Um encontro com o futuro



2078, um ano difícil sabem...

O índice de desemprego beira os 68%, o clima cada vez mais seco, piorando assim a qualidade dos alimentos. Nossa água doce é privilégio dos mais abastados, e enquanto um milagre não chega (como se não esperássemos) temos de nos contentar com os abusos cometidos em nome de DEUS e de um futuro melhor. Você poderia nos ajudar sabia? Preparando seu povo. Hoje nem se pode falar em economia mundial. Os países se unem naquilo que restou depois do massacre natural que nos abateu no ano de 2055. Sobraram poucos recursos naturais e as terras férteis podem ser contadas com os dedos. Milhões de pessoas morreram jovens, de fome, novas doenças, violência e uma onde de suicídios assustadora.
Tu és de qual época meu jovem? 2007? Interessante. Vocês ainda nem imaginam o que está por vir. Sim, a ganância das nações e a falta de amor, compreensão pela vida e pelo próximo, levarão seu povo a sentirem muita dor.
É culpa de vocês isso ao seu redor, observe e aprenda que era preciso ter pensado no futuro garoto, não apenas ter aproveitado o presente da forma irresponsável que o mesmo foi utilizado. Com as bruscas mudanças naturais, várias cidades serão extintas, e a união que deveria ocorrer para que houvesse uma saída, tornar-se-á cada vez mais prioritária. No entanto, vocês se afastarão ainda mais, não vão mudar. Continuarão a criar necessidades inúteis, uma vaidade sem fim que mostrará a face cada vez que os anos maus passarem, e eles serão muitos meus jovens. Mas o grande colapso virá...
O sol está vermelho, nossa pele já não tem a mesma resistência, muito menos nosso organismo. As pessoas já se afastaram, e o governo? Hoje ele se mantém reduzido a um grupo de pessoas que tem poder sobre as tecnologias que nos mantém ainda vivos.
Vocês poderiam ter cooperado para mudar tudo isso. Poderiam ter lutado até morrer pelo bem da natureza, das pessoas. Quando o seu tempo transformar-se no meu tempo meu caro, seu dinheiro já não valerá tanto assim, nem seus pertences, suas vontades e sonhos. Seus jovens já não terão o mesmo vigor, e o prazer vai reduzir-se a gritos de esperanças, que soarão como tiros a esmo diante da realidade vigente.
A ciência não conseguiu evitar aquilo que todos ajudaram lá no fundo a construir. Nem os acordos, papéis, assinaturas, afinal, não havia um consenso real, senão interesses individuais por dinheiro e poder.
Aumento populacional, poluição natural, violência, falta de compaixão, ganância, avareza, inveja, letargia, preguiça, conformismo, poder, dinheiro. Eu poderia citar durante o dia inteiro os motivos pelos quais chegamos até aqui, contudo, é mais que suficiente eu deixar a paisagem falar por si. Sonhos destruídos, famílias dilaceradas, uma sociedade primária e uma geração perdida e deixada no meio do nada, com poucas ferramentas e oportunidades.
As populações estão migrando para onde tem mais comida e muitos morrem, a taxa de crescimento diminuiu consideravelmente em relação à taxa de mortos. Energia elétrica é limitada, bem como a comida, a água e o que temos para fazer é trabalhar (aqueles que ainda tem trabalho) e começar a construir tudo do zero.
Infelizmente agora é tarde, sabemos disso, porém, a esperança é um motor que nos mantém vivos, o único meu caro amigo viajante, um motor estragado... Volte e cuide bem do seu tempo, compartilhando o que viu e sentiu. Vai meu pai!

Aleksander Costa Pinto
Autor: Aleksander Costa P.


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