Psicologia Da Nutrição



Trabalho e resumo de autoria de Neito Antonio Bonotto e Marcella Jeske.

Introdução

Quando falamos em Psicologia, queremos nos referir basicamente à compreensão do comportamento. Poderíamos traçar, com o auxílio desta ciência, um certo perfil comum aos idosos? O que possuem estas pessoas de semelhante?

Pela legislação brasileira, são considerados idosos todos aqueles maiores de 60 anos de idade.O idoso não é velho, mas sim uma pessoa vivida, com muita sabedoria e inteligência para lidar com os problemas do dia-a-dia. No Brasil existe atualmente o Estatuto do Idoso, aprovado pela Comissão Diretora do Senado Federal em 23 de Setembro de 2003. O estatuto foi criado para assegurar os direitos destas pessoas que ao longo de suas vidas construíram e melhoraram nossa sociedade para que hoje possamos desfrutar dos avanços conquistados.

A Identidade do Idoso Brasileiro

O conceito de identidade é demasiadamente complexo. Na verdade, a identidade é relacional, ou seja, a identidade se constrói e reconstrói naquelas identidades já existentes, por isso elas são abertas a mudanças. Elas se formam a partir de três questões principais: a escolha de uma ocupação; a adoção de valores os quais acreditar e viver; e o desenvolvimento de uma identidade sexual satisfatória.

No começo do século XXI, com a crescente globalização, as tecnologias disponíveis à população, possibilitaram melhor qualidade de vida para as pessoas de modo que essas foram envelhecendo de maneira mais segura e saudável. No âmbito de alcançar a velhice bem sucedida, as pessoas freqüentemente planejam novas ocupações para suas vidas pósaposentadoria.

Essa nova busca proporciona uma transição para uma identidade diferente daquelas visadas há alguns anos atrás.

Preconceitos sobre o envelhecimento

Em nosso país, hoje em dia, vivemos um período de muitas conturbações. Sãovários os problemas econômicos e sociais que envolvem os campos da saúde, mercado de trabalho e educacional. Dentre todos esses problemas, a questão do idoso brasileiro é de difícil solução, o qual vem sendo um grande desafio.

O envelhecimento pode ser entendido como um processo múltiplo e complexo de contínuas mudanças ao longo do curso da vida, influenciado pela integração de fatores sociais e comportamentais. A idéia pré-concebida sobre a velhice aponta para uma etapa da vida que pode ser caracterizada, entre outros aspectos, pela decadência física e ausência de papéis sociais.

Cada vez o brasileiro está vivendo mais, pois hoje, no país, os idosos ultrapassam o número de 15 milhões, correspondendo a 8,6% da população total do país. Segundo projeções demográficas, iremos ser a sexta população mundial de idosos, e isso é alentador.
Muitas vezes o idoso é visto pela sociedade como um indivíduo "inútil" e "fraco" para compor a força de trabalho, que por valores sociais impedem a participação do mesmo em vários cenários da sociedade.

De acordo com Mercadante (1996), na nossa sociedade, ser velho significa na maioria das vezes estar excluído de vários lugares sociais. Um desses lugares densamente valorizado é aquele relativo ao mundo produtivo, o mundo do trabalho.

A nova imagem do idoso

A imagem que possuímos dos idosos vem mudando devido ao avanço dastecnologias na área da saúde proporcionando uma elevação da expectativa de vida, o "novo idoso" é influenciado por hábitos saudáveis. Não é apenas com a saúde física que o idoso do século XXI está mais cuidadoso. Ciente de que o corpo e a mente estão muitos associados, eles buscam manter ambos em atividade, como voltar a estudar, fazer cursos de informática, hidroginástica, teatro, jardinagem, etc.

Os chamados "programas para a Terceira Idade", oferecem diferentes propostas para o lazer e ocupação do tempo livre, são espaços nos quais o convívio e a interação com e entre os idosos permitem a construção de laços simbólicos de identificação, e onde é possível partilhar e negociar os significados da velhice, construindo novos modelos, paradigmas de envelhecimento e construção de novas identidades sociais.

Mercadante (1996) afirma ainda que, (...) a identidade de idosos se constrói pela contraposição a identidades de jovens, como conseqüências, se têm também a contraposição das qualidades: atividade, força, memória, beleza, potência e produtividade como características típicas e geralmente imputadas aos jovens e as qualidades opostas a esta última, presentes nos idosos.

