AUMENTA A INADIMPLÊNCIA DOS CONSUMIDORES NO ANO



Dívidas com os bancos puxam a alta na inadimplência das pessoas físicas com participação de 39,9% no indicador até novembro.

O Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física apontou nova alta na inadimplência dos consumidores.

De janeiro a novembro deste ano, a inadimplência das pessoas físicas aumentou 1% em relação ao mesmo período de 2006.

Nos dez meses de 2007, a inadimplência já havia subido 0,3% frente ao acumulado de janeiro a outubro do ano passado.

Quando comparamos novembro deste ano com novembro de 2006, a inadimplência dos consumidores registrou crescimento de 7,9% e na variação mensal (novembro sobre outubro), houve uma ligeira alta de 0,2% na inadimplência das pessoas físicas.

As dívidas com os bancos foram responsáveis por 39,9% da inadimplência dos consumidores nos onze meses de 2007, puxando a alta no indicador.

De janeiro a novembro de 2006, o peso desses registros era de 32,2%. Dessa forma, a participação dos bancos na inadimplência, registrada pelo Indicador Serasa, aumentou 23,9%.

Em segundo lugar no ranking de representatividade do indicador estão as dívidas com cartões de crédito e financeiras, que tiveram uma participação de 30,2% na inadimplência dos consumidores, de janeiro a novembro de 2007.

As dívidas com cartões e financeiras haviam registrado 32,8% no mesmo período de 2006. Na comparação entre os dois períodos, há uma queda de 7,9% na composição dos cartões de crédito e financeiras no Indicador Serasa de Inadimplência.

Os cheques sem fundos aparecem em terceiro lugar, com uma representatividade de 27,4% nos onze meses de 2007, abaixo dos 32% registrados até novembro de 2006, definindo uma queda de 14,4% na composição do Indicador entre os períodos.

Por fim os protestos, que têm menor peso na inadimplência das pessoas físicas, apresentaram no acumulado uma participação de 2,6%, inferior aos 2,9% de janeiro a novembro do ano passado, definindo um recuo de 10,3% na composição do Indicador.

Alta na inadimplência reflete maior endividamento da população

Os técnicos da Serasa afirmam que mesmo com o aumento do emprego formal (com carteira assinada) e da renda do consumidor, a elevação registrada na inadimplência(1%), na relação janeiro a novembro de 2007 com 2006, evidencia o maior endividamento da população, que responde à crescente oferta de crédito com prazos mais longos.

Quando analisada a série histórica da inadimplência do consumidor, percebe-se que este pequeno crescimento até novembro ocorre sobre uma base
elevada (2006, 2005 etc), o que significa que a inadimplência se mantém em patamares elevados. Na comparação da evolução dos acumulados da inadimplência (1%) e do crédito (28,1%, até outubro, segundo o BACEN) em 2007, a relação ainda é muito favorável para o crédito.

O grande aumento do crédito no ano também explica a alta de 7,9% na inadimplência das pessoas físicas na relação novembro de 2007 sobre novembro de 2006.

Vale notar que a inadimplência do consumidor em novembro cresceu apenas 0,2% comparada a outubro, porém o 11º mês do ano tem bem menos dias úteis que o mês antecedente, o que confirma o recrudescimento da inadimplência no último trimestre de 2007.

Além dos motivos já citados, pode-se destacar também como fator a desaceleração do ritmo de crescimento do rendimento real, em função da alta dos preços dos alimentos.

Segundo o Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física, nos onze meses de 2007, o valor médio das anotações de cheques sem fundos das pessoas físicas foi de R$ 607,82.

Quanto às dívidas com os bancos, o valor médio dos registros no mesmo período ficou em R$ 1.277,04. As dívidas com cartões de crédito e financeiras registraram valor médio de R$ 366,06 e os registros de títulos protestados de janeiro a novembro de 2007, ficaram em R$ 881,44.

No acumulado do ano até novembro, houve um aumento de 8,7% no valor médio das anotações das dívidas com cartões de crédito e financeiras e de 10,2% no valor médio dos registros de inadimplência das dívidas com os bancos, em relação aos onze meses de 2006.

O valor médio dos registros de cheques sem fundos no período aumentou 4,8% em relação a 2006, e dos protestos apresentou alta de 11,8%.

O Indicador Serasa de Inadimplência Pessoa Física, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O modelo estatístico de múltiplas variáveis considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com instituições financeiras e cartões de crédito e financeiras.
Autor: Alfredo Passos


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