Questão de Ordem !



Políticas de Segurança Pública - Reflexões

Na semana passada apresentei um trabalho no Curso de Pós graduação sobre Gestão Estratégica para a Prevenção da Violência que realizo na Unisinos, promovido pelo Governo Federal. O tema tratava sobre as Políticas de Segurança Pública na América latina. Iniciei a apresentação questionando sobre a quem interessa ter segurança pública. E novamente me debruço sobre a questão de que as pessoas somente se interessam pelo assunto Segurança quando estão diante de uma situação de emergência.
A quem interessa
Humildemente, falei que segurança não interessa aos políticos porque é muito cara e não rende votos. Que não interessa à maioria dos comerciantes porque dificulta a sonegação de impostos. Que não interessa aos ambulantes porque inibe a muamba do Paraguai. Aos policiais porque extingue os “bicos” e diminui a corrupção. Não interessa à maioria das empresas porque impede os crimes ambientais, como por exemplo, a mortandade de peixes no rio dos sinos. Não interessa aos condutores de veículos, na sua maioria infratores. E interessa menos ainda às pessoas em geral, que por natureza infringem as leis. Contudo, acho que o problema não é de Lei, mas de Moral, que, diga-se de passagem, falta a muitos homens públicos.
Dedo-duro
As pessoas detestam informante, denunciante, alcagüete, dedo-duro, mas no momento em que forem assaltadas, estupradas, caluniadas, surrupiadas, enganadas, com parentes mortos, daí clamam pela existência de um. Escondem-se para não serem testemunhas, mas chegam a recompensar (e muitas vezes pagar caro), para que uma minta ao Delegado e ao Juiz. E durma com um barulho destes.
Para pensar
Não é possível acreditar que com cerca de 500 militares do Exército Brasileiro em Sapucaia do Sul, somados aos 100 PMs, 30 policiais civis, 19 Bombeiros, 50 agentes da Guarda Municipal, Policiais Rodoviários Federais e Estaduais, Conselheiros Tutelares, Promotores, Juízes e seus agentes, aposentados da segurança pública, mais cerca de 20 empresas de seguranças privadas, Zeladorias e Monitoramentos via satélite, acrescidos ainda de todas as pessoas que se intitulam de bem, ainda tenha espaço para bandidos na nossa cidade. Ou somos todos omissos ou alguma coisa está errada! A hora é de União.
Recado
Não deixarei de manifestar meus pensamentos, seja aqui no jornal ou olho-no- olho, só para agradar a quem o chapéu serviu. Não tenho rabo preso. E como homem público que sou, também estou sujeito às críticas. Aceito-as e procuro corrigir meus eventuais erros. Menos o de desonesto.


Contato para sugestões e críticas: cé[email protected]


Célio Vargas de Oliveira
Capitão PM e Bacharel em Direito



ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL A NOTÍCIA DE SAPUCAIA DO SUL-RS
Autor: Célio Vargas de Oliveira


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