Cooperativa X Gestão de Resultados
Nos termo da lei as sociedades cooperativas podem ser: singulares, as constituídas pelo número mínimo de vinte pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos; cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as constituídas de, no mínimo, três singulares, podendo, excepcionalmente, admitir associados individuais;e confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de três federações de cooperativas ou cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades.
Os objetivos sociais mais utilizados em sociedades cooperativas são: cooperativas de produtores; de consumo; de crédito; de trabalho; habitacionais; e sociais. E na prática, são constituídas por ata da assembléia geral de constituição, transcritas no "livro de atas" que, depois da ata de fundação, servirá como livro de atas das de assembléias gerais convocadas pela sociedade.
Como vimos anteriormente, a cooperativa é uma associação de pessoas, de forma democrática, que se unem com o objetivo de atender as necessidades econômicas fundamentais dos associados, manifestando duas dimensões importantes: a primeira de instituição política, interessada na organização e promoção social de seus membros e, ao mesmo tempo, um empreendimento que se obriga a obter eficiência econômica. Nesse momento percebemos a especificidade atribuída às cooperativas (a política e a econômica).
Enquanto direcionamento doutrinário, as cooperativas se propõem a ser uma solução simples e prática para conflitos existentes entre as características mencionadas. Sendo assim, as cooperativas assumem uma dupla função, a de associação, enquanto reunião de pessoas, e a de empresa, enquanto reunião de capital. Por outro lado, os cooperados também assumem o duplo papel, o de dono e, ao mesmo tempo, o de usuário do empreendimento. Analisando as características apresentadas, na maioria delas ocorre o processo de autogestão.
O associado, como gestor do empreendimento, deve buscar harmonizar a sua participação política com a sua participação econômica, e ambas com a capacidade gerencial da empresa em efetivar suas relações com o mercado. Como resultado da grande interação entre os associados surge um evidente espaço de disputa de poder. Nele, as diferentes forças precisam ser direcionadas e disciplinadas para o cumprimento dos objetivos da cooperativa.
Hoje vivemos em um mercado global altamente competitivo, as mudanças no cenário econômico são constantes e inevitáveis. Isso também exige das cooperativas uma revisão de suas estratégias e estruturas administrativas, ações que tem como objetivo o aumento da eficácia e da competitividade.
Em geral na prática aqueles que entram definem uma estratégia para os próximos três anos, os que entram na gestão seguinte acham que está tudo errado e mudam o rumo das decisões. Os interesses políticos são divergentes, como não existe um planejamento estratégico contínuo, ninguém vê a situação da cooperativa em longo prazo, falta visão estratégica. O amadorismo é grande, e a administração só atua no operacional. É a administração bombeiro.
O fato é que a mudança constante de poder pode provocar descontinuidade nas estratégias da cooperativa dificultando a sua elaboração e implementação a médio e longo prazo. Essa provável descontinuidade nas estratégias provoca mudanças nos rumos da organização com risco de perder competitividade no mercado.
Autor: Márcio Silva
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