PREFERÊNCIA ENTRE A SOJA CONVENCIONAL, ORGÂNICA E TRANSGÊNICA



CECCON, Fernando Zeilmann


O consumidor em geral, parece estar disposto a pagar um prêmio por um produto, que ele julgue benéfico a sua saúde, ou que agrade as suas ideologias e intuições pessoais, mas até certo preço. Este prêmio pode resultar em uma maior lucratividade para o produtor, dependendo do preço que será pago pelo seu produto e seu respectivo custo de produção.
Pesquisas mostram (IDEC 2000) que entre 25% e 50% dos consumidores já estão aceitando os alimentos orgânicos, mesmo tendo que pagar mais por eles.
A Solae Company, joint-venture entre as americanas DuPont e Bunge, elevou os prêmios aos produtores gaúchos para garantir oferta de soja não-transgênica, a remuneração extra é de R$ 2,40 por saca. Geovane Consul, diretor de manufatura da Solae, afirma que o programa tem atraído o interesse de produtores de todo o Estado e de cooperativas. "A empresa compra os dois tipos de soja, de acordo com a demanda dos clientes", diz.
Antonio Iafelice, presidente mundial da Agrenco, observa que a produção em menor escala aumenta o custo de produção e segregação. "Com preço mais alto e oferta menor, muitos vão descobrir que a soja transgênica não é tão danosa a saúde quanto se temia", observa. A tendência, segundo Iafelice, é que o mercado não-OGM se torne cada vez mais restrito e os prêmios pagos por esse tipo de grão suba (BOUÇAS 2006).
Segundo a Associação Brasileira de Horticultura, a resistência ao consumo de transgênicos, entretanto, não é realidade em todos os países. "Na China, por exemplo, a população prefere o transgênico porque o recebe como sinônimo de modernidade.
Como os produtores recebem prêmios sobre os preços de produtos convencionais, que oscilam em torno de 30%, pode-se sugerir que os distribuidores praticam margens mais elevadas nos orgânicos do que nos convencionais (ORMOND, J.P. et al. 2002).
Considerado um assunto polêmico e de ampla discussão, os transgênicos e os orgânicos são cada vez mais abordados em todos os meios de comunicação, gerando assim um nível de conhecimento crescente. Com isso, os conservadores podem mudar sua escolha ao levar em conta o menor uso de pesticidas em lavouras com plantas geneticamente modificadas.
Existem inúmeros anúncios que dizem que os orgânicos trazem muitos benefícios para a saúde e o meio ambiente, convencendo muitos consumidores que se trata de um produto ecologicamente correto e sustentável, tornando-se, num primeiro instante, um produto mais preferido que os demais. Porém quando existe a diferença de preços, na maioria das vezes, o consumidor a opta pelo produto mais barato.
Parece não haver uma posição bem definida dos consumidores, porém, com a iminente rotulagem dos transgênicos, há de se esperar que o consumidor comece a ter uma posição mais “firme” entre, aceitar o produto geneticamente modificado ou se dispor a pagar um valor superior pelo produto convencional e/ou orgânico.
É notável também, que os consumidores não estão convictos da superioridade de um tipo sobre o outro, uma vez que mudam sua escolha no momento em que a variação de preço se torna maior, havendo uma escolha por valores e não por certezas sobre os benefícios ou malefícios que um produto venha a ter em relação a outro.

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Autor: Fernando Zeilmann Ceccon


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