TRINTA ANOS DEDICADOS A PAGAR JUROS E AO CRESCIMENTO DA DÍVIDA



PERDEMOS MAIS DO QUE GANHAMOS, NAS ÚLTIMAS TRÊS DÉCADAS


Nas últimas três décadas, temos acompanhado a passividade e impotência dos governantes em relação aos juros pagos pelo Tesouro Nacional, em nome do controle inflacionário. É impressionante como como os Bancos Centrais mundiais adquiriram, sem delegação do povo, poderes absolutos para manobrar a economia de um País, beneficiando especuladores e banqueiros.

Nos últimos trinta anos , o governo criou uma série de planos que congelaram salários, poupança, o FGTS e outros direitos adquiridos da classe trabalhadora, mas, por outro lado, concentraram privilégios no sistema financeiro, pagando abusivas taxas de juros e aumentando o endividamento interno e externo da Nação, sem respostas na melhoria das condições de vida do povo ou na instalação ou ampliação de plantas industriais , que poderiam proporcionar emprego, renda e consumo. Durante tudo esse período o que se viu foi o aumento da concentração de riquezas e o aumento no índice de pobreza e de indigência, no Brasil. E olha que todos esses planos foram elaborados e executados em nome da melhoria das condições de vida dos brasileiros, mas esqueceram de falar quais brasileiros.

Os planos mirabolantes e irresponsáveis do Governo, a partir da gestão do presidente Sarney, estavam tão errados, que já acarretaram ao Tesouro Nacional, reembolsos, por direitos adquiridos ( dos pobres), prejuízos de mais de R$ 250 bilhões, em valores reais e que poderiam ser evitados, através de um correto e honesto gerenciamento da coisa pública. Para a memória do País, seria até interessante o IPEA ou IBGE fazer um profundo levantamento econômico financeiro sobre as três décadas e os prejuízos e benefícios causados à Nação, com a centração de 50% das riquezas geradas, somente nas mãos de pouco mais de 180 mil brasileiros ( 1% da população).

Como exemplo, a China, com uma população sete vezes maior do que a do Brasil, área agricultável 50% menor do que a nossa e com grande demanda por alimentos, mantém uma inflação abaixo de 6% ao ano e remunera o capital com o máximo de três pontos porcentuais (3%) acima da inflação. Enquanto no Brasil, de dimensão continental, riquisissimo nas reservas do solo e do sub solo, com mais de 2 milhões de hectares agricultáveis ( a china só tem um milhão), muita água, clima tropical e sub tropical, não produzimos alimentos suficientes para atender a demanda por consumo interno e chegam ao ponto de culpar o Arroz e o Feijão, pelas taxas de juros reais mais elevados do planeta( 100% superior aos chineses). Aqui temos um Banco Central e Tesouro Nacional que aceita que o sistema financeiro se auto regulamente , Na China, o governo traça planos para conter a inflação e manter o crescimento econômico, controlando exportações e incentivando a produção de alimentos e constantemente o país enfrenta severo inverno que paralisa fábricas e destruiu plantações. Tanto na China, como em qualquer outro país do G-15, não se aplicam dosagens cavalares de juros reais para a contenção da inflação. Um conjunto de providencias são adotadas e não simplesmente a receita dos juros altos, que só proporcionam beneficios aos banqueiros e sistema financeiros. Temos os péssimos exemplos e resultados das trés ultimas décadas, com o esbanjamento dos recursos do Tesouro ( do povo ).

A conclusão de muitos países, hoje, é a de que os Bancos Centrais Mundial não podem continuar com poderes ilimitados e que resultaram na presente crise, de proporções desconhecidas e bancadas pelo povo, que não tem nada a ver com isso, devem, urgentemente, ser monitorados pelo Congresso Nacional de cada país, através da Assessoria de um Comitê formado por pessoas probas, altamente qualificadas, com mandato determinado e dividindo responsabilidades, como representantes do povo, o que evitaria a vulnerabilidade do País às precipitadas decisões que só sacrificam o Tesouro Nacional e ocasionaram a falta de recursos para investimentos em rodoviais, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos, educação, saúde, em serviços de água e esgotos, na habitação e no relegado transporte coletivo de massa. O país não pode continuar privilegiando o capital improdutivo e volátil.
Autor: João da Rocha Ribeiro Dias


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