ESCLARECIMENTOS SOBRE A LEISHMANIOSE



OS CÃES SÃO NOSSA PROTEÇÃO; NÃO SÃO VETORES, MAS, SIM, RESERVATÓRIOS!


*Bia Lopes


A preocupação com a presença e proliferação desenfreada do flebótomo vetor da Leishmaniose, com os equívocos na condução das ações de controle, tem mais um sério agravante. Além de vetorar o protozoário responsável por esta patologia o mosquito está envolvido em outra letal infecção bacteriana: a Bartonella bacilliformis ou febre de La Oroya, que é uma doença típica da região dos Andes, isto é, de altitude entre 600 a 2 800 metros. Quer dizer, costumava ser. Dezenove pessoas foram vítimas em 2004, em região de baixa altitude, na província de Madre de Diós, que faz fronteira com o Brasil. (Anna Paula Buchalla e Giuliana Bergamo-TERRA É O PARAÍSO)
“Os insetos são reservatórios importantes de doenças que podem atacar o ser humano e outros animais. Não bastasse isso, agora se sabe que eles estão também preparando novas doenças no interior de seus organismos, que poderão surgir no futuro”, disse Nick Waterfield, da Universidade de Bath. (Nature Reviews Microbiology).
Enquanto a Saúde Pública elimina centenas de cães, os mosquitos só aumentam, de forma rápida e sem controle. É assustador perceber a rapidez com que surgem centenas e centenas de mosquitos e a demora para concientizar os coordenadores sobre a ineficácia do uso de piretróide para controle de mosquitos.
Em documento técnico da SUCEN-SP., sobre praguicidas (pg.10) onde cita as características dos piretróides, no modo de ação está bastante claro: “Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.”

Quanto ao número de casos de pessoas infectadas, é incerto. A maneira que o parasita se multiplica no corpo da vítima é invadindo o sistema imunológico, no entanto, nem todas as pessoas infectadas desenvolvem a doença. Elas costumam adoecer se a imunidade estiver enfraquecida por desnutrição ou por uma doença, como o HIV/AIDS.
“Se não for tratada, a Leishmaniose é fatal e os sintomas incluem febre, perda de peso e crescimento anormal do baço e do fígado. A maioria das pessoas dos países centrais nunca ouviu falar nesta doença, mas ela é comum no Brasil, na Índia, no Nepal e em partes da África Central, sendo conhecida por devastar populações de cidades inteiras.
“O diagnóstico clinico é difícil porque os primeiros sintomas se parecem com os de outras doenças tropicais mais comuns, como a malária, incluindo aumento do abdômen, inchaço do baço e fígado, episódios de febre, diarréia, e anorexia. Devido à presença do vetor e o número de casos ocorrendo, o médico deve investigar para descartar a hipótese. A forma atual mais confiável de diagnóstico nos países africanos é a aspiração do baço, porém este procedimento é invasivo e pouco adaptado a ambientes em áreas remotas sem estrutura médica permanente.”
(Drugs for Neglected Diseases Initiative)

A Leishmaniose é transmitida pela picada do mosquito Flebótomo (Lutzomya sp), que transmite o parasita microscópico tanto ao ser humano quanto aos cães. O cão é sempre a primeira vítima atingida pelo vetor. A eliminação dos cães e a permanência do mosquito, apenas fazem com que ele chegue mais rápido à pessoa para sugar seu sangue. E transmitir a doença.

“EQUÍVOCO” NA MANEIRA DE ELIMINAR O MOSQUITO

Não quero pensar que, deliberadamente as coisas sejam feitas da forma errada, então chamarei de equívoco... Ou existem interesses por trás disto? Porque perceber que não funciona é fácil: se funcionasse mesmo não haveria epidemias ano após ano, com milhares de pessoas infectadas e muitos óbitos, (no caso da Dengue, por exemplo).
Em relação à leishmaniose, volto a insistir: o vetor está espalhado pela cidade toda! E a cada dia centenas de novos mosquitos surgem! Usar a desculpa que o inseto adquiriu resistência é, no mínimo, abusar da inteligência de quem tem algum entendimento no assunto!
Li na mídia um artigo onde certo entomologista disse que para o veneno funcionar “a gotinha deve acertar na cabeça do mosquito.” Entre todas as ‘pérolas’ sobre o assunto, essa foi a premiada! Mas ele ainda está errado, pois, com os inseticidas usados, é preciso acertar a lata na cabeça do mosquito... Daí ele morre, certamente!
O inseticida deve ser aplicado com o U.B.V (Ultra Baixo Volume), com óleo adicionado. Ah! E tem de ser o inseticida correto, velocidade e horário também. A população, avisada, deverá abrir portas e janela, para deixar o inseticida entrar.
O engenheiro agrônomo gaúcho, Julio de Castro, orienta em seu artigo para o uso do Malathion, (ou similares) que os fabricantes vendem os inseticidas com várias marcas e embalagens desde envelopes com 25gr até l litro. Um litro custa R$23,00 e prepara até 400 litros de calda, bem diluída, conforme está no rótulo. Segundo ele, os 400 litros de calda são suficientes para pulverizar 800 casas. Então fica difícil (ou não?) imaginar os motivos ocultos por trás de desculpas vazias para não fazer o que é certo! Por que utilizar um veneno que não é para mosquitos, custa caro e faz mal???
“É fulminante. A chuvinha do pulverizador em cima do mosquito mata instantaneamente, vira pó, é exterminador mesmo. Tem efeito por mais 15 dias contra mosquitos aventureiros que se aproximarem. O efeito residual é fundamental para a eliminação total da praga e garantia contra a re-infestação pelos mosquitos”, declara o estudioso agrônomo Julio.
Costumo conversar sobre o assunto e a população reclama sobre a necessidade urgente do “fumacê” com o inseticida correto. “Como passava antigamente, não ficava nem um mosquito da dengue, nem pernilongo”, afirmam as pessoas. “Hoje tem todas essas pragas, mais o mosquito da Leishmaniose e ninguém faz nada”, diz uma delas.
“Somente o ataque urgente, com INSETICIDAS líquidos, direto sobre os mosquitos, dentro e em volta das casas acabará com a epidemia. O efeito é instantâneo. A aplicação é rápida, muito fácil, barata e ao alcance de todos os níveis sociais. Exterminando os insetos adultos, machos e fêmeas, não haverá mais larvas. O povo vai entender, colaborar e agradecer.” diz o engenheiro agrônomo.
Só com uma ação correta, simples estaremos livres desses insetos. E é tão fácil: basta agir, corretamente!
Autor: Beatriz Antonieta Lopes


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