Fonte de sabedoria

O idoso é a fonte de sabedoria mais próxima de qualquer ser humano, com sua grande experiência de vida profissional, social, emocional, psicológica, comportamental possibilita aos mais jovens oportunidades de compartilhamento de saber com um nível considerável de qualidade de informação.

A sabedoria do idoso foi adquirida ao longo de sua vida, passando por diversos momentos da vida onde os mais jovens não tiveram a oportunidade de viver até o momento, possibilitando orientar os mais jovens da melhor forma possível para que suas decisões possam ter um nível considerável de acerto, o idoso sempre está aberto a compartilhar informações de qualidade quando solicitado pelos mais jovens com grande entusiasmo.

Os direitos do idoso

Conforme o Estatuto do idoso, que entrou em vigor no dia primeiro de outubro de dois mil e três:

Art. 10 § 2º O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetivos pessoais.

Os direitos do idoso são garantidos por lei federal e cabe a cada um de nós também poder dar sua contribuição, incentivando-os e apoiando-os sem qualquer distinção deste.

A psicologia do idoso

Por que se diz que uma pessoa está na 3a. idade? Não se cruza qualquer umbral definitivo para entrar na velhice. A Organização Mundial da Saúde estabelece o limite cronológico de 65 anos para o início da velhice nos países desenvolvidos, e 60 anos nos países em desenvolvimento. Como, psicologicamente, estaria assentada a idéia de velhice?

IDENTIDADE E CORPO

Uma questão importante a discutir, logo que falamos em velhice, é a da identidade. E, não é raro que esta seja construída a partir do corpo. Isto é, sou o que é o meu corpo. Não apenas aquele corpo que existe – dimensão real – mas, sobretudo, o corpo imaginário, aquele que, a partir da relação com o corpo real, eu alimento em mim. A identidade nasce do corpo simbólico que encontra suporte no corpo real.

Na medida em que este corpo real começa a sofrer modificações substantivas, pode acontecer um progressivo comprometimento da identidade, com risco de conflitos e dificuldades. Estas serão tanto mais importantes quanto mais a pessoa tenha desenvolvido sua personalidade em cima da imagem do seu corpo real.

Costuma-se chamar de narcisista aquele que cultua, em demasia, a própria expressão do corpo. Tendo centrado a identidade unicamente em torno do culto ao corpo, esta pessoa sentirá enormes dificuldades em confrontar-se com uma nova contingência. A mudança do corpo – por um que envelhece – será motivo de vexames e dificuldades.

Pode-se compreender o esforço que alguns fazem para "esconder" e/ou suportar as circunstâncias de um corpo envelhecido. Tentam adiar de todas as formas esta confrontação, que experimentada, será motivo de grande sofrimento.

Para outros idosos não é tarefa impossível assumir um corpo envelhecido ou envelhecendo. Não se esforçam para esconder a idade da vida no corpo. São corpos envelhecidos, extremamente belos, que nos enternecem, transmitindo serenidade e paz.

São expressão de uma velhice assumida. Por outro lado, é triste ver um corpo repuxado, na desesperada tentativa de jamais envelhecer. Quase mutilado, tentando expressar uma falsa beleza, revelando muito mais uma situação de conflito intenso vivido pela pessoa, querendo ainda ser jovem, quando o físico diz que não pode mais.

É provável que esta pessoa, assim descrita, não consiga assumir um corpo mais maduro, expressão mais exata do que já viveu, porque a sua biografia pessoal não tem tanta história para respaldar. É mais fácil alterar a aparência do que se assumir responsável por uma biografia tão pobre. Pensando-se jovem, não terá que se angustiar com o nada feito na vida.
A relação com o corpo não é apenas uma questão de estética mas uma expressão reveladora da relação do indivíduo consigo mesmo.

A QUESTÃO ECONÔMICA

A dimensão econômica tem uma importância significativa na estabilidade psíquica do idoso. Ter uma renda própria pode ser a garantia de uma melhor qualidade de vida na velhice. Estamos numa sociedade de inspiração capitalista, onde as pessoas são consideradas pelo que possuem. Nesta circunstância é fácil compreender a relevância de perceber uma aposentadoria.

Começa com a sua conquista, um grande sonho. Dela deriva, em grande parte, o conceito de liberdade e expressão. Não vai depender de ninguém. E isto é muito importante para o idoso. Poderá manter e alimentar a independência e a autonomia.

