Planejamento Estratégico – muito mais do que planilhas...



Planejamento Estratégico – muito mais do que planilhas...

Muitos pensam que basta apenas uma boa planilha, e pronto – o negócio já pode abrir as portas... Muitos outros, nem disso imaginam precisar!

Conforme comentamos em outros artigos, a grande maioria dos pequenos e médios empreendedores parte para o mercado baseando-se apenas em suas próprias idéias, perspectivas e experiências anteriores.

Em nossa modesta opinião, trata-se de uma enorme oportunidade ao erro.

A equivocada idéia de que um Planejamento Estratégico se resume a uma planilha financeira, vive sempre presente na mente desses empreendedores. Ela provoca a sensação de que planejar é algo muito complicado, que exige amplo conhecimento financeiro, domínio de cálculos, planilhas eletrônicas e..., que isso tudo toma muito tempo!

Ainda que apenas na esfera intuitiva e mental, todos os empreendimentos partem de um plano de negócios – simples ou complexo; amplo ou incipiente; completo ou efêmero. Afinal, haverá sempre uma idéia, mais ou menos concreta, que sustente o início do negócio.

Criar um planejamento estratégico não significa construir uma planilha!

Planejar significa cercar-se de um conjunto de ferramentas, estruturas e informações que facilitam a operação da empresa, tornando-a eficaz e preparada para os desafios do negócio. Planejar é uma atitude constante e não uma atividade única e estática.

Vamos simplificar tudo isso!

O Planejamento Estratégico é uma visão estruturada do empreendimento, construída de forma a propiciar a análise antecipada de informações em vários exercícios, verificando os possíveis comportamentos, custos e receitas da estrutura proposta, assim como cenários futuros e alternativos frente ao mercado alvo.

Mesmo que essa definição – grotescamente simplista aos olhos dos mestres dessa ciência – possa ainda parecer complexa àqueles que “tocam” o cotidiano de seus negócios, podemos simplificá-la um pouco mais: Trata-se de um conjunto de exercícios e análises que antecipam cenários futuros, prevendo possíveis problemas e dificuldades, assim como oportunidades e novos caminhos.

Talvez seja uma heresia chamá-la de definição, mas essa segunda visão sobre o assunto nos passa uma sensação clara de que através dela conseguimos prever e antecipar problemas, assim como estudar alternativas. Se isso é verdade, temos que concordar que esse tal planejamento é algo bom e que não deveria ser feito apenas na fase inicial do negócio, não é mesmo?

Pois é…!

Planejamento Estratégico é um processo, uma atitude, uma forma de pensar, portanto, tem que ser contínuo e interativo aos passos da empresa. Essa é a inteligência do negócio!

Sem qualquer dúvida, o grau de consistência e assertividade do plano inicial pode prever as possibilidades de sucesso ou fracasso. Entretanto, devemos entender que apenas a constância do ato de revisá-lo e adequá-lo, como uma atitude contínua e interativa, fortalece as chances de êxito do negócio, mesmo nas situações mais difíceis.

Devemos ter em mente que a estratégia é a ponte que une a idéia (objeto do negócio) ao mercado comprador, e que o plano de negócios é a ferramenta necessária à construção dessa ponte. Porém, não podemos esquecer que os desejos, os requisitos e as demandas de compra desse mercado podem também mudar repentinamente.

Dessa forma, fica fácil compreender que essa ponte pode sofrer muito com tais mudanças de demanda. Um plano inicial de negócios consegue até suportar essas pequenas mudanças – dependendo da consistência e da amplitude da sua concepção – mas isso não dura muito tempo.

Eis aqui um dos principais equívocos dos empreendedores – imaginar que um plano de negócios é feito para sempre.

Não! Ele serve para nortear os primeiros passos da empresa – definir direções; orientar investimentos e iniciativas; suportar a operação inicial; prever possíveis gastos e receitas – mas daí a pensar que seja eterno, é um grande erro.

Como sabemos, a idéia (o objeto do negócio) é formatada pela empresa (em produtos ou serviços) a fim de atender a necessidade do mercado comprador. Para tanto, são necessários vários estudos sobre essa necessidade: qualitativos, quantitativos, características da demanda, entendimento das forças que impulsionam o desejo de compra, os “porquês” da necessidade, sua extensão em potencial e tempo, etc. Portanto, seria lógico pensar que como as características de compra do mercado sofrem influências e mudanças o tempo todo, compreendê-las se torna imprescindível ao ajuste do nosso plano, não é mesmo?

Assim, fica fácil verificar que o estudo dessas características é o fator-chave do processo de planejamento estratégico. Logo, podemos entender que o planejamento, por sua vez, há que ser revisto "constantemente", de forma que todas as variáveis e tendências comportamentais de compra possam ser coletadas, analisadas e compreendidas, "antecipadamente".

Por isso, a palavra "antecipadamente" resume a importância do plano, assim como o termo "constantemente" define seu potencial de acerto, e, por conseguinte, o sucesso da empresa.

Muito mais do que buscar o "como planejar", há que se entender o "porquê planejar" – suas características, sua amplitude e sua eficácia. Afinal, poder pensar e agir antecipadamente às dificuldades e às oportunidades é o mesmo que prever o potencial de sucesso de qualquer empreendimento!


Roberto A. Trinconi
CEO
EdgerSense Consulting
The Business Management Intelligence Company
Autor: Roberto A. Trinconi


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