Pelo Direito de Ser Vítima



Vivemos tempos que não poderiam ser de outra forma denominados senão como “politicamente corretos”. Milhões são gastos anualmente pelo Governo Federal para encucar na cabeça do cidadão o quão importante é fazer sexo com camisinha – nunca com responsabilidade ou enfatizando o casamento como relacionamento legítimo baseado no amor e no compromisso mútuo (afinal, os “pós-modernistas de plantão” desconstruíram a antiga idéia que tínhamos de família). Outros tantos milhões são gastos com a estigmatização do tabagismo – e, por tabela, do tabagista que é tratado como alguma espécie de “leproso social”. Sem falar nas cotas raciais nas universidades federais – afinal, os negros são “vítimas de um processo histórico de exclusão” que os impediu de ascender socialmente e só esse fato dá a eles o direito de serem privilegiados em processos de seleção. Nas palavras do excelentíssimo Senhor Presidente da República, “temos de reparar uma dívida histórica” com os negros.



Já não bastasse isso, me vêm agora com essa idéia de reconhecimento dos “direitos” dos homossexuais – que também são encarados como uma minoria que precisa ser protegida pela mão do Estado. Hoje em dia virou démodé ter preconceito. Pelo menos não aqueles preconceitos. Como na música de Raul Seixas, “faz o que tu queres, pois é tudo da Lei”. Ou melhor, é-nos imposto na forma da lei. Na sociedade pós-moderna que vivemos não existem mais verdades absolutas, mas verdades que se impõem absolutamente.



Não me espantaria se, em muito breve, votassem uma lei descriminalizando a venda e o consumo de drogas no país. Afinal, traficante agora já é tratado como vítima de uma sociedade excludente que não oferece alternativas ao pobre. “Bandido” é um termo pejorativo, na verdade eles não passam de pobres coitados.



Bem, sou de um tempo em que as coisas eram mais simples: traficante era criminoso, ponto. Portanto, devia ser tratado como tal. De um tempo em que as pessoas repetiam sem medo o bordão que dizia que “bandido bom é bandido morto”. E nem faz tanto tempo assim. Hoje, corre-se o risco ser duramente repreendido por algum defensor dos “Direitos Humanos”. Pro inferno! Que vão falar de direitos humanos para a mãe que teve seu filho assassinado por algum traficante zangado com a inaptidão do viciado em pagar seus débitos, ou com aquela que tem de, diariamente, acorrentar seu filho ao pé da cama para não vê-lo degradar-se ainda mais pelo vício. Sou de um tempo em que a família era encarada como a “célula máter” da sociedade e era respeitada como tal. Hoje em dia o Estado assumiu para si esse papel, transformando a escola – que antes era um lugar de aprendizado – num espaço ideologizado de formação do cidadão, onde os professores não são mais professores, mas sim, “multiplicadores sociais” (seja lá o que for que isso signifique). A educação deixou de ser obrigação precípua dos pais.



Sou de um tempo em que ser homossexual era uma questão de cunho pessoal, porém, o que vejo hoje é um esforço generalizado da mídia, do governo e de ativistas de impor sobre o cidadão comum a chamada “ditadura homossexual”, onde é moralmente condenável repudiar o homossexualismo enquanto projeto de vida. É preciso tolerá-los, bem como suas manifestações despudoradas e, por vezes, desrespeitosas – como a tal Parada do Orgulho Gay. Não basta ser gay, tem de se orgulhar do fato. O principal mal decorrente dessa moderna atitude pró-gay é que os homossexuais poderão, em muito breve, não só se casar civilmente como adotar crianças livremente – que serão criadas num ambiente familiar degradado, carente das figuras do pai e da mãe, tão importantes para o desenvolvimento biopsicosocial da criança.



Todo mundo quer ter seus direitos respeitados, porém, a grande maioria ignora os seus deveres enquanto cidadão – afinal, estão sempre lutando por novos direitos. Acho que cada um pode fazer da sua vida o que bem entender, se isso não ferir os direitos das demais pessoas. Porém, a partir do momento que sou tratado de forma desrespeitosa e inconveniente por causa do meu hábito de fumar cigarros ou do meu descomprometimento com a causa gay há alguma coisa errada. É válido lembrar que os cigarros que fumo são comprados com o meu dinheiro. Dinheiro esse que alimenta toda uma cadeia produtiva, desde empresas fabricantes até revendedores e movimenta a economia do país. Hoje em dia o lobby anti-tabagista age de forma tão terrorista que o cigarro, aparentemente, mata mais não-usuários que usuários, a tal história do “fumante passivo”. Não é de espantar que tantas pessoas nos queiram bem longe delas.



Que cigarros não fazem bem pra saúde, todo mundo sabe disso. Porém, tanto o dinheiro que sustenta o meu vício quanto o pulmão são meus. Não é preciso mais que bom senso pra saber que não devo fumar em lugares fechados ou me afastar de pessoas que não compartilho o hábito de fumar cigarros. Quero apenas que meus direitos enquanto cidadão sejam respeitados. Afinal, o dinheiro gerado pela atividade tabagista não é ignorado pela Receita Federal. Não estou cometendo nenhuma atividade ilícita. Se os negros são vítimas. Se os gays são vítimas. Se os traficantes são vítimas. Reivindico meu direito de ser considerado também uma vítima. Afinal, enquanto se gasta milhões para estigmatizar o tabagismo, pede meu voto para legitimar aqueles que querem tirar meu direito a ter uma opinião pessoal. Mas, não será isso que todos os governos querem: calar a voz do cidadão e transformá-la numa massa robotizada e alienada cada vez mais dependente do Estado?
Autor: Leonel Lopes Alves


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