Não estar aposentado, não ter uma renda própria na velhice é ressentido pela sociedade, e pelo próprio idoso, como uma condenação antecipada de não ter feito nada. Uma vida fracassada para aquele que não conseguiu assegurar uma aposentadoria digna. Não aposentado, o idoso porta uma triste sina, além de não ter dinheiro, é visto pelos demais – inclusive a família! – como um incapaz, um derrotado. Um paria.

A SOCIABILIDADE

O ser humano é gregário. Tem inata a tendência de se relacionar e viver em grupo, com o qual troca suas experiências, sedimenta suas vivências e emoções. Neste caso, o idoso normal não busca a solidão, não quer se isolar, como falsamente tenta-se compreender. A solidão não é uma opção. Ele é empurrado por algum motivo. Primeiro, as limitações físicas. A locomoção, a vista e a audição restringem as possibilidades de andar, de ouvir e ver. Não há a mesma disposição de antes. É mais complicado sair e visitar os familiares e amigos.

Segundo, o círculo de amizade vai restringindo-se. As perdas são substanciais. Foi não foi, morre mais um... As amizades vão gradativamente deixando o mundo dos vivos. Esta situação será mais agravada, se o idoso não tiver a capacidade de estabelecer novos relacionamentos, seja pela restrição espacial – pouco sai, pouco anda, pouco conversa – seja pela dificuldade de atualizarse com o outro mundo, o de agora. O envelhecimento representaria uma constante e inexorável marcha para a solidão.

A primeira grande redução do campo social, sobretudo para o homem, é a própria aposentadoria. É jogado fora do local de trabalho, onde tinha um amplo círculo de amigos e companhias. Se, de um lado, a aposentadoria tem a dimensão do "enfim livre" de obrigações e responsabilidades profissionais; por outro lado representa um importante retraimento dos laços sociais. A profissão era um elemento constitutivo da própria identidade. Ele era o doutor fulano de tal, o responsável por tal coisa, o profissional que.... Hoje, com a aposentadoria, ele perdeu uma parte significativa desta identidade. Fica na categoria do EX. Mais frágil e socialmente mais vulnerável..

O que reforça o pensamento: "O que mais ameaça a pessoa idosa, quando as forças declinam é de perder todo desejo, de não pode mais conceber e realizar projetos, de não ter uma vida social."
No passado havia a substituição desta função social por outras tarefas reconhecidamente válidas como a de sábio, depositário das tradições e das riquezas culturais. Agora, não mais. "Hoje, as tarefas atribuídas à velhice são nitidamente percebidas como pouco úteis, sem status preciso, por vezes simplesmente toleradas por boa vontade ou por princípio moral, isto em razão da aceleração do ritmo de vida, da competitividade e da tecnicidade crescentes."(3)

A SEXUALIDADE

"A sexualidade é uma forma de expressão pessoal que não tem um momento para começar nem para terminar. A sexualidade não começa na puberdade e não termina na andropausa / menopausa."(1)

Outra esfera importante de investimento da afetividade é a sexualidade. Freud dizia que esta é a fonte de impulso mais forte. Chamou-a de libido. É crença generalizada que a pessoa idosa tem uma libido diminuída ou mesmo nula. Em muitas culturas o velho é terminantemente proibido de manifestar qualquer sentimento sexual. Aqueles que se arvoram em falar disto são chamados de atrevidos e mesmo de imorais.

A libido não diminui com a idade. A vontade existe e a pessoa não pode negar estes desejos. O que está parada é a procriação, no caso da mulher que teve a ovulação definitivamente suspensa – a menopausa. O idoso terá, portanto, que conviver com uma dificuldade suplementar: tudo em estando disposto e necessitando de uma sexualidade plena, não poderá fazê-lo sem censura e culpabilidade.Terá que esconder dos seus e de si próprio este impulso tão caloroso. Esta situação gera conflitos que assumem desdobramentos vários, atingindo, com certeza a esfera emocional.

O TRANSCENDENTE

De uma feita que a velhice é considerada como a última etapa da vida, torna-se mais freqüente o pensar sobre a morte e sobretudo sobre o que vem depois da morte. Esta questão mereceria uma reflexão à parte. Não podemos esgotá-la nos limites deste trabalho.

