CONSCIÊNCIA COLETIVA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA



Émile Durkheim, considerado um dos pais da Sociologia Moderna tem como seu trabalho principal a reflexão e o reconhecimento da existência de uma “Consciência Coletiva”. Ele parte do princípio de que o homem seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no meio deste.
Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado muito nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola ou a faculdade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.
Diante disso, todos temos o papel de contribuir para a rápida melhora das condições educacionais de nosso pais. Nesse sentido a análise a respeito do comportamento do aluno em sala de aula e seu completo oposto dentro de seu grupo é um fato que preocupa e instiga pesquisadores e professores, mais especificamente da rede pública de ensino.
Em sala de aula, facilmente encontramos "educandos" que desrespeitam os professores, utilizando palavras de baixo calão, bem como gestos e expressões. Percebemos que nesse momento ele deixa de lado todas as concepções por ele adquiridas no seio de seu grupo social e se transforma e um outro indivíduo intra sala de aula.
Diariamente também, encontramos crianças que não dão o devido valor ao conteúdo apresentado e, quando não dormem na carteira, atrapalham e interrompem a todo o momento as explicações do professor. Este tipo de comportamento consiste em um dos mais inaceitáveis pela comunidade docente. Tal fato demonstra a incapacidade de se projetar no futuro e ter consciência de que aquilo que ele deixou de aprender com a explicação do professor, algum dia lhe fará falta, no mercado de trabalho ou em seu dia-a-dia.
Para complementar esse ambiente de desrespeito e total e absoluto desinteresse por qualquer tipo de aprendizado, encontramos um outro vilão da educação brasileira, ou seja, o Programa de Progressão Continuada.
Este projeto por sua vez, é alvo cada vez mais freqüente de duras críticas pelos seus principais prejudicados, os professores. Sabendo que não será reprovado, o aluno além de todas as questões anteriormente mencionadas, ainda tem consciência de que nada que o professor fizer, fará com que ele reprove de ano.
Por mais que é facilmente identificável que é muito melhor se ter mais alunos dentro da sala de aulas do que nas ruas, ao mesmo tempo, ficar em sala de aula sem "freqüentar efetivamente os conteúdos" não adianta muito.
Falta ao professor, da rede estadual principalmente, respaldo para suas ações. Se não se tem meios plausíveis de se "punir" o estudante, ele por si só não compreenderá a importância de se ter uma boa educação desde o Ensino Fundamental.
Voltando à Consciência Coletiva, é como se os alunos participassem de dois mundos diferentes, o do convívio familiar onde se tem regras bem delimitas e onde os pais podem aplicar castigos dos mais variados e o mundo das salas de aulas, onde crianças aparentemente quietas e sociáveis no seio de suas famílias se transformam completamente eu um outro tipo de indivíduo, um ser que extravasa suas emoções e sensações, pois sabe que neste ambiente não será punido de forma dura e definitiva.
Autor: Rafael Lucas Santos Valin


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