É preciso ter educação para dar Educação



Sabe-se que o desenvolvimento de uma nação está intrinsecamente ligado às raízes de seu povo e, mais especificamente, à estrutura educacional em que este floresceu. Investir em Educação, portanto, é uma das regras para o progresso. E já que a regra é investir, algumas leis foram sancionadas para uma boa manutenção do Ensino, dentre elas o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – e programas de incentivo ao Ensino Superior, o FIES – Financiamento Estudantil – e o PROUNI – Programa Universidade para Todos.
Com a aparente expansão das oportunidades para se ter uma boa formação educacional, podemos julgar a Educação um bem real de todos?
Antes de tudo, é preciso avaliar o alicerce em que esta estrutura, o Ensino, é edificada. Geralmente, nos deparamos com notícias nem sempre muito positivas sobre a escola e sua rotina docente. Professores desmotivados, alunos desinteressados e um sistema pedagógico falido são ingredientes preponderantes para um ensino de má qualidade. A progressão do aluno às séries seguintes contrasta com o saber efetivo das disciplinas, que passa a ocupar lugar secundário na hierarquia das prioridades escolares.
Não quero, injustamente, generalizar o que acima afirmo, mas atentar os responsáveis por este Ministério que muito ainda há de ser feito para termos um sistema de ensino digno de elogios. Quando me refiro a ‘Ministério’, agrego-lhe um sentido semântico muito mais abrangente ao que a palavra remete. Refiro-me aos pais, à sociedade, à igreja, à imprensa e a muitos outros ministérios por aí existentes, pois educação não se restringe à sala de aula.
Há projetos realizados em várias escolas espalhadas pelo Brasil que fazem a diferença na vida do discente. Projetos estes responsáveis por um melhor ambiente escolar; focados no aprendizado e crescimento cognitivo do aluno. Apontemos aqui um exemplo vindo de Nova Brasília, no Maranhão, onde em um pequeno povoado da Zona Rural de Alto Alegre do Pindaré alunos se deliciam com a leitura descomprometida de livros e revistas logo na entrada da escola, o Cantinho da Leitura; jogam xadrez, para estimular o raciocínio e, oficinas de orientação e treinamento para professores, na intenção de elevar o rendimento dos alunos.
Algumas pesquisas apontam que um dos critérios para se alcançar um ensino de qualidade é focar a valorização do docente, proporcionando-lhe remuneração justa, cursos de atualização do magistério e planos de carreira. “Para o especialista em educação Cláudio Moura Castro, o desestímulo do professor é uma das razões para o fracasso de muitas escolas. O professor mais motivado, motiva o aluno. O professor morto, destroçado, destruído pelo ambiente de uma escola de periferia muito dificilmente conseguirá entusiasmar o aluno pela beleza das idéias. E esse é o grande drama da educação do Brasil”.
O sistema educacional de nosso país se transformou em mercadoria. É preciso pagar para se ter um ensino razoável. Isto no que se refere ao ensino de educação básica (educação infantil, ensino fundamental e ensino médio), pois referindo-se ao ensino superior, poucas são as universidades privadas que fornecem um ensino de qualidade; mas isso é assunto para outro artigo.
Creio haver escolas para muitos, talvez até para todos os brasileiros; o que nos falta é a Educação, pois é preciso ter educação – sabedoria, letramento, conhecimento, bases educacionais solidificadas e um verdadeiro saber sobre a importância de se ter uma nação de fato alfabetizada – para dar Educação – possibilidades de escolhas.
Autor: Renata Ferreira


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