Se a morte parecia uma questão longínqua, pouco pensada, não apenas as limitações pessoais progressivas, como as mortes circundantes tornando-se mais freqüentes: dos pais, dos parentes e amigos. Forçosamente pensa-se no assunto.

O retorno a uma prática religiosa passa a ser mais evidente e ressentida como indispensável. Não é sem razão que muitos consideram a velhice como etapa em que se prenuncia o grande julgamento. A hora de fazer o balanço da vida.

Isso angustia muito mais a existência. Na cultura cristã há a convicção de que, uma vez morto, será submetido ao grande julgamento. A proximidade deste momento não faz que aguçar a situação.

FATORES QUE AFETAM O CONSUMO ALIMENTAR E A NUTRIÇÃO DO IDOSO

Os fatores que afetam o consumo alimentar das pessoas idosas são reconhecidos como de risco para o desenvolvimento da má nutrição. Este artigo busca fazer uma revisão abrangente sobre esses fatores, procurando também elucidar as condições de nutrição dos idosos brasileiros. A compreensão desses fatores pelos profissionais de saúde amplia o entendimento das condições peculiares que determinam o estado nutricional do
idoso e que devem ser trabalhadas de forma interligada, para manutenção ou restauração da eutrofia. A distribuição etária da população mundial tem apresentado visível alteração nas últimas décadas, em razão da expansão da expectativa de vida e do conseqüente aumento de idosos, o que representa novos desafios no campo da pesquisa nutricional.

O Brasil, à semelhança dos demais países latino--americanos, está passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso. A evolução da população geriátrica brasileira constitui um grande desafio, enquanto a população brasileira crescerá 3,22 vezes até o ano 2 025, o segmento acima de 65 anos aumentará 8,9 vezes, e o acima de 80 anos, 15,6 vezes. Com isso, a proporção de idosos que em 1980 era menor que 6%, subirá em menos de 50 anos, para 14% devendo o Brasil ocupar o sexto lugar na esfera mundial no ano 2.025, com uma estimativa de 31,8 milhões. Mantendo-se a tendência
demográfica atual, em números absolutos, o país terá uma das maiores.

O envelhecimento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e nutrição do idoso. Muitas dessas mudanças são progressivas, ocasionando efetivas reduções na capacidade funcional, desde a sensibilidade para os gostos primários até os processos metabólicos do organismo.

Associado às alterações decorrentes do envelhecimento, é freqüente o uso de múltiplos medicamentos que influenciam na ingestão de alimentos, na digestão, na absorção e na utilização de diversos nutrientes, o que pode comprometer o estado de saúde e a necessidade nutricional do indivíduo idoso.

Estado nutricional da população idosa brasileira Em 1989, foi realizada a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN), com o objetivo central de avaliar o estado nutricional da população brasileira mediante a coleta de dados antropométricos. Essa pesquisa, de âmbito nacional, revelou que a situação nutricional de adultos e idosos sofreu grande alteração, nos últimos 15 anos. Estima-se uma redução de 36% no grupo de baixo peso, com aumento maior dos casos de sobrepeso e obesidade, tendo reduzido o número de indivíduos antropometricamente normais. Essa tendência foi verificada
tanto no meio rural quanto no urbano, em todas as faixas etárias. Portanto, a população adulta e idosa brasileira apresenta alta prevalência de baixo peso e também de obesidade.

Fatores que afetam o consumo de nutrientes nos idosos

Os idosos apresentam condições peculiares que condicionam o seu estado nutricional. Alguns desses condicionantes são devidos às alterações fisiológicas próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados pelas enfermidades presentes e por fatores relacionados com a situação socioeconômica e familiar.

CONSIDERAÇÕES SOBRE NUTRIÇÃO PARA IDOSOS

O aumento de pessoas idosas é um processo irreversível e que não pode ser negligenciado pela Ciência da Nutrição.

Nesse sentido, estudos sobre o consumo alimentar do idoso não devem se restringir à análise qualitativa e quantitativa. Na realização do planejamento dietético alimentar, é imprescindível a compreensão de todas as peculiaridades inerentes às mudanças fisiológicas naturais do envelhecimento, da análise dos fatores econômicos, psicossociais e de intercorrências farmacológicas associadas às múltiplas doenças que interferem no consumo alimentar e, sobretudo, na necessidade de nutrientes.

