Presidentes que marcaram a História do Brasil



Autores: *Marçal Rogério Rizzo e ** Waltecir Cardoso Pereira

Você já parou para pensar quem foi o melhor presidente que o país já teve? E o brasileiro que mais fez por este país? Sabemos que qualidades e defeitos todos têm, mas vamos tentar analisar o “conjunto da obra”. O economista Paulo Nogueira Batista Júnior, no artigo “O maior Brasileiro de Todos os Tempos” (publicado na Folha de São Paulo em 05/04/07), trouxe os resultados de uma enquete feita, este ano, com duzentas personalidades de diferentes áreas, como políticos, empresários, economistas, religiosos, intelectuais, jornalistas, esportistas e militares, com a seguinte pergunta: “Quem foi o brasileiro mais importante de todos os tempos?”.

Segundo os resultados, “Getúlio Vargas e Juscelino Kubtischek lideraram a lista dos escolhidos, com o presidente Vargas em 1º lugar, alcançando 16 votos e Juscelino em 2º, com 15 votos”. Pode ser que o resultado desta enquete seja um sintoma da mudança de estado de espírito do brasileiro que desencantou-se com o sistema político implantado a partir da eleição do presidente Fernando Collor de Mello e, agora, enxerga com outros olhos a redemocratização, com ausência de lideranças nacionalistas, estadistas e com capacidade de governar.

Mesmo diante de tantos problemas, mitos, histórias, “folclores” que rodeiam os governos dos presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubtischek é inegável que ambos conseguiram comandar o país nas décadas de 1930, 1940 e 1950, com uma visão voltada para a transformação do Brasil e da própria sociedade brasileira.

Agora, se analisarmos os anos 90, o ambiente político foi bem diferente das eras GV e JK. Os primeiros anos da abertura política e econômica do país foram marcados por uma forma de governar com base em Medidas Provisórias (MPs), privatizações e ingerência política.

Muitos políticos da atualidade afirmam que as ações de GV estão ultrapassadas. Ele foi responsável pela criação e implantação da política trabalhista que vigora no país até hoje, que, em seu ápice, instituiu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o salário mínimo. Foi um tempo de mudanças sociais. Existe o bloco dos “contrários a GV” que dizem que sua política era paternalista e manipuladora, mas foi com essa política que ele conseguiu conquistar a classe operária e ter a maioria da população do seu lado.

O intervencionismo do governo na economia foi outra característica marcante dos governos nas décadas de 1930 a 1950. É inegável que o Brasil experimentou altas taxas de crescimento e obteve transformações em sua estrutura socioeconômica.

O grande estadista Getúlio Dorneles Vargas foi o responsável pela Justiça do Trabalho, pela CLT, pelo sistema S (Sesc, Sesi, Sest, Senac, Senai), por vários ministérios, pela CSN, pela Vale do Rio Doce entre outras instituições.

Já Juscelino Kubtischek elaborou o “Plano de Metas” que tinha 31 metas que priorizavam o crescimento e o desenvolvimento do país. As metas não foram inteiramente alcançadas, mas, algumas, obtiveram êxito.

Aqui vai nossa crítica aos políticos em geral e em especial àqueles que criticam Vargas e Kubtischek.

Antes de criticar, analisem muito bem as realizações destes governos que montaram sistemas e estruturas avançadas para o seu tempo e que, até hoje, diante de tantas mudanças, permanecem de pé. Nenhum dos governantes que vieram pós Eras Vargas e Kubtischek, conseguiram marcar de forma positiva seus governos, aliás, pelo contrário, deixaram heranças negativas para o país.

No artigo intitulado “Como ser responsável”, escrito por Geraldo Márcio Alves Guimarães (Pró-reitor da PUC Minas de Contagem), publicado no Jornal Estado de Minas (edição de 30/09/07), o autor afirma que faltam estadistas no Brasil. “[...] o grande mal do Brasil é não ter estadistas. Mas, em compensação, estamos cheios de políticos. E aqui está o problema, porque, segundo Disraeli, o estadista pensa nas próximas gerações, o político, somente nas próximas eleições”.

Para encerrar, lembramos que as ingerências políticas, a incapacidade administrativa, a corrupção, os gastos públicos indevidos, a elevada carga tributária, o excesso de cargos de confiança para os apadrinhados políticos, a falta de investimento em infra-estrutura, educação e saúde tem colocado o Brasil em uma “camisa de força”, que atravanca cada vez mais o seu desenvolvimento. Isso nos faz ter saudades das Eras Vargas e Kubtischek!

* Marçal Rogério Rizzo: Economista, Professor Universitário, Mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas/SP (IE/UNICAMP) e doutorando em Geografia na área de Dinâmica e Gestão Ambiental pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FCT/UNESP) – Campus de Presidente Prudente/SP.

** Waltecir Cardoso Pereira: aluno do 3º Ano de Administração da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Autor: Marçal Rogério Rizzo


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