Corpo e alma



São múltiplas as análises do corpo humano, já que este é uma máquina miraculosa composta por 75% de água, com um pouco de açúcar, proteínas e gorduras, mas a relação de corpo e alma, principalmente o estudo da própria alma, fica voltado mais para o aspecto psicológico. Quando trabalhado na perspectiva da psicologia racional, a noção de alma passa a ser verificada pela razão. Nessa concepção, a constatação apresenta duas características, onde a primeira é comprovada por fenômenos naturais que são quantitativamente mensuráveis (peso e inércia), já a segunda através de fenômenos quantitativos irredutíveis a movimentos (pensamento, vontade, sentimentos).
Percebe-se que tanto a psicologia quanto à filosofia partem do princípio de que onde há vida, também existe alma, pois esta é o princípio vital do corpo físico, e onde há vida, há auto-movimento como afirma Aristóteles. Já o corpo é passivo, uma vez que a alma é vida do corpo e que possui forma substancial, pois existe em si, mesmo que haja mudanças, em outras palavras, é tudo aquilo que fica apesar das mudanças. Os princípios metafísicos, idéias e movimentos que transcendem a realidade vivenciada, devem estar implicitamente interligados, senão o sujeito
metafísico, os fatos psicológicos e a realidade do sujeito não se tornam inteligíveis.
O homem apresenta três princípios vitais: vegetativo, sensitivo e intelectivo, mas apresenta uma só alma, que revela a existência de um “eu”, por isso apresenta única alma. É una em tempo, permanece idêntica em si mesma, por mais que ocorram transformações na vida, o senso de responsabilidade a permanece do mesmo jeito. Una em essência, pois é indivisível, diferente das coisas materiais, é espiritual, mas não age por espírito.
Segundo os filósofos materialistas a alma trata-se de uma coleção de fenômenos. Partindo dessa premissa e ampliando a doutrina, Jolivet afirma que a alma é uma substância, que se refere a uma “realidade permanente, fonte e suporte dosfenômenos da vida, que embora haja mudanças nos estados da vida, os seres humanos sempre reconhecem em si mesmos a própria essência, o próprio “eu”, o que chamamos de conhecer-se por reflexão.
A alma humana tem uma forma e esta é espiritual, pois não depende da matéria para ter existência, ou seja, é subsistente, duas provas são a inteligência e a vontade que nada têm de material, mas que segundo Jolivet esta não é um espírito puro, ela é apenas incompletamente espiritual, pois as suas funções vegetativas e sensitivas dependem intrinsecamente. Por isso, é uma substância incompleta, onde há a necessidade de formar uma única substância aliando-se ao corpo, a essa substância atribui-se o nome de composto humano.
Sabemos que a união de corpo e alma não é indissolúvel, já que ao morrermos os corpos são deteriorados. Quanto a alma, esta torna-se imortalizada naturalmente, pois a alma é uma propriedade que em virtude da qual um ser não pode morrer, permanecendo sempre a individualidade e a consciência da mesma.
Apoiada em sólidos argumentos a alma possui imortalidade intrínseca provada através da metafísica que aplica o não perecimento da alma diretamente, porque é uma substância simples e espiritual incapaz de decompor, e nem indiretamente, porque não tem necessidade do corpo e de seus órgãos para exercer suas funções próprias de conhecimento e de vontade. Outra prova é a moral, já que demonstra as opções baseadas na justiça de Deus que são a recompensa ou punição, sendo o dialeto da virtude e do vício. Sempre pensando na justiça do ser superior, os indivíduos em grande parte pensam nesses princípios, já que muitas vezes os valores sociais são diferentes destes, e isto é uma prova de que é verdadeiro o provérbio ao ser consolidado em atitudes e na credibilidade da imortalidade da alma em que “ a justiça divina tarda mas não falha”. A prova psicológica baseia-se em faculdades, na aspiração pela verdade absoluta, possuir o bem supremo, saciar-se com a felicidade perfeita a qual as coisas terrenas não são capazes de oferecer completamente, algo sempre momentâneo e superficial.
A imortalidade extrínseca só poderia existir somente através do criador da alma; Deus. Apenas Deus poderia joga-la para o nada, mas a sua sabedoria nos prova que o seu desejo e intenção foi torna-la imortal, para jamais destruir a sua obra.
Assim, a alma é imortal, que segundo Santo Agostinho as potências da alma concorrem mais para o mérito do que o corpo, este é apenas um instrumento de ação, já que a alma trata-se do ser, da essência. “A alma é o princípio do agir”, cabe aos seres humanos a vontade de manter viva a essência benéfica, direcionando-a sempre às boas ações, fazendo da alma uma eterna possibilidade de ser feliz.
Autor: Cecília Valadão


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