Socorro



Há candidatos tão qualificados ou mais que os selecionadores. Poderiam dispensar os serviços de boas agências e assessorias, porém, costumam perceber que são excelente suporte para seu aprimoramento, divulgação e recolocação. Quanto melhor seu preparo, mais sabem que toda a qualificação, merecimento, empenho e adequação não bastam para garantir-lhes somente acertos e sucesso.

Centenas de pessoas foram (re)inseridas no mercado de trabalho com minha ajuda. Dentre elas, umas evoluíram, evoluem e colhem frutos bons e abundantes. Outras, de excelentes, tornaram-se ótimas, boas, iguais a tantas e, finalmente, dispensáveis: o tempo passa, necessidades surgem ou mudam, exigências aumentam e aquela excelente pessoa e profissional, um, dois ou cinco anos depois, não acrescentou nada notável e útil ao seu rol de conhecimentos, habilidades e atitudes. Estagnadas ou descartadas, suas colheitas sofrem reduções e quebras.

Há gente desde o início da vida adulta dotada de idéias, expectativas e atitudes auto eliminatórias, ainda que aprendidas por intermédio de alguém confiável e enganosamente hábil. Em geral, pouco ou jamais saborearam as delícias de um emprego ou empreendimento interessante. Costumam estar entre os que mais exigem e reclamam; mais alardeiam qualidades que não possuem, ou, as exageram, depreciam e desconhecem. Não raro, decepcionam, quando do desempenho das atividades que lhes tenham sido confiadas, mesmo as mais corriqueiras. São os mais necessitados de orientação: poucos percebem, reconhecem e tampouco a aceitam.

Há profissionais mais gabaritados que eu. Minha carteira de clientes resulta grandemente de indicações; estas, da satisfação com os resultados dos serviços contratados. No entanto, cresce o número de excelentes clientes insatisfeitos porque não consegui atendê-los, ou, não o fiz a contento. É triste. Além do dinheiro não ganho, a imagem da gente sai arranhada: como, entre incontáveis candidatos, não encontrar um único adequado, realmente, a esta ou aquela vaga? O tema é amplo e polêmico para caber num simples texto, que, acredito, é farto de pistas para serena e sensata reflexão. Se, ao final dele, você não encontrar algumas, sinceramente, das duas uma: não sei nada sobre o mercado de trabalho e é um milagre que sobreviva como selecionador; ou você está entre os que precisam imediatamente buscar ajuda para melhorar a compreensão de si, enquanto pessoa que almeja ser interessante e profissional notável.

A representar a preocupação contida no texto, lembro uma “só” ferramenta: currículo. Por isso: socorro! Currículo é indispensável, insuficiente, já tem sucessor, sobra gente que erra primariamente ao fazer o seu, não sabe como entregá-lo e, especialmente, como corresponder a ele! Notadamente, os condizentes com o dito nos parágrafos segundo e terceiro.

Não há mais emprego para todos. Há mais trabalho. Milhões de pessoas sequer percebem a diferença entre um e outro; ou, procuram um e fogem do outro. Inúmeras, não têm critérios, coragem ou perseverança para adequar-se permanentemente aos tempos atuais e futuros; principalmente, para recomeçar ou corrigir, após um erro, uma injustiça ou um grave imprevisto: inapelavelmente, a qualquer momento, presentes na vida de todos nós.

Em se tratando de qualificar, adequar e (re)colocar alguém no mercado de trabalho, ninguém tem todas as respostas e soluções; nem acerta sempre, para si, quanto mais, para terceiros. Sem "picaretagem", não há alternativa.

Este texto terá seqüência; por ora, fecho-o:
De cada cem brasileiros, dez estão desempregados. Dentre os outros noventa, a maioria recebe salários e condições cada vez piores. Não há espaço para todos. Há oportunidades à espera de gente qualificada e adequada. Ser qualificado não significa adequação à quaisquer vagas. Mas, para trabalho sério, ser adequado exige ser qualificado.
Autor: José Carlos de Oliveira


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