QUEM DETERMINA NOSSO CARÁTER?



Quem determina nosso caráter? Seria óbvio que fossemos nós mesmos, uma vez que temos a liberdade de pensamento na sociedade em que vivemos, ou assim nos defere nossa proclamada constituição. Porém, te convido a uma pequena reflexão e, no final desta, responda a si mesmo, quem determina o seu caráter? Selecionamos nossas virtudes, nossos parâmetros e, até mesmo, nossos valores, possuímos nosso livre arbítrio. Esse, nas condições reais em que convivemos, por influências econômicas, estatais, autoritárias, entre outras diversas formas de restrição de nossos direitos, parece ser atenuado, quase imperceptível, mas ainda sim, lutamos para mantê-lo aceso como principio básico. Porém, analisando pela ótica brasileira atual, ocorre uma inversão de valores absurda, consideravelmente irracional. “FUI ABORDADO PELA POLÍCIA VOLTANDO DO TRABALHO E ME CHAMARAM DE VAGABUNDO!”. Estas foram as palavras de um cidadão trabalhador, vendedor de latinhas. Sim, ele é um vendedor de latinhas, e daí? Oras, estás exercendo um trabalho como outro qualquer e merece pleno respeito como ser humano. A polícia criou um caráter ao próximo, julgou-lhe, atribuiu uma qualidade que, a priori, ele não tinha, somente pelo seus trajes, aparência e, até sua cor. Agora, imagine você trabalhar o dia todo para ouvir um “VAGABUNDO”, é triste, é reflexivo, à pessoa sente, é desigual, é humilhante. Não estou criticando a abordagem da polícia, o cumprimento do seu dever para manter a paz, mas sim a inversão de valores, que nesse caso, como dito acima, proveio do autoritarismo. Será que um homem branco, de terno e gravata, no seu carro última geração, seria abordado e, iria ter tempo para ouvir um xingamento desse? Pela regra é claro que não, e sabe por quê? Porque a aparência revela autoridade, condiz superioridade, e é nesse ponto que está tudo ao contrário, de cabeça para baixo, erro evidente que viramos às costas, pois nos aproveitamos dele, de fato. Somos frutos dessa sociedade, claro que iremos ter nos influenciado por algumas condutas consuetudinárias, é inevitável. Adotamos assim, essa idéia errônea, perplexa. É como se preferíssemos o injusto que o justo, o irreal ante o real, a maldade sobre a bondade. Essa inversão de valores acarreta também o complexo sobre a simplicidade, dessa forma, o caminho que poderíamos levar para nossa DEMOCRACIA (ainda não encontrado por sinal) se distancia ainda mais, ou seja, estamos voltando no tempo, à era primitiva. O que acontece é que, aparência não define ninguém, se fosse verdade, não existiriam tantos escândalos na nossa política. Enquanto os verdadeiros VAGABUNDOS estão governando nosso país, impunes, perdemos tempo atribuindo nossos conceitos aos próximos, queremos porque queremos avaliar a aparência. Esses sim são os verdadeiros VAGABUNDOS, visto que, deveriam lutar pela igualdade, não o fazendo assim, comprime o país para longe dela, preferem deixar a par, em último plano, “empurrando com a barriga”. Como dizia o velho ditado popular: “As aparências enganam”, e não é que enganam mesmo? PENSE NISSO!
Autor: José Freitas Cardoso Júnior


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