketing e desenvolvimento de novos produtos) e ações competitivas.

Sabe-se que com a complexidade e o crescimento constante dos mercados empresariais, a quantidade de dados que necessitam ser transformados em informações, é muito grande. Muitas destas informações não são divulgadas de forma que possam ser acessíveis e compreendidas no âmbito corporativo. Vale salientar que com o advento da informatização, a geração de dados passou a ser veloz, porém, muitas vezes fazem-se estoques de dados dispensáveis. Para o funcionamento de Business Intelligence é necessário criar um ambiente onde dados de vários sistemas informatizados operacionais, possam ser coletados, transformados, consolidados, integrados, carregados e armazenados. Este “depósito” ou “banco” de dados que fornece a estrutura e os processos para “alimentar” informações produtivas, e torná-las acessíveis de forma fácil, rápida e em uma só “linguagem” para as pessoas que necessitem analisá-las nos momentos certos, recebe o nome de Data Warehouse. O Data Warehouse é uma estrutura tecnológica e um processo contínuo que proporciona a visão completa dos fornecedores, clientes e da organização na obtenção de conhecimentos de dados operacionais, históricos e externos e selecionados, editados e padronizados a qualquer momento, necessários para a tomada de decisões e vantagens competitivas.

Um método comum de desenterrar os dados relevantes é montar um data warehouse que aproveite e consolide os dados dos sistemas de operações e transações e seus bancos de dados. Em seguida, a empresa pode sobrepor a isto aplicações analíticas de apoio à decisão, (...) para tornar mais fácil levantar, para os usuários, informações específicas (...).(O’BRIEN, 2004, p.248)

Existem outras ferramentas que também servem para apoio à Inteligência Empresarial. As planilhas eletrônicas; os diversos sistemas de operação de ERP , CRM , RH etc.; arquivos de textos; geradores de queries e de relatórios. Além do Data Warehouse, o ambiente de Business Intelligence compõe-se de Módulo de ETL, componente responsável pela coleta, carga e transformação de dados em informações das possíveis fontes do banco de dados; e do Front-end, que compreende a parte visível ao usuário, apresentado em forma de relatórios padronizados e ad hoc , portal de intranet, internet ou extranet, análise OLAP (On-Line Analytical Processing), Balanced Scorecard e Data Mining .
Dessa forma, os sistemas de informação devem ser projetados para produzir uma multiplicidade de produtos de informação para atender as necessidades variáveis dos tomadores de decisão na organização como um todo. (...) Portanto, fornecer informações e apoio para todos os níveis da tomada de decisão gerencial não é tarefa fácil. (O’BRIEN, 2004, p.250)

Num ambiente corporativo contemporâneo, ser hábil para analisar e acessar rapidamente diversas fontes de informação, tornou-se um diferencial primordialmente essencial na tomada de decisões. A realidade competitiva não perdoa as empresas que não obtêm êxito por não agir rapidamente frente as constantes mudanças de um mercado globalizado. Porém, o impedimento em buscar informação e gerar conhecimento a partir da existência de dados, apresenta um desafio que, se não transposto, irá gerar prejuízos devido às oportunidades perdidas e decisões errôneas.
Autor: Andre Luiz Santana Barbosa


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