SISTEMA JUST – IN – TIME DE PRODUÇÃO: SERÁ ESSE O MELHOR?



O sistema Just-in-Time (JIT) de produção enxuta é considerado, por muitos administradores e engenheiros, como um método eficiente das empresas – e principalmente das indústrias – obterem um maior aproveitamento dos recursos disponíveis no seu processo produtivo. Entretanto, há alguns críticos que afirmam que esse sistema não funciona necessariamente em todos os setores de produção.
Um estudo recente da Universidade de Cambridge verificou que a ampla utilização do JIT estava até associada a queda das margens de lucro de exploração de companhias britânicas. Essa redução de rentabilidade observada está mais relacionada com os setores em que as empresas atuam do que o emprego de uma técnica mais eficiente simplesmente, pois o JIT não tem grande influência em alguns tipos de processos.
No setor automobilístico, a aplicação desse sistema foi realizada com êxito, por que disponibiliza um fluxo de materiais contínuo, o que resulta em quantias reduzidas de inventário, de trabalhos em curso e tempos menores de entrega. Já em comparação com diversas empresas farmacêuticas, que utilizam fluxos de produção contínuos e baixos níveis de inventários, o JIT não prosperou, pois seria irreal esperar um aprimoramento de grande proporção em processos que não permitiam outro meio.
Várias empresas de maquinário de tipo especializado e motores elétricos aplicam o JIT somente em setores mais repetitivos, onde seja possível realizar um processo contínuo, e acabam por abandonar ou terceirizar a produção daquilo que não se adapta ao novo método, o que pode vir a ocasionar problemas de qualidade, principalmente quanto à exigência de capacidade, controle e suporte de fornecedores e terceirizados. Outrossim, essas exigências precisam ser claras e permanentes para que a empresa não sofra nem eventualmente com problemas de suprimento de produtos e acessórios. Um exemplo de organização que implantou esse método foi o McDonalds, que mesmo atuando em uma área complexa obteve êxito e conseguiu adequar seus fornecedores.
Dessa forma, nota-se que para a implantação de um sistema do porte do JIT não existe uma “receita de bolo” ideal, porque é necessária uma análise de cada caso individual, independentemente do setor de atuação das empresas. O que vale nesse sistema é que se a empresa adaptar-se e for capaz de manter esse método, a maximização dos lucros poderá ser evidente, pelo fato de que os inventários ficarão minimizados, os processos terão um fluxo mais enxuto e o sistema tributário menos complexo e oneroso, além de melhorar o prazo de entrega e/ou atendimento, deixando-o mais perceptível ao cliente.
Autor: RODRIGO RORATTO*


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