O grande paradoxo: As pessoas estão longe e ao mesmo tempo perto uma das outras



A tecnologia moderna tem propiciando uma verdadeira revolução na sociedade contemporânea, a cada dia que passa surge um aparato tecnológico novo, um celular com Tv-Rádio, relógio que aferi a pressão sangüínea, equipamentos portáteis capazes de reproduzir vídeo- áudio com excelente qualidade entre vários outros. Assim sendo, o que é considerado “top” hoje, amanhã poderá não ser mais. O celular “tijolão”, é um exemplo claro disto, ele que outrora já foi dado como aparelho extramente sofisticado, atualmente suscita um inenarrável desconforto moral/social em seu proprietário, nenhuma pessoa que ter sua imagem associada como detentor de algo obsoleto, isto é, ultrapassado.
Estes novos aparatos tecnológicos estão sendo incorporados paulatinamente pela população, de tal forma que alguns não conseguem imaginar o mundo sem eles. Um dia sem entrar na internet, por exemplo, pode se tornar para alguns um verdadeiro castigo. Certos pais quando não estão satisfeito com a conduta de seus filhos, logo dizem: - hoje não tem internet para o bagunceiro. Pronto! O menino não faz mais nada, torna-se um verdadeiro anjo de uma hora para outra, o mesmo até exige por parte da mãe o preparo de alface nas refeições.
Brincadeiras a parte, a popularização da internet tornou-se uma verdadeira coqueluche, que jogue o primeiro mouse quem nunca acessou o E-mail, Orkut e Msn. Hoje, quem não faz uso da internet é um excluído digital e, sobretudo social, pois a há uma crescente de pessoas que se comunicam quase que exclusivamente pelo mundo virtual. Empresas mandam informações para os seus empregados somente por e-mail; pessoas realizam sexo virtualmente; primos conversam entre si usando Msn; maridos procuram amantes pelas Webcam. Entretanto, é valido salientar que quanto mais nos comunicamos com as pessoas pela via tecnológica, mais nos afastamos uma das outras, vivemos assim sobre o paradoxo de estar próximo e ao mesmo longe das pessoas.
Assim, apesar de morar no mesmo prédio e usar os mesmos elevadores/áreas afins, vizinhos não se conhecem. Embora compartilhem do mesmo espaço físico e social, eles não se cumprimentam, interagem e dialogam entre si. Portanto, são próximos residencialmente, mas a tal proximidade limita-se a isso. Qualquer tentativa de forçar uma intimidade pode até ser aceita como uma invasão/ofensa.
Essa postura também é perceptível em algumas grandes empresas, no qual os funcionários só conhecem o proprietário da empresa por fotos e, todas as comunicações enviadas pelo Dono são por e-mail. São via de regras mensagens padronizadas com intuito de elogiar ou exigir uma dada postura por parte do empregado. Contudo, será que todas as pessoas são iguais? Será que tanto dinamismo e rapidez com vista exclusiva aos lucros não prejudica /danifica as relações sociais?
Os abusos precisam ser contidos imediatamente, porque senão viveremos como escravos daquilo que nós mesmos inventamos. Seremos co-produtores de pessoas apáticas-vazias que não conseguem se expressar, olhar nos olhos e tão pouco falar sem o auxilio de um computador. Seremos como pássaros presos em gaiolas que nos mesmos estamos construindo, quando preferimos falar virtualmente abdicando da possibilidade de relacionarmos pessoalmente.
Autor: wagner oliveira


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