Sorriso não vende caixão, será?



Quando Marlene e o esposo chegaram à funerária, o atendente era a expressão pura da felicidade, completamente o oposto dos visitantes, cabisbaixos e com olhares distantes. Lamentavelmente, Marlene precisava escolher um caixão para enterrar sua mãe.
Abre tampa, fecha tampa, bate na madeira e consulta preços. Situação miserável, essa.
Sorrisos, gentilezas e constantes cuidados foram a tônica da negociação de compra e venda de um maldito caixão. Negócio fechado e selado com um cheque e um longo abraço. Cada um segue seu caminho.
Daí, algumas pessoas se perguntam: Sorrisos num momento desses? Quem pode julgar? Afinal não estamos na pele de Marlene, não é?
Naquele instante o sorriso meigo do rapaz conseguiu transmitir credibilidade e conforto para aquela família. Por maior que fosse a dor, o rapazinho não tinha motivos para tratá-la de forma diferente, afinal estava fazendo seu melhor. Independentemente do ramo de atividade da empresa, um colaborador que consegue sentir as necessidades do cliente e tratá-lo com empatia, este sim coloca alma no que faz.
Autor: Débora Martins


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