A COESÃO GRUPAL NAS ORGANIZAÇÕES



Desde o nascimento, as pessoas aprendem a viver em uma sociedade que convive em grupos, tanto na família e amigos quanto no trabalho. Conforme algumas teorias, as pessoas se reúnem em grupos na procura de meios necessários à satisfação e realização pessoal, além de evitar o sentimento de solidão. Dessa forma, as pessoas buscam reduzir a insegurança de “estarem sozinhas” tentando combinar valores, atitudes, regras e comportamento para satisfazerem seus desejos e alcançarem o seu reconhecimento perante o grupo.
Só que os grupos tornam-se mais complexos assim que se expandem da família e dos amigos e chegam até o trabalho. No ambiente familiar e de amigos, os laços de parentesco e afinidade são a regra geral de formação dos grupos. Quando partem para o recinto das empresas, os grupos se ampliam e se subdividem de acordo com as condições impostas.
No ambiente de trabalho, os grupos podem ser de natureza formal e informal. Os grupos formais são definidos pela estrutura da organização, com atribuição de tarefas especificas a cada membro. Já os grupos informais são alianças pessoais que não são estruturadas pela organização, ou seja, formam-se por interesses comuns ou afinidade. Nesses dois aspectos, a coesão é um fator importante a ser considerado pelas empresas, pois influencia no relacionamento interpessoal e na produtividade dos colaboradores.
Um elevado nível de coesão grupal pode propiciar um ambiente organizacional com mais sinergia e menos conflito. Mas, de acordo com alguns especialistas da área de gestão de pessoas, quanto mais coeso for um grupo mais semelhante será a produção de seus participantes individualmente. Esses especialistas também afirmam que grupos muito coesos podem ser vítimas do “pensamento grupal”, ou seja, os membros preocupam-se em obter uma concordância geral, que as normas para o consenso passam por cima da avaliação realista das alternativas, e isso pode acarretar uma deterioração da eficiência mental do individuo, do seu senso de realidade e de julgamento moral como resultado da pressão do grupo.
Em síntese, uma elevada coesão grupal permite a divisão de conhecimentos e habilidades entre os integrantes e proporciona um ambiente mais dinâmico e harmônico. No entanto, as empresas precisam analisar o nível de coesão existente entre os colaboradores, de forma que essa não influencie para uma queda de rendimento e de criatividade individual. Para isso, o desenvolvimento de técnicas para monitorar o tamanho de um grupo, encorajar as pessoas a assumirem posicionamentos distintos e estimular a discussão ativa a respeito de uma decisão são algumas ações que, se tomadas pelos gestores adequadamente, minimizam o pensamento grupal e auxiliam no alinhamento dos interesses do grupo às estratégias da organização.
Autor: RODRIGO RORATTO*


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