O papel da psicologia nas organizações



O advento da revolução industrial trouxe consigo um problema gerado pelo descaso com o trabalhador que era visto mais como máquina da empresa do que como ser humano real e que necessitava de condições mais salutares de trabalho.
Na época os trabalhadores eram forçados a trabalhar 16 a 18 horas diárias para conseguirem sobreviver e mesmo assim sua condição financeira era caótica e de subsistência, tendo poucas possibilidades de desenvolvimento profissional e pessoal, não conseguindo acesso aos estudos, lazer e outras necessidades básicas para uma qualidade melhor de vida.
Com a disseminação da psicanálise pelo mundo (graças à Sigmund Freud, o pai da psicanálise), muitos ramos das atividades humanas foram aderindo, lentamente à inclusão da psicanálise em suas atividades, no começo mais como uma forma de ganhar mais dinheiro do que realmente pensando nas necessidades dos trabalhadores.
Porém, aos poucos, através de vários estudos e experiências, a psicanálise foi se mostrando cada vez mais eficiente, trabalhando um lado importante das organizações que é seu capital intelectual, sendo que, como mostraram algumas experiências, o desempenho dos funcionários aumentava quando eram ouvidos e quando recebiam melhores condições de trabalho.
É lógico que muitos fatores externos contribuíram para que tudo funcionasse, como a redução da carga horária de trabalho e outras aquisições da classe trabalhadora. Porém, muito do que se vê hoje em matéria de desenvolvimento pessoal nas empresas, se deve à aplicação da psicologia.
Em artigo da Internet eu cheguei a ler que os próprios profissionais da psicanálise chegaram a ser discriminados pelos seus colegas por estarem aderindo a um novo paradigma e seguindo por caminhos adversos. Mas hoje percebemos que, cada vez mais, a psicanálise, como ciência, contribui fundamentalmente para o desenvolvimento das organizações, gerando não só riquezas para a própria organização, mas também qualidade de vida para o trabalhador. Alias, hoje em dia até mesmo a nomenclatura esta se transformando de trabalhador para colaborador, posto que, as empresas começam (muito vagarosamente) a perceber o valor de seu capital humano e intelectual.
Com certeza ainda não chegamos lá, mas acredito que estamos trilhando o caminho certo, e logo, com certeza, chegaremos a compreender as organizações não como geradora de riquezas para poucos usufruírem, mas como um bem comum, gerador de riquezas para todos, igualando as classes sociais, um bem para a nação e não para grupos que só pensam em enriquecer e esbanjar recursos, sendo que uma boa parte da população vive a beira da miséria, e sem ter perspectivas de melhoria em sua qualidade de vida.
Contamos com a psicanálise para uma conscientização maior da importância do ser humano e para que as pessoas entendam também que depende delas, lutar pelo que elas querem e melhorar assim sua situação na sociedade.
É preciso investir mais no capital intelectual, na formação de profissionais, e criar métodos e máquinas realizarem o trabalho braçal e deixar os seres humanos executarem o que os difere dos animais, ou seja, pensar.
É preciso investir no poder criativo do individuo e proporcionar subsídios para que se possa aumentar o potencial intelectual dos seres humanos.
Temos de parar com o preconceito contra o ócio criativo, aumentando ao máximo a capacitação construtiva, cientifica, cultural, artística e demais atividades que constroem, com base nas qualidades de ser humano e não na qualidade de máquina.
Tanto capital é investido em coisas que nada contribuem para um eventual desenvolvimento da qualidade de vida dos seres humanos. È extremamente importante a utilização da psicanálise na reconstituição da já quebrada e deteriorada auto estima dos seres humanos, trabalhando os mesmos para que saibam como se reencontrarem e utilizar seu intelecto para produzir cada vez mais conhecimento.
Vale lembrar que como diz o ditado “dinheiro faz dinheiro”, tam podemos aplicar essa idéia às ciências, tecnologias e demais instancias das atividades humanas, ou seja, “Ciência faz Ciência”, “Tecnologia faz Tecnologia”, “Arte faz Arte” e assim por diante.
Isto é um fato notório no cotidiano histórico das sociedades, por exemplo:
Houve um período muito grande até o advento do fogo, porém, a partir do fogo, em pouco tempo foi desenvolvida a fundição, e a partir da fundição, em menos tempo ainda foram desenvolvidas as armas de fogo, os trens e demais ramos da construção que necessitavam da manipulação dos metais, ou seja, ciência (no sentido fundamental de ciência, aplicada nas diversas áreas) faz ciência.
Para finalizar, quero deixar no ar a idéia de que, é extremamente importante que os profissionais da psicanálise, na minha opinião (que pode estar equivocada), contribuam cada vez mais para o desenvolvimento do conhecimento nos seres humanos, deixando de trabalhar somente para que o trabalhador se sinta feliz em promover o enriquecimento de outrem.
Autor: Mauro Gloria Junior


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