Atitudes simples, como servir as refeições em local agradável (limpo, arejado, de preferência de cor clara, com piso não-derrapante, com mobiliário adequado e com espaço livre para facilitar a circulação das pessoas), sentar o idoso confortavelmente à mesa em companhia de outras pessoas (familiares, amigos, dentre outras pessoas), disciplinar e fracionar o consumo de alimentos estabelecendo horários (oferecendo refeições menos volumosas mais vezes ao dia), oferecer a eles refeições atrativas (combinar, de acordo com as recomendações para a faixa etária, alimentos construtores, energéticos e reguladores, oferecendo refeições coloridas) e saborosas (usar temperos naturais como alho, cebola, cebolinha, cheiro verde, salsa, orégano e outros, evitando, assim, o abuso do sal), e promover um contraste de cor entre os utensílios e o forro da mesa, melhoram o estado de ânimo do idoso, influenciando, positivamente, o seu apetite. Pode-se, também, colocar um fundo sonoro neste ambiente, desde que a opção seja por músicas suaves e que atendam à preferência da faixa etária, pois o idoso tende a degustar os alimentos com mais tranqüilidade. Tais condutas proporcionam ao idoso mais prazer com a alimentação. A adoção dessas condutas, associada ao domínio cognitivo dos fatores que afetam o consumo alimentar dos idosos, propiciará aos profissionais de saúde e as casas de amparo a Terceira Idade o investimento em intervenções que contribuirão, positivamente, para o consumo alimentar desse segmento populacional e, conseqüentemente, auxiliarão na melhoria do seu estado nutricional.

CONCLUSÃO SOBRE IDOSOS

Costuma-se dizer que o idoso terá sua velhice como conseqüência do que foi sua vida até ali. A personalidade é uma construção. Ninguém é o que é por acaso. É fruto da maneira como viveu cada uma das etapas da vida, dos objetos e desejos que cultivou durante a vida. A velhice deve ser compreendida não como uma involução, retrocesso, mas como uma evolução. Alguma coisa que se inscreve no processo de avançar.

ETAPAS DA VIDA – MORTE

Resumo de Comentários e de artigo sobre a morte. Entrevista e artigo encontrada no site www.pubmed.com.br em artigos de psicologia. Resumo feito por Neito E Marcella.
A morte, dentro da cultura ocidental, talvez represente de forma mais traumática o sentimento de perda. Com os avanços da tecnologia, os pacientes terminais ganharam sobrevida e o convívio por mais tempo com a proximidade do fim, gerando intenso sofrimento emocional. Aí entra o papel do psicólogo que é o de trabalhar a questão do luto e preparar tanto o paciente como os familiares para a fatalidade.

Cada vez mais, a intervenção desse profissional tem sido reconhecida e solicitada pelas instituições de saúde para elaborar o processo do luto, suas circunstâncias, as dificuldades, as barreiras culturais e até os aspectos religiosos junto às pessoas envolvidas, incluindo os profissionais da saúde, como médicos e enfermeiros.

"É preciso refletir sobre a morte como parte da vida - um acontecimento que provoca, por exemplo, depressão, angústia e sentimento de perda – para começar o processo de enfrentamento", diz a psicóloga do Instituto Boldrini, de Campinas, Elisa Maria Perina.

Sandra Oliveira Perez Tarricone, mestre em Psicologia Clínica pela PUC SP e especialista em Psico-oncologia, observa que o trabalho do psicólogo no contexto hospitalar é fundamental para ajudar pacientes e familiares a aceitarem o luto, decorrente não só da morte, mas de uma perda, e se manifesta em várias etapas da vida, como a passagem da infância para a adolescência - com as mudanças no corpo –, e as perdas de emprego e de planos de vida. "Todas essas mortes estão ocorrendo em vida", explica. No caso dos pacientes terminais, o processo começa com a derrubada do tabu da morte. "É preciso falar sobre ela para poder compreendê-la. É o primeiro passo", diz.

Ela ressalta que existem dois mecanismos poderosos e inconscientes de que as pessoas se utilizam para lidar melhor com a questão da terminalidade: a negação e a medicalização. "O primeiro faz parte da nossa cultura: negamos para tornar mais suave o enfrentamento da morte. Já a medicalização é um mecanismo contraditório, uma forma de nós explicarmos a morte através da doença, ou seja, as pessoas não aceitam que a morte é inevitável, natural. Elas atribuem às doenças ou procedimentos cirúrgicos o término da sua vida, uma forma de culpabilizar alguém", acrescenta.

