VOCÊ APROVA UM IMPOSTO SOBRE A BELEZA?



Calma, calma, não é no Brasil.

O escritor argentino Gonzalo Otálora está causando polêmica com uma campanha em que defende a cobrança de impostos das pessoas consideradas lindas para compensar o “sofrimento” daqueles que supostamente foram menos favorecidos pela natureza.

O escritor, de 31 anos, diz que sua iniciativa tem o objetivo de provocar um debate sobre o culto à beleza na Argentina e sua influência em setores como a política, a economia e a educação.

Armado com um megafone em frente à Casa Rosada, sede da Presidência argentina, em Buenos Aires, Otálora reclama os direitos das pessoas que são consideradas feias pela sociedade.

Otálora, que se considera parte do grupo dos menos agraciados, afirma “por experiência própria” que os feios não têm os mesmos direitos que os lindos na Argentina.

Em seu livro, intitulado “Feio”, o escritor argentino narra em primeira pessoa o sofrimento que enfrentou por sua suposta falta de beleza.

“Minha história é a de um garoto que usava óculos e aparelho nos dentes, que era alvo de deboche dos colegas de escola e rejeitado pelas meninas nas festas. Tempos depois, quando procurava emprego, sentia-se tão feio e inseguro que não conseguia nada”, disse Otálora à BBC.

Na Argentina, a beleza física é associada à imagem de modelos e atores que aparecem nos meios de comunicação, e as pessoas são consideradas mais ou menos belas conforme se aproximam ou se distanciam desses parâmetros.

Otálora apresentou seu projeto ao presidente da Argentina, Néstor Kirchner, a quem classifica como “pouco atraente” e de quem espera alguma resposta por simpatia à causa.

A carga tributária entre países

Em recente entrevista à Revista Época, 3/12/2007, o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o tributarista Gilberto Luiz Amaral, mencionou que de acordo com rankings internacionais que medem a carga de impostos de diversos países, o Brasil é o país emergente que possui carga tributária mais alta, além de cobrar dos cidadãos bem mais que várias nações desenvolvidas.

Enquanto no Brasil a carga tributária representa 35,21% do Produto Interno Bruto (PIB), no Japão, por exemplo, onde o Estado oferece serviços públicos, como saúde, educação e segurança de boa qualidade, a carga é de aproximadamente 20%. “Apesar de se pagar menos, o retorno dos serviços públicos é bem maior”, diz Amaral.

Em países emergentes, a situação é parecida. Na Argentina os tributos representam 21% do PIB e no Chile, 19%.

Bem diante da acirrada competição entre países, empresas, produtos e serviços, com um imposto sobre a beleza será que os “bonitos” irão mudar de país?

E será que temos que criar um imposto sobre a importação de “bonitos e bonitas”?
Autor: Alfredo Passos


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