Pai herói



Sempre é uma boa oportunidade para pensar um pouco mais sobre o lugar do pai na família atual. Além da contribuição biológica que é uma participação vital, a afetiva no papel do pai em nossa vida sempre esteve na vida da nossa família. A função do pai mudou muito, na medida que a cultura foi se transformando, aliás, a própria família também mudou muito. Pai, criatura com missão, com limites e possibilidades.
Perto ou distante, nesta ou em outra dimensão, tudo isto contribui para que, hoje, o lugar do pai seja um tanto difícil de definir. Mas algumas coisas não mudaram tanto. Criar filhos continua sendo uma tarefa difícil, trabalhosa e complexa como antes. E por isso essa tarefa precisa ser compartilhada. O pai continua sendo, na maioria das vezes, essencial tanto pra gerar quanto pra acolher uma criança. Ele continua sendo aquele com quem as mães também contam para compartilhar a função de criar os filhos.
Em geral, quando se pensa em pai, a primeira associação é com autoridade. Mas muitas vezes o conceito de autoridade é mal interpretado. Na família, essa autoridade é o adulto, que ocupa a posição de responsabilidade, de influência e tem o direito e o dever de impor regras. É como o maestro regendo uma orquestra. Essa pessoa está na função que chamamos função de pai, que é fundamental pro desenvolvimento de uma pessoa.
Basicamente, a função paterna é dar limites, de trazer pro mundo do filho a noção de lei. Na verdade, isso começa muito mais cedo do que parece. Antes de tudo, é preciso que se diga que os limites e as regras estão cada vez mais difíceis de sustentar. Pais e filhos se tratam como iguais, como se fossem colegas da escola. Até parece que as diferenças não existem: as diferenças de idade, de experiência, de capacidades e funções na família. E o mais preocupante é que isto é confundido com flexibilidade e liberdade. Se o pai - ou a mãe - é do tipo que zela pelo seu lugar de autoridade, ele é visto como pai careta, rígido, antiquado. Isso na verdade é uma distorção do verdadeiro significado de liberdade.
Quando os dois, pai e mãe, realmente compartilham essa função, e estão sintonizados em relação às regras, os filhos só têm a ganhar. E pode ser que seja justamente porque os pais se sentem cada vez mais distantes afetivamente de suas crianças que o filho adulto que pensa que está sendo maravilhoso porque nunca nega nada ao filho, está negando o que ele mais precisa que seja alguém que preencha o lugar de autoridade. Quando este lugar fica esvaziado, acaba gerando a idéia de que cada um se governa por si mesmo, que é cada um por si, o que dá um sentimento de abandono imenso. E a verdade é que a dificuldade de substituir situações e de sustentar as regras e a lei acaba passando para o filho a idéia de que não é preciso se submeter a autoridades, regras ou limites. Todos os filhos estão crescendo em sabedoria e compreensão. Quando escutamos a voz que nos guia para um bem maior, está aí o nosso pai, perto ou distante, revelando meios melhores para vivermos em harmonia e com sabedoria tocarmos estrelas com as mãos. Boas energias. Eu acredito em você.
Autor: Gilberto Pompermayer


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