Nesse caso, segundo ela, o psicólogo ajuda tanto os familiares quanto os pacientes a lidarem com os sentimentos que surgem, como culpas, remorsos e frustrações. "Suportar tudo isso é um peso muito grande, que a nossa cultura atual da não-reflexão e do prazer imediato não sustenta", observa.

Professora universitária em Santos, Sandra diz que o luto hospitalar, por se tratar de uma questão muito delicada, exige uma especialização e um amadurecimento consideráveis dos profissionais que trabalham nesse campo.

Ela lamenta que existam poucos cursos na área de saúde que discutam o tema da terminalidade de forma adequada. O paradoxo está no fato de que os profissionais se deparam com o assunto morte sem estarem preparados, uma vez que sua educação é voltada para cuidar somente da vida, e o psicólogo deve estar atento a essa questão.

"O profissional de saúde precisa ter uma formação sobre a matéria para que possa entender o mecanismo do luto e poder trabalhá-lo com os pacientes, as famílias e as pessoas enlutadas", recomenda Sandra.

O psicólogo José Ricardo Lopes Garcia, professor universitário e psicólogo do Instituto de Souza Lima, em Bauru, doutorando em Psicologia Clínica pela USP, concorda com a falta um preparo acadêmico adequado, principalmente dos psicólogos. Para ele, trata-se de uma distorção num momento em ue a área apresenta um grande potencial de trabalho. "Quando o profissional se depara com a perspectiva da morte, evidencia a sua própria experiência de finitude. No caso da Psicologia, ainda estamos pouco preparados para essas questões, que fazem com que nos defrontemos com a própria perspectiva de como está nossa vida. A equipe hospitalar como um todo também não tem um preparo satisfatório para lidar com a morte. Acho que o trabalho com a equipe pode ser um campo muito importante para o psicólogo enveredar na sua intervenção no contexto hospitalar; é necessário que tenha o preparo adequado", observa.

Em 25 anos de experiência com pacientes terminais, a psicóloga do Instituto Boldrini, de Campinas, Elisa Maria Perina acredita que a maior dificuldade do psicólogo é lidar com o luto entre os adolescentes, por se encontrarem numa fase de expansão da vida e de construção de laços sociais. Ela aconselha que a elaboração do luto com esses pacientes comece logo, desde a revelação do diagnóstico médico. "Todo o nosso trabalho procura encontrar formas de o adolescente enfrentar as perdas - saúde, família e convívio social -, e o que é possível preservar, sempre descobrindo algum sentido para o que ocorreu, alguma possibilidade de crescimento e desenvolvimento pessoal", explica.
Sandra Oliveira Perez Tarricone acrescenta que houve mudanças nos costumes das famílias ao longo dos anos, que prejudicam o tratamento com os pacientes porque os afastam dos entes queridos no seu momento final.

Ela diz ser muito comum na sociedade atual os familiares pedirem aos profissionais de saúde para que os pacientes terminais sejam internados antes de morrer. "Antigamente, as pessoas morriam em casa, cercadas pelos familiares. Hoje não, a morte passou a ser hospitalar. A UTI trouxe grandes contribuições, mas, por outro lado, prolongou a agonia da morte. As pessoas morrem cercadas por indivíduos que não têm nada a ver com o contexto delas.

Os pacientes falam muito sobre isso e eu acho que é um direito deles, sim, escolher morrer em casa".

A Psicologia entrou há muito tempo no ambiente hospitalar, a cultura psicológica ainda passa por um processo de construção. "Os profissionais de saúde, os pacientes e os próprios psicólogos ainda estão aprendendo a lidar com essa cultura psicológica da presença do psicólogo no hospital. Temos ainda muito a descobrir sobre fenômenos psíquicos como o luto. Por vezes, falta o instrumental e o próprio espaço – as condições para o nosso trabalho –, até porque o fato de lidarmos com o luto no hospital evidencia a possibilidade do entendimento de um fracasso da equipe, como se ela não tivesse dado
conta de tratar o paciente. É preciso a compreensão de que, na realidade, não é isso que acontece. O luto é um processo que pode iniciar antes mesmo da própria morte. Este é o foco para o qual o psicólogo deve se atentar no seu trabalho".


Autor: Nutricao Esportiva


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