O VOTO NOS MOLDES ATUAIS - A CONSERVAÇÃO DA HEGEMONIA BURGUESA
Isso era uma forma de manter a classe mais desfavorecida da sociedade longe da vida política, e portanto manter a hegemonia do poder nas mãos dos grandes senhores feudais que posteriormente se tornariam os grandes capitalistas da contemporaneidade.
O povo revoltado, cansado de tanta exploração ocasionada pela ofensiva do modelo capitalista de produção e tomado por uma ideologia européia - mais precisamente da Inglaterra e da França, onde o proletariado se uníra em prol do bem comum de toda a sua classe - foi às ruas reivindicando o seu direito ao voto, e através de constantes lutas alcançou a vitória, e conseguiu o direito de participação da vida política.
Mas como sabemos, o sistema capitalista é perverso, marcado pelo antagonismo e nunca iria sair por baixo ou desfavorecido nesta luta.
O Estado tornou o voto obrigatório, e destinado a toda a população, em contra partida, se preocupava o mínimo possível com a educação. Ora, como um cidadão desprovido do mínimo de saber político necessário para distinguir um político preocupado com o social de um político que está em busca de poder poderia ter consciência de que estaria votando certo? E, como uma pessoa sem estudos, poderia ter o mínimo de conhecimento teórico sobre como se dá o cotidiano de vida na polis (política)? E mais do que isso, uma pessoa sem estudos, certamente não teria um futuro promissor pela frente, se tornando presa fácil para a manipulação dos políticos mau intencionados, e uma espécie de boneco ventríloquo do sistema capitalista, dependente exclusivamente das políticas públicas do Estado.
Portanto, penso que o voto nos moldes atuais é uma espécie de conservação da hegemonia hierárquica. Penso que o voto deveria ser facultativo. Ao meu ver, o voto dever ser uma ferramenta usada por quem sabe manuseia-la, e não por pessoas que são obrigadas a votar, e sem o mínimo de consciência política (não por culpa deles, mas porque o sistema assim deseja que seja) vendem seu voto a troco de nada, ou melhor, a troco do conservadorismo político.
Autor: Fábio Sentinelli Ribeiro
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