Preservação está na moda



“Preservar o planeta” está na moda. Essa afirmação nos faz acreditar que definitivamente o homem entendeu o quanto a ação humana é degradante sobre o planeta. Porém, com uma melhor observação, podemos constatar que na verdade o que está em jogo é a sobrevivência da raça humana.
Segundo da Veiga (2008, p.A3) “[...] a artificialização que tanto fez progredir a humanidade, ameaça seus próprios alicerces vitais, como um parasita que põe em risco a sobrevivência de seu hospedeiro.” Assim, o lema “preserve o planeta” faz sentido, porque de nada adiantará as tecnologias inovadoras criadas para facilitar a vida da humanidade, se não existir o principal, que são as condições básicas para se viver.
As campanhas de sustentabilidade também estão por todos os lados. O mais difícil de julgar são os benefícios que ela pode trazer ao planeta, mesmo porque a Terra já passou por drásticos impactos ambientais e continua sua rota, porém, podemos dizer que daqui a alguns anos, a raça humana se extinguirá. Isso é inevitável, mas pode ser prorrogado.
Estamos assistindo ao homem acabar com as características necessárias para a sobrevivência dele em um ambiente e, mesmo sabendo o que está acontecendo, há quem diga que a situação não é drástica.
De acordo com Esty (2005, p.18):
Todos esses fenômenos aparentemente dispares têm uma só origem – a escala crescente da aventura humana. Os graus, escalas, espécies e combinações de mudança que ocorrem agora são fundamentalmente distintos dos que qualquer outro período da história; estamos mudando a Terra mais rapidamente do que conseguimos entendê-la. Vivemos num planeta dominado pelo humano – e a cinética do crescimento populacional, a par da necessidade de mais desenvolvimento econômico na maior parte do mundo, afiança que nossa dominação crescerá. [...] O predomínio do ser humano sobre a Terra significa que não podemos escapar à responsabilidade de gerir o planeta.

Vivemos um momento em que os problemas ambientais não são assuntos apenas em rodas de intelectuais. Esses problemas são reais, e causam preocupação à maior parte da população, que agora começa a entender que o homem em sua busca desenfreada pelo progresso, criou um monstro, e ele está prestes a engolir todos nós. Além do mais, toda essa tecnologia produzida dá origem a mais um problema, os resíduos, que muitas vezes são jogados irresponsavelmente em locais impróprios e nos trazem mais poluição e insegurança, e normalmente os lugares escolhidos para o despejo desses materiais são próximos ou até mesmo dentro de rios, assim a água que é um dos bens mais preciosos da humanidade e é um recurso não renovável corre o risco de ser contaminada em sua totalidade. A propósito, o que será feito de toda essa parafernália se ao menos teremos água para beber?
Seria muita presunção de nossa parte pensar que o destino do planeta está em nossas mãos. Como se um homem pudesse resolver qual o momento mais propício para a realização e ele acabaria no mesmo instante. Porém, temos ferramentas que podem ajudar na preservação da vida humana na Terra. Podemos utilizar meios de locomoção menos poluentes, diminuir a degradação ambiental, consumir menos, reutilizar mais e, acima de tudo, racionalizar o uso da água. Esta sim tem pouco tempo de via, por isso devemos utilizá-la de modo racional.
Uma matéria publicada pelo Greenpeace no blog TV BRASIL, diz que o Brasil é o quarto maior emissor de gás carbônico do mundo, e isso é vergonhoso, já que somos detentores da maior área da floresta Amazônica, a segunda maior fonte de obtenção de oxigênio, e ela é essencial para a continuação da vida humana no planeta. Hoje existem várias campanhas pela preservação da floresta, mas a propaganda é grande, mas a ação nem tanto.
Mesmo sabendo que a briga tem mostrado vítimas erradas, devemos lembrar que várias empresas estão agindo para melhorar o ambiente onde vivemos. Temos como modelo, uma marca de detergentes que planta árvores para melhorar a qualidade do ar. Assim ela nos mostra que cabe a cada um de nós preservarmos a vida, seja ela dos homens ou de nosso planeta, o importante é usar toda essa capacidade criadora para encontrar um foco de equilíbrio entre a tecnologia e a preservação do meio ambiente.
Portanto, esta “propaganda de moda” é interessante, mesmo que o risco iminente seja mascarado ela ajudará na preservação da espécie, que ainda tem muito a fazer, e também na preservação da biosfera da qual a vida humana é totalmente dependente.


Referências


ESTY, Daniel; IVANOVA, Maria. Governança Ambiental Global. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2005. 301p.

GREENPEACE, blog TV BRASIL, matéria publicada em 25 nov. 2007. Acesso em: 15 mar. 2008 BERGMAM, Diva. Lula, corra e olhe o céu: Amazônia pede socorro! Disponível em

VEIGA, José Eli, Ambientalismo, entre crença e ciência. Folha de São Paulo, São Paulo, 06 jan. 2008. Primeiro caderno, p. A3.
Autor: Aline Ortega Antigo


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