Técnicas milenares para controle do estresse (MEDITAÇÃO) 2ª parte de três



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“a mente sem treino tem vontade própria,
nos leva a pensamentos e atitudes
que muitas vezes não queremos ter!”

Fábio Azevedo


Na primeira parte deste artigo, citei alguns fatores que contribuem para o aumento do estresse em nosso dia-a-dia, é claro que cada pessoa, tem uma maneira de encarar a vida, possui experiências diferentes e também convicções opostas, mas o que quero enfatizar aqui é a necessidade de exercitamos a mente, não é só o nosso corpo que precisa de exercício para se tornar saudável, a mente é a principal responsável pelo bom funcionamento de nossa “máquina corporal”, e a meditação é comprovadamente uma das mais antigas e efetivas técnicas de exercício mental.
Meditar é simples, e apesar de ter minhas convicções religiosas, não quero em momento algum tocar no ponto religião, pois o hábito de meditar está incluso em praticamente todas as religiões do mundo, diferindo apenas na forma de execução, mas sempre com o intuito de fortalecer a mente, viver o momento presente, e controlar o corpo, para que possamos ser mais saudáveis.
Quero que você compreenda que o hábito de meditar é uma prática, e como toda prática, precisa de dedicação e compromisso, com o tempo você vai perceber, que a mente entrará automaticamente em estado meditativo quando estiver sobrecarregada de problemas e pensamentos conflituosos.
Meditar é um exercício mental, que nos leva a observar os caminhos da mente, e como ela funciona diante do momento presente; Você já percebeu a grande dificuldade que todos nós temos de ficar sem pensar em nada? Tente ficar pelo menos alguns poucos segundos sem pensar em absolutamente nada, e você verá que não é tarefa fácil, nossa mente pula de galho em galho como se fosse um macaco travesso, por isso a primeira técnica que vou ensinar consiste em educar o corpo, ensinar nossa máquina humana a prática da meditação.
Todos nós sentimos vontade durante nosso dia-a-dia de ficar quieto num canto pelo menos durante alguns segundos, seja para pensar em algo ou organizar as idéias, enfim, todos nós somos instintivamente levados a meditação quase que inconscientemente, mas primeiro, quero que você conheça algumas técnicas, pois assim será mais fácil educar sua mente.
Todos que já praticaram alguma atividade física já perceberam que nosso corpo acostuma com o exercício, e quando não praticamos, o corpo reclama, sentimos falta da atividade física, e com a meditação acontece exatamente da mesma maneira.
A maioria das técnicas de meditação envolve três zonas de controle, onde temos corpo, respiração e mente.

Controle seu corpo

Para começarmos você precisa conhecer as necessidades de seu corpo, essa educação corporal, ajuda na melhor circulação sanguínea, oxigena melhor o cérebro, fazendo nossa mente ficar mais clara. Comece sempre observando sua postura, procure uma posição confortável, seja em pé, sentado, ou até andando, não importa, o que buscamos neste primeiro momento, e habituar o corpo ao momento da prática meditativa, esta associação corpo-mente é fundamental, e com o tempo vamos refinando a técnica, buscando outras formas de realizar a prática, até encontrarmos a melhor para nosso corpo.
A posição do corpo é extremamente importante, pois você precisa estar confortável. Nas culturas orientais, posições sentadas são mais comuns, posturas como o lótus e o meio-lótus, na qual se fica sentado com a coluna ereta e com as pernas cruzadas, são as mais utilizadas, a posição da cabeça e das mãos varia de uma cultura para outra, mas o importante e que sua coluna fique reta e não esteja encostada em nada, caso sinta dificuldades de sentar no chão, use uma almofada, e se ainda assim não conseguir ficar sentado, pode-se utilizar uma cadeira.
A coluna é nosso principal centro nervoso, por isso é necessário que ela esteja ereta, mas sem nenhuma tensão, os ombros devem estar relaxados e abertos, e a cabeça e o pescoço devem estar retos e ao mesmo tempo sem contrações, pois se você deixar o pescoço torto, tenso ou a cabeça inclinada demais, a respiração será prejudicada e a circulação sanguínea também, dificultando a oxigenação cerebral.


Respirando melhor

O controle da respiração é fundamental para acalmarmos a mente, você deve inspirar e expirar consciente deste ato, deve perceber a respiração desde o momento que o ar entra pelas narinas, até o momento de sua saída. Controlar e observar o ar caminhando por nosso corpo, produz um efeito tranqüilizante, que reduz a pressão sanguínea e os batimentos cardíacos, acalma os órgãos internos, fazendo a mente repousar.
Procure respirar de forma tranqüila, sem ruídos, e ao invés de encher e esvaziar o pulmão, procura realizar uma respiração abdominal, enchendo e esvaziando lentamente a parte baixa do abdômen.


Observando a mente

Mestres orientais e ocidentais dizem que a mente sem treino tem vontade própria, nos leva a pensamentos que muitas vezes não queremos ter, e se apega em coisas dispensáveis, e quando resolvemos observar o seu funcionamento, percebemos que não temos controle de nossos pensamentos, pois do mesmo modo que é extremamente difícil ficar sem pensar em nada, é praticamente impossível conseguir pensar em apenas uma única coisa. Estes caminhos involuntários de nossa mente, muitas vezes nos causam preocupações, anseios, apegos, conjecturas e suposições que nos levam rumo ao sofrimento e ao estresse.
Procure observar a passagem dos pensamentos por sua mente, mas não se apegue a eles, deixe-os passar, como folhas que passam flutuando em um rio à sua frente, não tente represar os pensamentos, pois assim como as folhas, eles se acumulam e represam o fluxo do rio mental, desviando-o do curso natural.
No início, quinze ou vinte minutos são suficientes para que você comece a usufruir dos benefícios da prática, mas se ainda assim esse tempo for muito longo, divida a prática em três ou quatro meditações de 5 minutos durante o dia, em horários como logo depois de acordar, um pouquinho antes do almoço, e depois do banho quando chegamos em casa após o trabalho, o importe é desenvolver o hábito, e com o tempo você conseguirá meditar por mais tempo.

Outra técnica de meditação, que também pode ser utilizada no cotidiano, e a observação externa dos próprios atos, ou seja, consiste em você observar a si mesmo diante de uma situação ou um problema, como se você estivesse no alto de uma montanha observando você mesmo se movimentando lá embaixo; Esta técnica é bastante funcional quando queremos analisar uma situação de conflito, quando observamos a situação como se estivéssemos fora dela, conseguimos enxergar melhor as atitudes que tomamos e que não havíamos percebido antes, ou palavras que dissemos e não queríamos ter dito.
Olhar a situação de fora, proporciona o aumento do senso crítico, e do discernimento de seus atos, colaborando para que você seja mais cauteloso em suas ações, pensando melhor antes de agir diante de situações em que você se encontra sob pressão, evitando assim, fatores geradores do sofrimento e do estresse.

Na terceira parte do artigo, vou dar algumas dicas para que você organize seu dia e encontre o tempo que precisa para realizar sua prática diária de meditação, aumentando seu desempenho diário.
Lembre-se que uma mente sem treino tem vontade própria e nos leva a pensamentos que muitas vezes não queremos ter, somatizando emoções perniciosas para nossa saúde física e mental, causando problemas em nossa vida pessoal e profissional.
Autor: Fábio Azevedo


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