Transformações morfológicas



Há aqueles que defendem a adoção das letras correspondentes aos sons em detrimento daquelas que nada tem a ver com os sons que designam, mas que são utilizadas, como é o caso da palavra exemplo, que se escreve com x, mas que é lido com som de z. Então por que não z, visto a ortografia ser uma questão de mera conveção?
Desta forma não somente a memorização se tornaria mais fácil, assim como o erro ortográfico diminuiria.
Como havíamos mencionado no artigo anterior a iconsciência lingüística é responsável por esta transformação, e para tal, iremos mencionar dois exemplos históricos, ou seja, faremos uma análise diacrônica das seguintes palavras: branco e flôr.
No século XVI, século em que viveu nosso caríssimo poeta Luiz Vaz de Camões, estas palavras eram grafadas: blanco e frôr, ou seja, exatamente o inverso de ambas na atualidade, e como dissemos no artigo anterior, a inconsciência lingüística foi a responsável por suas transformações.
Podemos ver com isso, o quão a ortografia é meramente convencional e convencionada tacitamente através da inconsciência lingüística coletiva.
Retomando ao ponto incial, da defesa da mundança ortográfica, achamos de suma importância a questão, contudo é mister analisá-la mais a fundo.
Outro ponto que podemos levar à análise, é que em outras línguas, como por exemplo, o inglês, a discrepância entre transcrição fonética e transcrição gráfica é ainda maior e não há movimento nem intenção de se transformar as transcrições gráficas, aproximando-as das fonéticas, talvez pelo mesmo motivo que não se vai além na língua portuguesa – a herança histórica do vocábulo.
Este talvez pareça um motivo pouco contundente, mas dependendo do caso, da modificação, do vocábulo, pode ser muito relevante, pois iríamos interferir na língua que é viva. Língua esta, cujas impressões acústicas já se encontram arraigadas e que somente um processo longo e natural poderá transformá-la.
Com isso, acreditamos que a conveção ortográfica deve ser analisada, não superficialmente, mas há de se saber analisar cada caso e assim o fazer obedecendo a fluição natural da própria língua, sem querer imprimir artificialidade a mesma.
Autor: Ricardo Fernandes Marques


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